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COLUNA DO JAECI

Confrontos iguais nas oitavas

'O fato de Galo e Raposa terem avançado é um alento para os torcedores do estado. Seria terrível ver Corinthians, São Paulo e Inter na disputa e o pessoal daqui batendo palmas'

postado em 25/04/2015 12:00

Marcos Vieira/EM/D.A Press


Galo e Raposa vão enfrentar Internacional e São Paulo, respectivamente, nas oitavas de final da Libertadores. Não eram os adversários com que sonhavam, pois nunca é bom pegar time do mesmo país agora, mas, com baixo rendimento, foi o que deu. Ambos estão no lucro, depois de ficar bem perto da eliminação. Felizmente para eles, não há equipe referência no país e qualquer resultado será normal. Não há favoritos. Dessa vez, o Atlético vai decidir fora, precisando fazer o dever de casa bem-feito no Independência, para ir em vantagem a Porto Alegre. Se os mineiros têm pretensões na competição, que melhorem pelo menos 50%. Na primeira fase, não convenceram nem os mais otimistas.

Seus técnicos são teimosos. Levir Culpi insiste em Patric, Carlos, e volta e meia substitui Lucas Pratto. Precisa entender que Thiago Ribeiro foi contratado para ser titular. Inscrito na próxima fase, deverá começar contra o Inter. E ainda há Maicosuel. Se os dois não tiverem condições, aí o treinador pode optar pelo Carlos, que nunca mais jogou bola. Com Thiago Ribeiro, para mim excepcional jogador, Guilherme e Dátolo livres das contusões e Pratto, venho dizendo aqui e no Alterosa no ataque, o Galo terá um dos melhores ataques do país. Não adianta inventar. O presidente Daniel Nepomuceno não gastou dinheiro à toa.

Na lateral direita, Marcos Rocha é unanimidade. Regular o ano inteiro, não tem reserva à altura. Quando está contundido, é melhor alguém ser improvisado. A não ser que se inscreva Carlos César. Para mim, mesmo tendo dado o passe para o gol de Pratto na quarta-feira, Patric é muito fraco para vestir a camisa alvinegra. Vale lembrar que o técnico não é dono do clube e de vez em quando é necessária uma conversa de pé de ouvido com o presidente. O dirigente não tem de escalar ninguém, mas pode sugerir na condição de principal mandatário.

Vejo o Atlético mais forte nas oitavas, com o grupo crescendo na hora certa e jogadores se recuperando de contusão. Mas, como um dos piores segundos colocados, não terá a vantagem de decidir no Horto, onde costuma ser imbatível. Mas, com uma linha ofensiva formada por Guilherme, Dátolo, Thiago Ribeiro e Lucas Pratto, acho que ele entrou de vez na briga para ir longe na Libertadores.

Quanto ao Cruzeiro, que pegou grupo fraquíssimo e teve dificuldades, precisa se reorganizar, criar um padrão de jogo e um esquema que lhe favoreça. O time mais parece um bando, com jogadores tendo atuações pífias. Nem o Mineirão, palco onde era quase imbatível, tem sido suficiente. As apresentações nesta edição deixam muitas dúvidas, ainda mais que o rival será o São Paulo, contra o qual ele não se dá muito bem. A falta de um armador, um cérebro para pensar juntamente com De Arrascaeta, tem deixado a equipe vulnerável, mas talvez esse homem esteja na própria Toca da Raposa. Gabriel Xavier, também novo, é excelente, mas parece não ter caído nas graças do treinador. Outro ponto fraco é Leandro Damião, centroavante estático, que só faz gols contra equipes fracas. Foi ele quem simulou um puxão na própria camisa quando atuava pelo Santos. Eu já disse que a Alemanha enterrou esse tipo de atacante. O cara que atua ali tem de tabelar, criar e finalizar com a mesma eficiência.

Se tivesse de apostar minhas fichas em Galo e Raposa, não apostaria nem um centavo. O que fizeram na primeira fase deixam os torcedores apreensivos. Vejo o alvinegro mais encorpado e inteiro, porém, nada que empolgue muito. Pelo menos, ele enfrentou adversários difíceis. Já o Cruzeiro pegou os piores e teve dificuldades sempre. O fato de os dois terem avançado é um alento para os torcedores do estado. Seria terrível ver Corinthians, São Paulo e Inter na disputa e o pessoal daqui batendo palmas. Pelo menos nas oitavas, as chances são iguais, já que não há nenhum time excepcional. Os “piadistas” de São Paulo que apontaram os corintianos como a quinta melhor equipe do planeta viram o mundo desabar com as duas últimas derrotas do Timão.

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