Sport
None

Trio de Ferro

Sport, Náutico e Santa mantêm o mesmo técnico, simultaneamente, 51 anos depois

Última vez que alvirrubros, tricolores e rubro-negros mantiveram juntos os treinadores entre as temporadas foi entre 1960 e 1961

postado em 11/12/2011 14:45 / atualizado em 11/12/2011 14:48

Brenno Costa /Diario de Pernambuco , Celso Ishigami /Diario de Pernambuco

As páginas amareladas dos livros que contam a história dos clubes locais comprovam. A manuntenção do treinador no cargo na virada de uma temporada para outra está longe de ser uma regra na trajetória do futebol pernambucano. Nem mesmo na chamada "Era de Ouro" do esporte, em que o amor ao clube era valorizado, a permanência do comando técnico era rotina. O que dizer, então, de Sport, Náutico e Santa Cruz virarem o ano com os mesmos treinadores? A trinca Mazola, Waldemar Lemos e Zé Teodoro faz história.

A última vez em que Trio de Ferro conseguiu o feito foi no biênio 1960/1961. Há exatos 51 anos. No comando do Leão, estava Palmeira. No Tricolor, Ricardo Dias. No Timbu, Gentil Cardoso. Figuras importantes e com histórias peculiares do futebol estadual. No ato de manter a base de um ano para outro, quem levou a melhor foi o time da Praça da Bandeira. Afinal, Palmeira conduziu o time ao título estadual. Antes, porém, Gentil Cardoso já havia "garantido" a permanência na Rosa e Silva com o título estadual de 1960.

O detalhe encontrado pelas pesquisas realizadas pela reportagem do Superesportes é que a anormalidade de permanecer de um ano para outro com o mesmo treinador não é privilégio dos profissionais do século 21. Elas chegaram muito antes das tentadoras fortunas oferecidas aos profissionais e da tradicional pressão sacudida sem "poréns" sobre os ombros de um treinador após os maus resultados em algumas rodadas.

"Já nas décadas de 1960 e 1970, inclusive, podíamos ver um treinador se valorizar tanto ao ponto de o clube não poder permanecer com ele aqui em Pernambuco. O próprio Duque, no Náutico, não ficou depois de ser campeão", revelou o historiador Carlos Celso Cordeiro.

Mas, por que é tão difícil de se alcançar o "simples" ato de ficar em um clube por mais de uma temporada? De acordo com o treinador Waldemar Lemos, tudo isso faz parte da cultura que foi imposta no futebol brasileiro. "Futebol é feito de interesse. Todo mundo sabe disso. E, pelas coisas há no futebol, dependendo do perfil do clube, quem acaba sendo sacrificado nos problemas de uma representação é sempre o treinador", opinou Waldemar. "Talvez isso um dia mude. Mas a tendência é que ainda passe muito tempo para que algo novo viés venha a surgir na nossa realidade."