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ATLETISMO

Filho de atleta olímpico é responsável por descobrir talentos esportivos para a UFMG

Márcio Prudêncio é filho de Nelson Prudêncio, um dos maiores atletas olímpicos do Brasil

postado em 25/06/2017 11:03 / atualizado em 25/06/2017 11:14

Edésio Ferreira/EM/DA PRESS
Uma iniciativa do professor Leszek Szmuchrowski, coordenador da Faculdade de Educação Física da UFMG, trouxe para Belo Horizonte uma das maiores autoridades do atletismo no país: Márcio Vianna Prudêncio, de 42 anos, filho de um dos maiores atletas olímpicos do Brasil, Nelson Prudêncio, dono de duas medalhas olímpicas no salto triplo – prata na Cidade do México’1968 e bronze em Munique’1972 (veja abaixo). Além de professor na federal de Minas, Márcio é técnico da equipe de atletismo, sendo responsável pela detecção de talentos para as equipes de saltos, provas de campo e pista da Escola de Formação do Centro de Treinamento da UFMG.


Márcio conta que a todo instante alguém quer saber notícias sobre seu relacionamento com o pai e garante que não se cansa de falar sobre isso. “Para todo mundo ele era o Nelson Prudêncio, discípulo de Adhemar Ferreira da Silva, ganhador de duas medalhas olímpicas, campeão do Troféu Brasil e sul-americano. Mas, para mim e minha irmã, Cristina Andréa, ele era simplesmente o nosso pai. Ele não deixava o esporte intervir na família.”

 

Segundo Márcio, a última pessoa a incentivá-lo a competir para se tornar um atleta foi o pai. “Cresci neste meio. A gente vivia em São Carlos. Tinha escola de educação física lá. Para mim, era normal estar com o Adhemar, João do Pulo e Claudinei Quirino e com os estrangeiros Viktor Saneiev e Sergei Bubka. Tinha também contato com jogadores de basquete, de futebol, além do atletismo. Tenho um grande amigo daqui de BH, o Gersão, ouro no Pan de Indianápolis, com quem ainda não me encontrei. Então, era tudo muito natural para mim”, relembra. “O mais curioso é que quando passei competir meu pai ia em todas as disputas. Virou meu maior incentivador”, completou.

 

Ele acabou se tornando atleta e também campeão do Troféu Brasil e do Campeonato Paulista. Optou por seguir o caminho do pai, seu espelho. Foi ser professor de educação física. E quis o destino que ele viesse parar em BH. “Recebi um convite do professor Leszek, da UFMG. Ele me ligou e disse: ‘Abriu uma vaga para professor na UFMG. Você poderia vir’. Não tive dúvida. Passei na prova e aqui estou. Cheguei em janeiro do ano passado para ser professor de atletismo”, diz.

 

INFRAESTRUTURA

 

Um algo a mais o cativou. Ser técnico de formação e condução do projeto de atletismo da Escola de Educação Física. “É fascinante. Chega um menino de 12, 14 anos, que nem sequer sabe correr. Vem participar da seletiva. Chega com o pai, entusiasmado. Vejo chances de futuro para o menino e isso me faz me apegar ainda mais ao garoto. Daí a pouco, você vê que ele vai se tornando um atleta. Essa é realmente uma coisa que gosto de fazer. Espero, daqui a algum tempo, que campeões saiam deste projeto.”

 

Márcio garante que há estrutura necessária para isso: “Temos um dos centros mais avançados do país, com equipamento de primeira. O que precisamos fazer é ajudar os jovens que querem ser atletas chegar a uma Olimpíada, por exemplo, conseguir seu objetivo, que é também o meu e o da escola.” 

 

Arquivo EM
MEMÓRIA

 

O ÍDOLO

 

Além das duas medalhas que recebeu no México e em Munique (foto), Nelson Prudêncio é um dos maiores atletas olímpicos brasileiros. Ele foi o responsável pela continuidade da escola brasileira de salto triplo, que começou com Adhemar Ferreira da Silva, dono de duas medalhas olímpicas de ouro (Helsinque’52 e Melbourne’56) e que teve sequência com João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo”, de quem foi professor, que ganhou dois bronzes nos Jogos (Montreal’76 e Moscou’80).