Futebol Nacional
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Últimos suspiros

Morando em frente aos Aflitos, torcedor do Náutico não aceita o jogo como despedida

Guilherme Rocha tem planos para se mudar quando o Timbu deixar de jogar no local

postado em 28/04/2013 14:07 / atualizado em 28/04/2013 14:12

Rafael Brasileiro /Diario de Pernambuco

ANNACLARICE ALMEIDA/DP/D.A PRESS
No dia 25 de junho de 2013, o estádio Eládio de Barros Carvalho completará 74 anos. O último jogo já tem data marcada: 29 de junho. Um amistoso. O adversário ainda é desconhecido. O Timbu deixará de mandar seus jogos no gramado que sempre chamou de casa. Assim, o jogo deste domingo pode ser o último clássico a ser disputado na casa alvirrubra. E a possibilidade tem mexido com os vizinhos do estádio. Os moradores do edifício Porto de Gdansk, que fica colado com a arquibancada dos visitantes, já observam o gramado em tom de despedida.

“Quando o Náutico sair daqui, já temos planos para nos mudarmos. Não vamos saber viver aqui sem ter o Náutico. Vai ser como se fosse o fim de um casamento”, lamentou Guilherme Rocha. Morador do prédio desde que nasceu, o estudante de Direito já viu de tudo nestes 23 anos em que as janelas do apartamento 203 foram seu camarote particular. “Aqui vi Acosta, Zezinho, Nílson e Augustinho treinando. Já vi Kuki brigando com jogador que não estava se esforçando no treino. Ficou marcado na minha vida.”

Na janela, que fica praticamente encostada com o Eládio de Barros Carvalho, as alegrias foram distintas. As maiores foram ver o Náutico vencer a primeira partida da final de 2002 por 3 a 0 sobre o Santa Cruz, e um gol de Adriano contra o Sport, em 1999. Contudo, foi a maior decepção presenciada da sala de casa que mudou o seu costume. Se para muitos alvirrubros a Batalha dos Aflitos foi motivo para abandonar o time, em Guilherme ela teve o efeito contrário.

A fatídica derrota fez com que Guilherme frequentasse mais as arquibancadas que sempre observou de outro ângulo. Porém, ele nunca esquece que a família está bem perto observando tudo. “Sempre ligo e mostro onde estou. às vezes tem briga e eles ficam tranquilos quando sabem onde estou”, comentou.

Se este será o último clássico que os Aflitos será palco, só às 18h de hoje nós saberemos. “Com certeza não vai ser. Não tem “se”. A torcida faz a diferença aqui”, falou, com confiança.