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SÃO SILVESTRE

Antes da São Silvestre, técnico do Cruzeiro expõe atrito com Paulo Roberto

postado em 30/12/2012 15:53 / atualizado em 30/12/2012 16:07

Divulgação Cruzeiro
A Corrida Internacional de São Silvestre será a última exibição de Paulo Roberto de Almeida Paula com a camisa do Cruzeiro. Na véspera da prova, o técnico Alexandre Minardi, responsável pela equipe de atletismo do clube mineiro, criticou duramente o corredor, oitavo colocado na maratona dos Jogos de Londres.

“O Paulo Roberto conseguiu fazer um excelente resultado na maratona olímpica de Londres. Ele batalhou e fez três índices olímpicos, está de parabéns. Tiro o chapéu para ele, mas depois desse resultado, o sucesso subiu à cabeça”, declarou Minardi.

Luís Fernando, irmão gêmeo de Paulo Roberto, também foi criticado pelo técnico do Cruzeiro. Segundo Minardi, ele tomou a decisão de dispensar a dupla no último dia 9 de dezembro, data da disputa da Volta Internacional da Pampulha, em que o Cruzeiro não contou com atletas no pódio.

“Eu estou muito decepcionado com os gêmeos. Estão falando muito sem correr nada. A verdade dói, mas tem que ser dita. Eles tinham falado que venceriam a Pampulha antes da corrida. Isso é falta de respeito com os corredores brasileiros e africanos”, declarou Minardi.

Hospedado no mesmo hotel que os dois irmãos na capital paulista, o responsável pelo atletismo cruzeirense diz não estar falando com os atletas. Na despedida do clube mineiro, ele espera que a dupla consiga terminar entre os cinco primeiros para subir ao pódio.

“Eles vão correr pelo Cruzeiro apenas para cumprir contrato, igual ao Celso Roth no futebol. Somos um clube correto e vamos pagá-los. Espero que eles saiam com dignidade. Pelo menos um quinto lugar já está de bom tamanho para que eles saiam de cabeça erguida do Cruzeiro Esporte Clube”, declarou.

Ainda que vistam a camisa do clube mineiro, Paulo Roberto e Luís Fernando consideram Marco Antônio de Oliveira como técnico. Um dia antes de competir pelo Cruzeiro pela última vez, a dupla se diz tranquila e descarta qualquer tipo de receio com a situação.

“Hoje só existem dois clubes na rua: Pé de Vento e Cruzeiro. Ele (Minardi) achou que fôssemos ficar chateados por causa de R$ 5 mil. Eu e meu irmão somos muito prevenidos. Se fecha uma porta aqui, tem duas abertas ali. Estou com vários patrocínios. Não vai mudar em nada a nossa vida”, disse Paulo Roberto.

Ele agradeceu ao clube e admitiu diferenças com Minardi, mas evitou criticá-lo asperamente. “Gostamos dele como pessoa, mas temos uma visão profissional diferente. Ao Cruzeiro, somos muito gratos. É como um casamento: é bom enquanto os dois se amam. Não pode sair e ficar criticando”, declarou.

Atleta vê técnico ridicularizado


Crítico ferrenho da presença de africanos em provas de rua, Alexandre Minardi se rendeu e contratou os quenianos Maurine Kipchumba e Joseph Aperumoi para representar o Cruzeiro na São Silvestre.

“Ele (Minardi) chegou até a brigar com o Coquinho (técnico e agente de atletas africanos). Falaram que um dos motivos da contratação dos quenianos pelo Cruzeiro fomos nós dois. Mas ele já queria fazer isso antes”, disse Paulo Roberto.

Segundo o atleta, Minardi vem sendo motivo de chacota. “Ninguém está dando atenção para ele. Estão tirando sarro e chamando de louco. Se não pode aguentar, é melhor não falar as coisas”, declarou.

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