Futebol Nacional
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Marca forte, oferta baixa

Time alvirrubro chega ao 15º mês sem um patrocinador master

De janeiro de 2010 a março de 2013, são 39 meses, dos quais em 28 o Timbu ficou sem patrocinador master

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Como explicar um clube da Série A que está há 15 meses seguidos sem um patrocinador master? O Náutico é uma exceção no Brasil. Justifica que a ausência de uma marca forte estampada na frente da camisa é questão de opção. Prefere “qualidade a quantidade”. E nesse estica e puxa, lá se vão milhões de reais desperdiçados. De janeiro de 2010 a março de 2013, são 39 meses, dos quais em 28 o Timbu ficou sem patrocinador master. Ou seja, 71,7% do período sem patrocinador. Em comemoração ao aniversário de 112 anos do clube, amanhã, o Náutico lançará novos uniformes. O que não irá mudar, porém, será a falta de uma marca à frente. A beleza da camisa estará garantida. O bolso, descontente.

Fazendo uma conta simples, se o Náutico tivesse assinado com uma empresa disposta a pagar R$ 125 mil ao mês – metade do valor recebido na Série A de 2009 –, o ganho nesse tempo todo em branco teria sido de R$ 3,5 milhões. Para o presidente alvirrubro, Paulo Wanderley, a simulação é incoerente. “Esse raciocínio não ‘é parâmetro”, opinou.

De acordo com o mandatário alvirrubro, estar desprovido de uma marca na sua camisa é questão de opção no clube. “Se eu quisesse, se o Náutico quisesse, já estaríamos com esse patrocinador há muito tempo. O problema são os valores não condizentes. Para mim, seria muito fácil ter colocado um master na nossa camisa e nem estaria sendo cobrado pela torcida e imprensa. Ninguém nem saberia o valor, ficaria no campo da hipótese. Mas não quero isso para o clube”, justificou.

Vai sair

Desde que assumiu o Timbu no início de 2011, o mandatário jamais conseguiu fechar com essa marca forte. Mas tem nas propostas apontadas “incoerentes” dos investidores o maior apreço em se manter firme em não arredar o pé. “O que eu não quero é desvalorizar a marca do clube. Preciso que seja uma marca que agregue valor ao tamanho do clube”, disse, deixando uma promessa à torcida: “O que eu posso dizer é o seguinte: ele (o patrocínio) vai sair. Agora, se vai sair até o final da semana, ou 15 dias ou até a Série A, não posso dizer. A nossa expectativa é que saia o quanto antes.”

A escassez de patrocínios master

39
meses se passaram de janeiro de 2010 a março de 2013

28
meses sem patrocinador master

71,7%
do período sem patrocinador principal.

2011
foi o último ano que o Timbu teve patrocínio estampado à frente da camisa

15
meses seguidos desde então sem marca forte na camisa

18
meses foi o recorde sem esse tipo de patrocínio, entre janeiro de 2010 e maio de 2012

Linha do tempo

2007 a 2009
a camisa do Náutico gerou dinheiro. Marcas estampadas em todo o uniforme. No período, o Timbu arrecadou entre R$ 150 mil e R$ 250 mil mensais.

2010
dez meses sem um patrocinador master na parte frontal da camisa. O contrato com o banco mineiro Bonsucesso só ocorreu em 4 de novembro.

2011
mais três meses, até a retomada da parceria com o Bonsucesso, em 6 de abril.

2012
o campeonato estadual e o Brasileirão passaram novamente em branco.

saiba mais

Atualmente, o Náutico possui três patrocínios em seu uniforme de jogo. Dois na camisa (Shineray, nas mangas, e na parte inferior frontal, Eletro Shopping) e nos calções (Tintas Inquine).