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CAMPEONATO MINEIRO

Regulamento, gramado, laudos vencidos e grana 'impedem' URT de receber Atlético

FMF definiu que ida da semifinal do Estadual será disputada no Mineirão

postado em 10/04/2017 17:13 / atualizado em 10/04/2017 22:05

Bruno S.C. Junior
URT e Atlético se enfrentam no acanhado Bernardo Rubinger de Queiroz, pela semifinal do Campeonato Mineiro. Esse cenário, de 2016, bem que poderia se repetir neste domingo, às 11h, pela mesma fase do mesmo torneio. Entretanto, quatro fatores fizeram com que o time de Patos de Minas “mandasse” o jogo no Mineirão: laudos vencidos, gramado irregular, regulamento e, é claro, a expectativa de boa arrecadação em Belo Horizonte.

A situação já repercute nos bastidores das equipes que disputam o campeonato. Afinal, há prejuízo esportivo para a URT. Apesar dos questionamentos, a Federação Mineira de Futebol (FMF) se utiliza do regulamento do Estadual para defender a "inversão de mando".

Regulamento

As regras do Campeonato Mineiro definem que um estádio precisa ter capacidade de público de, no mínimo, 10 mil torcedores para receber uma semifinal. Por isso, o Zama Maciel - casa da URT - não poderia ser sede da partida contra o Atlético. Por conta do regulamento, a equipe de Patos de Minas começou a cogitar outras possibilidades.

Laudos

A primeira hipótese cogitada foi, assim como em 2016, realizar o jogo no Bernardo Rubinger de Queiroz. O estádio do Mamoré, entretanto, apresenta restrições. Os laudos de prevenção e combate a incêndio e de condições sanitárias e de higiene venceram em 7 de abril - exatos três dias antes da decisão da Federação Mineira de Futebol (FMF) sobre os locais das partidas do mata-mata.

A última partida realizada no estádio foi no dia 1º de abril. Na ocasião, o Mamoré derrotou o Araxá por 4 a 2 e se livrou do rebaixamento no Módulo II do Estadual.

Gramado

Reprodução/FMF
Além dos problemas com a validade dos laudos, o Bernardo Rubinger de Queiroz não teve gramado aprovado por vistoria. Dessa forma, o estádio não poderia - segundo os padrões da FMF - receber o jogo.

Caixa

Em seguida, a URT definiu: o jogo será mandado no Mineirão. A torcida, naturalmente, será favorável ao rival - e o prejuízo esportivo é evidente. Entretanto, há um ponto positivo para a diretoria do clube: dinheiro.

A expectativa de público para a partida é boa, especialmente por ser às 11h de domingo - horário que tem se estabelecido como sucesso de bilheteria. O presidente da URT, Roberto Túlio Miranda, explicou que, por conta do jogo, o clube receberá valor fixo de uma empresa, além de uma parte da renda.

Atlético se beneficia de algo que combateu no Brasileiro

Com a realização do primeiro jogo no Mineirão, mesmo com mando da URT, o Atlético se beneficia de expediente que combateu com veemência no Brasileirão. Em fevereiro, na reunião do Conselho Técnico da CBF, o Atlético sugeriu a proibição da "venda e inversão de mandos" nas Séries A e B do Brasileiro. A sugestão acabou aprovada a partir da edição deste ano.

Na ocasião, ao ser ouvido sobre a mudança no regulamento, o presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, alegou que o grande problema é que alguns clubes passaram a se beneficiar tecnicamente com a venda de mandos em fases decisivas do Brasileiro. Por isso, a maioria votou a favor da proibição.

“A ideia de levar o time para jogar em outras praças é linda, mas o que aconteceu na prática foi que clubes que não tinham mais o que disputar venderam o mando por questão financeira e inverteram o mando. Isso é contra qualquer fair play. Empresários apareceram para comprar os mandos. Santa Cruz e América venderam o mando não com a intenção de levar público. Acaba gerando inversão de mando. Isso que somos contra”, argumentou Daniel Nepomuceno ao lembrar, por exemplo, dos jogos entre América e Palmeiras, em Londrina-PR, em 9 de outubro, e Santa Cruz e Corinthians, em Cuiabá-MT, em 12 de outubro, já na reta final do Campeonato Brasileiro do ano passado. Nas duas ocasiões, os visitantes tiveram mais torcedores.

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