Caso misterioso

O armador Bernardo, do Vasco, teria sido espancado por traficantes de uma favela do Complexo da Maré, na madrugada de segunda-feira, no Rio, por ter se envolvido com a mulher de um traficante conhecido por Menor P. Assustado com a repercussão do caso, confirmado pela polícia, o jogador negou o espancamento a amigos. Mas confirmou que foi submetido a tortura psicológica. Ele foi obrigado a se despir e foi agredido com tapas no rosto. A mulher que se relacionou com o atleta é Dayana Rodrigues. A namorada do bandido levou cinco tiros nas pernas, dois deles de raspão.

Bernardo deixou o Rio de Janeiro ontem com medo de represálias dos traficantes. O vascaíno foi intimado a depor como vítima na 21ª DP, em Bonsucesso, mas adiou a ida à delegacia para segunda-feira. Os policiais sustentam que Bernardo foi amarrado, torturado e atingido por socos e pontapés a mando do traficante, depois de flagrado por bandidos com Dayana na Favela Salsa e Merengue. De lá, foram levados para uma casa na Vila do João, onde foram deixados nus, amarrados com fita crepe, torturados e espancados.

INTERVENÇÃO O armador só não foi assassinado por causa da intervenção do lateral-direito Wellington Silva, do Fluminense, criado na comunidade. Bernardo estaria acompanhado do tricolor e do volante Charles, do Palmeiras, quando foi flagrado pelos traficantes. Wellington Silva teria argumentado que, se os bandidos matassem Bernardo, haveria retaliação com a implantação de uma UPP na favela. O jogador do Flu nega: “Ele me ligou e disse o que ocorreu. Eu falei: ‘Tu é doido?’ Já o palmeirense não se pronunciou sobre o caso. Ele treinou normalmente ontem.

O Vasco vai dar apoio jurídico e psicológico a Bernardo. O armador informou aos torcedores, por meio do perfil de um amigo no Instagram, que está bem. Ele é pai de quatro filhos, que têm entre 10 meses e 6 anos, e mantém um relacionamento com a estudante Monique Braga.