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CRUZEIRO

Cruzeiro volta atrás, admite que conversou com Ronaldinho Gaúcho, mas negócio não evoluiu

Clube tinha pretensão de utilizar craque como garoto-propaganda

postado em 05/05/2015 19:50 / atualizado em 05/05/2015 20:01

REUTERS/Alejandro Acosta
A diretoria do Cruzeiro confirmou nesta terça-feira que chegou a negociar a contratação de Ronaldinho Gaúcho, mas, de antemão, avisou que a transação não evoluiu e as conversas foram paralisadas.

No sábado passado, o gerente Valdir Barbosa chegou a dizer que a negociação de Ronaldinho com o Cruzeiro era “conversa fiada”. Já nesta terça, ele confirmou ao canal Fox Sports que houve conversas.

“Chegou para a gente que poderia ser feito um acordo com Ronaldinho Gaúcho. Ele poderia rescindir agora (com o Querétaro-MEX) e estaria interessado em voltar ao futebol brasileiro, em jogar no Cruzeiro, mas não foi feita nenhuma proposta para o Ronaldinho, conforme foi divulgado. Comentou-se que, para pagamento de salário, essa pessoa que trouxe a proposta disse que poderia se colocar investidores. Mas o assunto não prosseguiu. Há aproximadamente dez dias não se fala mais nisso”, declarou Valdir à emissora.

O fato é que o Cruzeiro negociou dois modelos de contrato com Roberto Assis, irmão e agente de Ronaldinho Gaúcho. Um vínculo mais extenso, indo até 2016, logo descartado pelo clube, e outro de seis meses, entre julho e dezembro deste ano, que só não foi concluído porque investidores convidados para ajudar a bancar o craque não 'compraram' a ideia.

Roberto Assis exigia inicialmente R$ 1,4 milhão de salários e, durante as conversas, baixou a pedida em apenas R$ 100 mil. O Cruzeiro admitia pagar R$ 1 milhão, mas, para isso, contava com a ajuda de empresas parceiras. O problema é que, com a economia em recessão, esses “patrocinadores” não toparam encarar o alto investimento.

O clube não visava tanto o retorno técnico de Ronaldinho e sim os ganhos com marketing. O craque seria uma espécie de garoto-propaganda e estimularia a venda de camisas. Ao mesmo tempo, seria desconstruída a imagem de ídolo do rival Atlético, onde o astro conquistou um Mineiro, uma Copa Libertadores e uma Recopa Sul-Americana.

O “vazamento” dos valores envolvidos na negociação, na última sexta-feira, foi decisivo para a paralisação das conversas. O presidente Gilvan de Pinho Tavares, que todo o tempo esteve distante das conversas, justamente por não ter convicção das vantagens da vinda de Ronaldinho, avisou a seus diretores no sábado que não mais falassem com Roberto Assis. O elenco não receberia bem a notícia do supersalário na Toca da Raposa II.

Por conta disso, já no domingo, Ronaldinho comemorou em suas redes sociais o título mineiro do Atlético sobre a Caldense, sepultando qualquer reativação das conversas.

No Atlético, Ronaldinho tinha um contrato bem mais modesto. O meia recebia R$ 300 mil, mais adicionais por produtividade. Em entrevista recente, Roberto Assis revelou que o Atlético ainda deve ao jogador R$ 10 milhões.

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