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CARATÊ

Após campanha para juntar dinheiro, irmãos ganham seis medalhas no Sul-Americano

Os representantes de Brasília fizeram valer os esforços da mãe, que vendeu rifa e bateu na porta de comerciantes para viabilizar a viagem

postado em 22/07/2017 11:52 / atualizado em 22/07/2017 15:21

Desde janeiro, a moradora de Samambaia Valéria Lima, 37 anos, bateu na porta de comerciantes e empresários de Brasília, vendeu rifas e foi atrás de ajuda entre os amigos. O empenho da mãe dos caratecas Marcos Vinícius Lima, 13 anos, e Maria Eduarda Lima, 12, era para que os filhos pudessem disputar o Campeonato Sul-Americano de Caratê Interestilos Infantojuvenil e Infantil, na Argentina, em julho. Tamanho empenho valeu a pena: os dois brasilienses não só conseguiram viajar, como voltaram da competição com seis medalhas, sendo quatro delas de ouro.

Arquivo pessoal/Facebook

A mãe, e também maior incentivadora dos filhos no caratê, Valéria estimou os custos com inscrições, cobradas em dólares, hospedagem e hotel entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. As estratégias para arrecadar a quantia, porém, esbarravam nas respostas negativas de empresários, com a justificativa da crise econômica do Brasil. Próximo à competição, a família havia conseguido juntar R$ 650, o necessário para pagar somente as inscrições. 

Após a saga por apoio aos caratecas brasilienses ter sido contada pelo Correio, porém, a BancorBrás decidiu cobrir os custos restantes, com hospedagem, alimentação e equipamentos. As passagens foram adquiridas pelo programa Compete Brasília, do GDF.

No Sul-Americano, os irmãos caratecas fizeram valer os apoios. Marcos Vinícius foi campeão na categoria kata individual e kumitê por equipe, além de ter ganhado a prata no kumitê individual e no kata por equipe. Irmã dele, Maria Eduarda voltou para Brasília com dois ouros: na categoria kumitê individual e na kata por equipe.

Dedicação dos jovens atletas

Moradores de Samambaia, os irmãos treinam em uma academia em Taguatinga, todos os dias. A mãe é a responsável por acompanhá-los nos treinos. A renda da família vem toda do trabalho de Jackson Alberto Pereira de Moura, 37 anos. O pai dos dois caratecas e marido de Valéria é técnico de informática. 

Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press


A dedicação dos irmãos à arte marcial começou quando eles mal haviam aprendido a andar, em 2012. Ainda aos 2 anos de idade, ocorreu o primeiro contato com a modalidade. Maria Eduarda até abriu mão das aulas de jazz para focar os esforços no caratê.

Os resultados não demoraram a aparecer. Três anos depois, os irmãos conquistaram um dos resultados mais expressivos da curta carreira, no Pan-Americano de Caratê Interestilos em 2015, na Argentina. Marcos ganhou o ouro com a equipe na categoria kumitê e a prata em kata individual e Maria Eduarda foi campeã nas categorias kumitê e kata, ambas nas disputas individuais.