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CAMPEONATO MINEIRO

Comandante geral da PM ratifica que final do Mineiro no Horto poderá ter duas torcidas

Presença dos cruzeirenses no segundo jogo da final, com mando do Atlético, no Independência, depende agora de acordo entre clubes e FMF na próxima terça

postado em 29/04/2017 15:47 / atualizado em 29/04/2017 16:04

Reprodução Facebook Itatiaia
O comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais, Helbert Figueiró, ratificou neste sábado, em entrevista Rádio Itatiaia, que a corporação tem condições de garantir a realização do segundo clássico da final do Campeonato Mineiro, entre Atlético e Cruzeiro, marcado para o Independência, no domingo, dia 7 de maio, às 16h, com as duas torcidas (90% de atleticanos e 10% de cruzeirenses). Diante de mais um posicionamento da PM nesse sentido, a presença da torcida do Cruzeiro na finalíssima só depende do acordo dos clubes e da Federação Mineira de Futebol (FMF) na reunião marcada para a próxima terça-feira. Nesse encontro, serão tomadas todas as providências para o duelo no Horto.

”O posicionamento da Polícia Militar é que o jogo pode acontecer no Independência sim, seja ele com torcida única, seja ele com torcia 90/10, seja da forma que a FMF e os clubes assim decidirem. (...) A Polícia Militar fará a segurança e o policiamento na segunda partida no Independência, volto a dizer, da forma que for deliberado por quem tem competência para essa deliberação”, disse comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais, Helbert Figueiró, referindo-se à reunião de terça-feira, na sede da FMF.

O comandante destacou apenas que o Independência não é o estádio adequado para receber uma final de campeonato com as duas maiores torcidas de Minas Gerais, exclusivamente por sua localização dentro de um bairro residencial e pela restrição das vias de acesso.

”Definitivamente não é a melhor alternativa. E por que isso? Não é por conta do estádio, da estrutura do estádio, é por conta do acesso ao estádio. O Independência, o acesso dele se dá pelo metrô ou pela Avenida Silviano Brandão ou pelo interior do bairro Sagrada Família. E quando a gente tem eventos desse porte, considerando a rivalidade entre as torcidas, o esquema de segurança que a polícia tem que armar para isso, ele gera um impacto na comunidade local muito grande. Gera impacto no Santa Tereza, no Sagrada Família. Pra fazer o acesso da torcida que não é mandante, a gente tem que parar o bairro durante 30 minutos para que a torcida chegue com a escolta devida, faça o acesso ao estádio. O entendimento da PM é que o jogo lá, com essa característica, ele gera maior probabilidade de haver problema, de haver necessidade de uso de força”, ponderou Helbert Figueiró.

Início do imbróglio


O impasse sobre a presença da torcida visitante, do Cruzeiro, no clássico de volta da final, começou na segunda-feira, dia 24 de abril. Na ocasião, em entrevista ao Superesportes, o coronel Schubert Siqueira Campos, da Polícia Militar, vetou a realização do jogo no Independência com duas torcidas. A justificativa, na ocasião, não foi a localização do estádio e sim a existência de estruturas metálicas atrás de um dos gols, onde a operadora iniciou obras de ampliação da arena.

“Tratando-se de final, estamos liberando o Independência apenas com torcida única. O estádio está em obras, há no local material diferente do que existia lá em outras ocasiões. Preocupados com o bem-estar do torcedor, tomamos essa decisão. Nossa preocupação é com o torcedor”. Questionado se a Polícia alteraria o veto em caso de pedido da Federação Mineira, o coronel Schubert negou veementemente. “Não há nenhuma hipótese de a Federação Mineira passar por cima da nossa decisão. Neste momento, a Polícia Militar não abre mão da decisão de só aceitar o Independência, numa final, com torcida única”.

Reação do Cruzeiro

Por conta desse posicionamento, o Cruzeiro se movimentou nos bastidores para reverter o cenário. Na tarde dessa quinta-feira, representantes do clube se reuniram com o promotor Paulo de Tarso Morais Filho, da 14ª Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais, para pedir ajuda na condução das conversas com a PM, de forma que a torcida cruzeirense pudesse comparecer à segunda partida da final, com 10% da carga de ingressos. No jogo de ida, os atleticanos já estavam com esse direito assegurado.

Recuo da PM

Nessa sexta-feira, depois de um primeiro contato do Ministério Público Estadual, a Polícia Militar já apresentou discurso conciliador, sem qualquer veto à torcida visitante no Independência. Apenas ponderações. “A PM tem condições de se adaptar de acordo com o que exigirem. Tecnicamente, nosso parecer foi aquele [de vetar jogo com duas torcidas no Horto]. Foi tão somente preocupado com a segurança. Se FMF e clubes entenderem por bem uma outra divisão de torcida, temos condições de prestar um bom serviço lá. Mas a expectativa é que se acontecer algo, a polícia não sofra com isso, pois fizemos nosso trabalho. O MP já entrou em contato com a PM. O que foi dito é que a PM, como responsável técnica pela segurança pública, está preocupada com a integridade do torcedor e dos moradores. O problema não é só nas quatro linhas. A PM não é contra o evento, mas visa a resguardar a cidade como um todo, independentemente do time que está envolvido no jogo. Não é acovardamento ou falta de condições de prestar policiamento. Temos condições de prestar um bom serviço lá. Na próxima reunião, queremos acreditar que isso tudo seja acertado”, disse o coronel Schubert Siqueira Campos à reportagem.

Cruzeiro aciona até secretário de estado

Antes de saber da mudança de posicionamento da PM quanto ao veto à sua torcida no Horto, o Cruzeiro agendou encontros com o comandante Helbert Figueiró para terça-feira e com o secretário de estado de segurança pública, Sérgio Barboza Menezes, para quarta. A intenção era garantir a presença dos cruzeirenses no segundo duelo da final.

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