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Apegado à tradição, Eurico Miranda ameaça que Vasco deixará de mandar seus jogos no Maracanã

Presidente voltou a mostrar seu lado polêmico em defesa dos interesses do clube

postado em 04/12/2014 14:11 / atualizado em 04/12/2014 14:17

Gazeta Press

Marcelo Sadio/vasco.com.br
Há menos de dois dias à frente do Vasco, o presidente Eurico Miranda voltou a mostrar seu lado polêmico em defesa dos interesses do clube. O dirigente reavivou uma antiga polêmica com o consórcio que administra o Maracanã e ameaçou não levar seu time para jogos no estádio. O motivo da revolta é a localização da torcida vascaína nas arquibancadas.

Desde 1950, ano que o Maracanã foi inaugurado, a torcida do Vasco ocupa o lado direito das cabines de televisão, entrando pela Rua Eurico Rabelo, no lado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O clube adquiriu o direito de nunca mudar de lado por ter sido o primeiro clube a conquistar o título do Campeonato Carioca na Era Maracanã. Tradicionalmente, o Flamengo também fica do lado oposto para facilitar assim os esquemas de segurança em jogos da maior torcida da capital carioca. Logo, Fluminense e Botafogo acabaram ficando sem lado fixo.

A história, porém, começou a mudar quando o Fluminense assinou convênio com o Consórcio Maracanã e colocou uma cláusula que lhe dá o direito de posicionar sua torcida sempre do lado que pertencia ao Vasco. Os empresários do Consórcio entenderam que o Tricolor deveria ser privilegiado, uma vez que assinou contrato e que o Vasco tem um estádio próprio, São Januário, portanto, utilizando pouco o Maracanã.

“Já vou antecipar que não existe nenhuma possibilidade de o Vasco jogar contra o Fluminense ou contra qualquer outra equipe sem que sua torcida fique do lado que tem direito”, falou o cartola, que ainda fez questão de dizer que seu objetivo não é polemizar.

“Não estou fazendo isso por birrinha. Se as pessoas não gostam de preservar a história, o Vasco gosta. Nós adquirimos o direito de escolher o lado de nossa torcida após a conquista do primeiro título carioca da Era do Maracanã. O estádio não mudou de nome com o novo consórcio e por isso queremos que nosso direito seja preservado”, disse Eurico.

Neste cenário, o único problema aconteceria mesmo em dias de clássico contra o Fluminense, uma vez que diante de Botafogo e Flamengo não haveria motivo para o Vasco modificar o lado de sua torcida. Assim, o primeiro embate entre ambos deverá acontecer em 22 de fevereiro, quando eles duelarão pela fase de classificação da Taça Guanabara.

A rivalidade entre Vasco e Fluminense aumentou muito nos anos em que Eurico Miranda presidiu o clube Cruz-maltino e se indignou com o assédio feito pelos dirigentes tricolores a jogadores vascaínos. Naquela época, Darío Conca trocou São Januário pelas Laranjeiras e o atacante Leandro Amaral chegou a ser impedido por vias judiciais de trocar o Vasco pelo Fluminense.

Antes disso, em 1999, Eurico fez diversos deboches públicos com o Fluminense pelo fato de o Tricolor ter sido rebaixado e estar disputando a Série C do Campeonato Brasileiro. O dirigente ainda disse ter ajudado o Tricolor a permanecer na elite do futebol nacional em 1996, ano em que caiu em campo e acabou beneficiado por uma decisão na Justiça Desportiva.

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