O Brasil está representado na competição. Além disso, o time verde-amarelo já tem candidato a estrela: o padre Neimar, xará, com “i”, do maior craque do futebol do país atualmente.
O padre dribla as comparações com o astro do Barcelona. Diz que prefere atuar em outra posição. “Eu sou volante, o camisa 5. Sou jogador mais de marcação. Só busco inspiração no xará mais novo quando vou cobrar faltas”, afirma, em entrevista ao Correio.
Mesmo sem jogar no ataque, o clérigo rasga elogios ao craque. “Ele é muito talentoso, veloz, dedicado, focado, disciplinado… É um histórico de vitórias a cada dia”, enaltece Neimar.
Os padres brasileiros estão honrando a tradição do país dentro das quatro linhas. Até aqui, foram seis jogos: sendo quatro vitórias, um empate e um derrota diante do atual campeão, o Colégio Internacional Maria Mater Ecclesiae. No entanto, o único revés do esquadrão brasileiro foi em uma partida sem importância, pois os representantes do Brasil já estavam com a classificação para as quartas de final assegurada.
Goleiro do Pio Brasileiro — nome do esquadrão verde-amarelo —, o padre Carlos Gomes está sendo chamado de “São Carlos” pelo time, depois de se tornar o herói do triunfo sobre o Vaticano-Anselmiano na disputa por pênaltis. Não é por acaso: antes de assumir a batina, ele suava a camisa pelo Goiás, onde treinava no time profissional.
Até esta edição, a melhor campanha do Brasil na Clericus Cup foi em 2010, com um terceiro lugar. Desta vez, tendo em vista a publicidade em torno do “Neymar do Vaticano”, como está sendo chamado o padre brasileiro na imprensa italiana, o time passou de uma equipe fraca e despercebida para uma das mais temidas do torneio.
O organizador da competição é o Centro Desportivo Italiano, que enxerga o esporte como “uma ferramenta de desenvolvimento humano e social, buscando um retorno completo quando o assunto é integração das paróquias”. O motivo de os sacerdotes brasileiros estarem em Roma não é o futebol. Eles foram à capital italiana para estudar. Neimar, por exemplo, faz mestrado em missiologia, na Pontifícia Universidade Gregoriana.
Dentro de campo, os padres jogam no próximo dia 6 de maio, pelas quartas de final. O adversário só sera definido no fim de semana, quando serão disputadas as últimas partidas da primeira fase.
Homenagem à Chape
Uma das equipes do torneio resolveu homenagear os 71 mortos no acidente com o avião da Chapecoense, em novembro de 2016. O Chape Cusmano Belga, que conta com o sacerdote brasileiro Adenis de Oliveira, escolheu as cores do Verdão do Oeste para disputar a competição.
O time que resolveu prestar honras aos catarinenses, no entanto, não se saiu bem no torneio. Na estreia, perdeu para o Pio Brasileiro. Depois, amargou mais uma derrota, dessa vez para o Maria Mater Ecclesiae. Com os resultados, dificilmente vai se classificar para a próxima fase do torneio, que termina em 27 de maio.
*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa