No currículo, ele soma 24 medalhas paralímpicas - nove só na Rio-2016. Foi só chegar no Centro Paralímpico em São Paulo, onde está sendo realizado o Parapan-Americano de Jovens nesta semana, que Daniel Dias virou alvo de tietagem. "Eu nunca deixei de falar do Clodoaldo Silva, que foi uma grande inspiração e exemplo para mim. Sei que aqui tem muitos que sentem o mesmo por mim. Então, o pouco que seja estar aqui, sei que vai fazer diferença para eles", comentou o atleta, enquanto distribuía sorrisos, pousava para fotos e conversava com os fãs.
O multicampeão já havia marcado presença na abertura do evento que reúne cerca de 800 atletas de 13 a 21 anos de 20 países. Nesta quinta-feira (23/3), ele acompanhou provas da natação, que contou com dois alunos do instituto que leva o nome do nadador: Leandro Chinaglia, 15 anos, da classe SB6, e Beatriz de Oliveira, 15, da classe S8.
"O ambiente de competição é onde me sinto mais à vontade", brinca Daniel Dias, ao dizer estar feliz com tantas crianças competindo e se divertindo no evento. "Quem sabe eu possa encontrar muitos deles em 2020 competindo comigo nos Jogos de Tóquio ou até como adversários de outros países", almeja.
Aos 28 anos, Daniel Dias é o maior medalhista paralímpico brasileiro. Ainda assim, lamenta não poder ter contado com uma competição internacional juvenil no início da carreira. "Eu não tive isso", conta. O Parapan de Jovens começou em 2005 e está na quarta edição. "Mostra que o esporte paralímpico está crescendo. Sempre falamos de renovação e o caminho é esse: investir na base", crava. Para o nadador, sentir aquele friozinho na barriga antes da competição, que ele jura sentir até hoje, aos 13, 14 anos é o caminho para se criar um grande atleta.
A repórter viaja a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)