Futebol Nacional
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COPA DO BRASIL

Separadas pelo clássico mineiro

postado em 26/11/2014 10:09

Redação /Correio Braziliense

Breno Fortes/CB/D.A Press

As estudantes Laura e Luíza Helena de Araújo, 14 anos, são gêmeas idênticas e com uma grande paixão em comum: o golfe. Mesmo com dificuldades financeiras para praticar a modalidade, elas viajam pelo Brasil e pelo exterior na disputa de campeonatos. No início do mês, Luíza ganhou o 1º Aberto de Golfe de Goiânia. No último domingo, faturou também a sexta etapa do Torneio Nacional Juvenil, em Brasília. A irmã não disputou as competições porque está em recuperação de lesão.

Radicadas na capital federal, as gêmeas são de Minas Gerais. E foi com os parentes de lá que elas aprenderam a gostar também de futebol. Na modalidade, porém, as duas são rivais. Laura torce pelo Atlético-MG, enquanto Luíza é fã do Cruzeiro. Portanto, uma estará contra a outra hoje, na decisão do título da Copa do Brasil.

Na hora do jogo, as duas prometem evitar provocações. “Vamos tentar não comemorar demais uma perto da outra. É assim que a gente faz para não dar briga”, brinca a cruzeirense Luiza, que comemorou no domingo o título brasileiro. Ela jura que a irmã atleticana também ficou feliz com o resultado. “A gente torce pelos times de Minas Gerais. Só tem rivalidade quando os nossos clubes jogam um contra o outro”, explica Laura, que pode ser a campeã da vez na noite de hoje.

O Galo leva vantagem por ter vencido o primeiro duelo por 2 x 0, mas Laura prefere quando a situação está adversa para o alvinegro. “Eu gosto justamente da capacidade do Atlético de ganhar jogos impossíveis, como o 4 x 1 contra o Flamengo nas semifinais”, comenta. Um dos momentos mais especiais da torcedora foi a conquista da Libertadores, no ano passado, após vitória no Mineirão sobre o Olimpia (PAR) nos pênaltis. “Nada vem fácil para a gente.”

A escolha dos times pelas meninas aconteceu quando elas tinham por volta de 6 anos, com influência total da família mineira por parte da mãe, Elizabeth Araújo — o pai torce pelo Fluminense. “Metade é atleticana e a outra, cruzeirense. Uns tios influenciavam uma a torcer pelo Galo e outros, pela Raposa”, relembra.

Elizabeth sabe como é ter rivalidades de times entre parentes próximos. Filha de atleticanos, escolheu o Cruzeiro por causa da avó, com quem conviveu muito na infância. “Até tem muita piadinha, mas todos se respeitam bem, sem nada muito agressivo”, ressalta.

Independentemente do resultado, a noite será de festa. Como o Cruzeiro venceu o Campeonato Brasileiro e tem pela frente a missão complicada de conseguir a virada, Laura admite que também pode comemorar uma vitória atleticana. “O mais importante é que um de nossos times sairá vencedor”, decreta.