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SÃO PAULO

"Arrependido até a morte", Juvenal diz que Aidar "vai trair o São Paulo"

Após ser demitido das categorias de base do São Paulo, ex-presidente criticou atual mandatário

postado em 16/09/2014 11:34

Gazeta Press

No dia em que foi demitido do comando das categorias de base do São Paulo, Juvenal Juvêncio deixou evidente sua indignação com Carlos Miguel Aidar. Um dos principais responsáveis pela candidatura do atual presidente, o antigo mandatário afirmou que se arrepende da indicação e fará força como novo opositor da gestão.

Wander Roberto/Vipcomm


“Estou arrependido até a morte. Hoje (segunda), falei que ele tem de saber que é um mau presidente, péssimo. Não está administrando e fica atrás de pequenas fofocas. Falei que ele tem de administrar, porque o clube é grande”, criticou o ex-presidente, em entrevista ao canal Fox Sports. No fim do programa, o ex-dirigente passou mal, mas terminou a participação aparentando estar bem.

Depois de três mandatos no clube, Juvenal Juvêncio deixou o cargo máximo com a vitória de Aidar sobre o opositor Kalil Rocha Abdalla nas eleições de abril. Desde então, o ex-presidente virou o diretor das categorias de base, mas desavenças levaram à demissão nesta segunda.

“Como ele me traiu, vai trair o São Paulo, vai depredar este clube. A sorte é que o time está ganhando, porque, no futebol, quando a equipe vence, o presidente é bom. Mas fomos nós que montamos este time, ele não entende de futebol. Não ia aos jogos por 24 anos, preferia ir ao Guarujá”, acrescentou.

A guerra política entre os dois veio a público na semana passada, mas só nesta segunda-feira o ex-presidente foi demitido, depois de uma discussão. A partir de agora, Juvenal Juvêncio será opositor da atual gestão, já que não pretende se afastar dos bastidores do clube.

“Tenho culpa nesse negócio, por tê-lo escolhido. Foi o pior ato que fiz na vida, esportiva ou não. Como vou tirar um cara desses? Vai dar trabalho, são dois anos e meio”, comentou.

O nome de Aidar foi escolhido como candidato da situação entre quatro opções, já que Carlos Augusto de Barros e Silva, Júlio Casares e Roberto Natel também esperavam participar do pleito. Por influência de Juvenal, o atual presidente foi o designado para a eleição.

Porém, as divergências entre ambos tornaram insustentável a relação, até por conta da reclamação de Aidar sobre a situação financeira deixada pelo antecessor, que foi enfático para rebater.

“É imbecil. Fechamos todos os anos com superávit. Desde o meu primeiro mandato, temos a CND (Certidão Negativa de Débito). Ele está querendo derrubar o Juvenal. Quando vai dormir, ele olha debaixo da cama para ver se eu estou lá. É muito pequeno”, declarou.

Juvenal ainda ironizou Aidar, dizendo que o novo desafeto é “frágil” e faz “tratamento de beleza para parecer mais novo”. Assim, a guerra política só cresce no clube, enquanto a equipe de Muricy Ramalho disputa o título do Brasileirão.

Escalações - Na entrevista desta segunda, Juvenal Juvêncio ainda admitiu ter se metido em escalações do time quando era presidente. Segundo o ex-mandatário, o técnico Paulo Autuori planejava desmanchar o esquema com três zagueiros para colocar o meia Souza na decisão do Mundial de Clubes de 2005, contra o Liverpool.

“Nós já estávamos no hotel no Japão, e ele disse que, pelas circunstâncias, colocaria o Souza, mas eu falei para ele deixar o Edcarlos. Depois do jogo, o Lugano disse que vencemos porque o Edcarlos não havia cometido erro”, recordou.