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CAMPEONATO MINEIRO

Tricordiano volta a protagonizar polêmica, e árbitro relata ameaça de morte em Três Corações

Presidente da equipe teria dito ao juiz que 'é bandido' e que 'encheria carro de bala'

postado em 04/04/2016 17:22 / atualizado em 04/04/2016 19:05

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O Tricordiano voltou a protagonizar um episódio polêmico no Campeonato Mineiro. Depois de colocar em xeque a credibilidade do torneio, o presidente do clube de Três Corações, Gustavo Vinagre, voltou a atacar a arbitragem. Desta vez, porém, em tom muito mais agressivo. Derrotado no jogo diante do Tupi, nesse sábado, o dirigente invadiu o gramado para cobrar o árbitro Gabriel Murta Barbosa Maciel, que relatou graves ameaças na súmula da partida.

“Você acha que vai vim aqui e fazer resultado? Eu vou te matar! Eu sou bandido! Vou encher seu carro de bala! Você não sai daqui hoje! Você veio fazer resultado para a Federação. Você conseguiu tudo que você queria seu safado, ladrão!”, teria dito o presidente do Tricordiano, de acordo com relato do árbitro. Além de Vinagre, o supervisor de futebol do clube, Rachid Neto, teria tentado a intimidação. “Babaquice isso tudo! Vai tomar no c* seu safado, ladrão! Fazedor de resultado!”, relatou o árbitro.

A súmula do confronto (leia aqui) pelo Campeonato Mineiro é tomada por observações do trio de arbitragem. Em dado momento, Gabriel Murta Barbosa disse que precisou ser protegido por quatro milicianos, além da Polícia Militar, pois corria sério risco com a fragilidade na segurança do vestiário da arbitragem.

“O vestiário ficou cercado por dezenas de policiais militares e ainda com a presença de quatro milicianos em seu interior junto de nós, a fim de se evitar qualquer problema maior do que os causados pelo presidente do clube, ou até mesmo pelas pessoas que este estava incitando contra nós e também os funcionários da Federação Mineira de Futebol”, relatou.

Expulsões inusitadas

Além dos registros contra Vinagre e diretoria do Tricordiano, o árbitro da partida também contou sobre indisciplinas cometidas por um gandula do jogo e até pelo maqueiro do Estádio Municipal Elias Arbex. “Aos 41 minutos do segundo tempo, excluí o gandula (...) proferindo os seguintes dizeres: ‘Pau no c*, filho da p***! Vamos te pegar depois. Vai se fu***, ladrão, safado!”, relata Gabriel Barbosa.

“Aos 43 minutos do segundo tempo, excluí o maqueiro (...). Quando estava retirando o atleta nº 08 da equipe do Tupi, para ser atendido pelo médico, o fazia sem nenhum cuidado, saindo apressadamente do campo de jogo e quando o jogador pediu a ele que fosse mais devagar o mesmo o retrucou tendo dirigindo-se ao atleta de maneira desrespeitosa, dizendo: ‘Não enche meu saco, vai tomar no seu c*, babaca!’. Momento este em que eu me aproximei e pedi calma ao mesmo e ele me ofendeu dizendo: ‘Vai a m****, babaca! Você é ladrão, filho da p***! Veio pra fazer resultado. Era pra ter dado pênalti aquela hora”.

Zagueiro e capitão do Tricordiano, Paulo Henrique da Costa também foi expulso após a partida por tentar agredir ao árbitro, segundo a súmula da partida. Segundo o árbitro, o defensor também o acusou de tentar "fazer o resultado para eles". "Informo ainda que o atleta estava muito alterado e que só não nos agrediu fisicamente por conta da ação da PM", completou Gabriel.

FMF lamenta

A reportagem procurou o presidente da comissão de arbitragem da Federação Mineira de Futebol, Giuliano Bozzano, que lamentou profundamente o episódio e as acusações feitas pelos dirigentes do Tricordiano.

“Ainda não parei para pensar sobre isso (medidas que a Federação poderá tomar). Qualquer ilação, qualquer posição de alguém que fale nesses termos, com esse peso de acusação, são muito graves. Lamento pelo episódio e refuto. A Federação vem fazendo um trabalho sério. Vamos aguardar a posição que pode ser tomada, aguardar mais informações”, ponderou.

Gustavo Vinagre e Rashid Neto, citados pelo árbitro Gabriel Murta Barbosa, não atenderam as ligações.

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