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MERCADO

Parceiro de mineiros em grandes contratações, agente revela bastidores de Pratto e Arrascaeta

André Cury contribuiu para as chegadas de argentino e uruguaio

postado em 22/01/2015 16:00 / atualizado em 22/01/2015 16:19

Arquivo Pessoal/ Gustavo Andrade/Superesportes

O nome André Cury pode não significar algo para torcedores de Atlético e Cruzeiro. Porém, o agente é personagem das últimas contratações dos arquirrivais mineiros. No currículo recente do intermediário estão as chegadas de Lucas Pratto e De Arrascaeta a Minas Gerais.

“Em abril do ano passado eu levei o vídeo do Pratto ao Levir. Em 75% das vezes, o agente é que indica o jogador, vê a possibilidade conforme o plantel. Você tem que ler o que falta na equipe para não oferecer qualquer coisa. Ali o André não era opção e o Jô começava a viver fase instável”, disse ao Superesportes.

Além de Lucas Pratto, outros jogadores do Atlético, como Maicosuel, Pierre, Edcarlos e Luan, vieram com a chancela do agente. “Foram jogadores que eu indiquei. Posso dizer que o Luan é meu xodó. Tenho um carinho especial pelo garoto. Quando pedi licença ao empresário do Luan para levá-lo ao Atlético, eu tinha certeza de que um dia ele seria substituto do Bernard. Cheguei a brincar com o Alexandre Kalil”.

Para trabalhar com dois times que carregam uma rivalidade histórica, Cury comenta a necessidade de alguns cuidados. Para ele, é antiético oferecer o mesmo jogador ao mesmo tempo. “Tem que ter profissionalismo. Atendo Cruzeiro e Atlético.Não adianta oferecer o mesmo jogador a dois times. E se os dois quiserem?”avaliou.

Quatro indicações ao Cruzeiro

No Cruzeiro a realidade não é diferente. Dos reforços de 2015, quatro têm ligação com o empresário. A principal estrela é o uruguaio De Arrascaeta, mas a Raposa recebeu indicações para contar com Felipe Seymour, Fabiano e está prestes a fechar com Eugenio Mena.

“Eu vou dizer duas situações do meia De Arrascaeta e do Felipe Seymour. O chileno é indicação minha. Eles não conheciam e eu disse ao Alexandre (ex-diretor), 'você não tem um primeiro volante que mata'. Eu disse para contratar e mostrei material. Eu indico jogadores que conheço como pessoa e jogador. Já no uruguaio quem me pediu para dar um apoio foi o Valdir. Ele me conhece há 20 anos e sabe que dificilmente vou perder uma concorrência. Economizamos R$ 3 milhões entre salário e transferência em relação ao Internacional”, destacou.

Sobre a brincadeira de ser o “novo diretor de futebol do Cruzeiro”, pelo excesso de jogadores indicados”, Cury disse que trabalha há muitos anos com o clube.

“Não tem isso (risos). Comecei a lidar com o Cruzeiro em 1998. Inclusive, com o clube, fui pioneiro na divisão dos direitos econômicos dos jogadores. Isso ocorreu na saída do Luisão (zagueiro), Alê e Zé Roberto do Juventus para o Cruzeiro, com cada um ficando com 50%. Por muito tempo fiz muitos negócios, troca do Magrão pelo Fred, Irineu, Augusto Recife, Rômulo, entre outros”, acrescentou.

Carreira

Arquivo pessoal
Com mais de 250 transferências internacionais, Cury prestou serviço à Euro Export (da família Bertolucci) e também para a Traffic, antes de se tornar independente. Mineiro de Poços de Caldas, o empresário tem escritório em São Paulo e trabalha em cooperação na América do Sul com Gustavo Gõni (Argentina) e Fernando Felicevich (Chile).

Um dos grandes negócios da carreira do agente está na ida de Neymar ao Barcelona. Hoje, ele é representante do time espanhol em toda a América. Para vencer a concorrência de Real Madrid, Manchester City e Chelsea, Cury destacou três motivos.

“Só vencemos na transferência pelo desejo do jogador em jogar no Barça, clube que ele é apaixonado, por ter sido o primeiro a fazer acordo e por respeitar todas as partes. O Neymar deixou de ganhar dinheiro, mas não ligou porque é um menino fantástico, dentro e fora do campo. O prêmio de melhor do mundo irá chegar uma hora para compensar. O importante é que ele realizou o sonho. Não trabalho pensando apenas em dinheiro”

Retorno financeiro

Por fim, o agente explicou como sua função é exercida no mercado do futebol e o retorno que as pessoas do ramo recebem nas transações entre clubes..

“Na verdade o clube de futebol pede pelo serviço de dois agentes. Um faz a intermediação e outro cuida do jogador. Não sou agente do Maicosuel, Pratto, Arrascaeta, Seymour...cobro uma comissão que varia entre 3% e 10% sobre o valor da transferência. Às vezes não tem uma transferência, o clube me paga por esse serviço (casos de empréstimo). Depende do caso. A intermediação é caso a caso”.

Para fins de agenciar jogadores, a forma de cobrança é similar. “O contrato do jogador com o agente é entre 5% e 10% do salário. Às vezes paga para dois agentes, depende também”, completou.

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