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Independência 'por um fio': praticantes de highline fazem travessia no estádio do Horto

Atletas atravessam estádio sobre uma fita elástica, suspensa a 50 metros

21/07/2017 20:21 / atualizado em 21/07/2017 20:33
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Independência foi o primeiro estádio do Sudeste a receber o highline
foto: Thiago Barreto/Divulgação

Independência foi o primeiro estádio do Sudeste a receber o highline

Você certamente já deve ter visto, em alguma praça, uma fita amarrada e amparada por duas árvores, enquanto uma pessoa tenta se equilibrar fazendo a travessia de um tronco a outro: essa modalidade se chama slackline. Mas, vamos trocar o ambiente tranquilo por uma "selva de árvores", com vários carros e pessoas em movimento, tudo visto de cima: esse é o highline.

Geralmente a modalidade é praticada em áreas mais afastadas, como montanhas, mas alguns praticantes querem trazer o esporte para os centros urbanos. Caso de Erick Augusto. Praticante de slackline há cinco anos, o atleta está há três deles se dedicando ao highline. Desta forma, Erick, ao lado de seu irmão, Dennis Alexandre, se inspiraram na ideia que nasceu no Sul do país, na qual o estádio Beira-Rio foi o palco de uma das travessias. Em Belo Horizonte, resolveram utilizar o Independência para praticar o esporte. O estádio do Horto foi o primeiro do Sudeste a receber a modalidade.

Praticantes de Highline fazem travessia no estádio Independência


"Um estadio de futebol iria dar bastante visibilidade ao nosso esporte. Buscamos contatos com os administradores do Independência e, assim que apresentamos o projeto, a maior preocupação foi a segurança. O Corpo de Bombeiros acompanhou tudo, do início até o fim", contou Erick ao Superesportes.

A segurança e gerenciamento de riscos são fundamentais para a prática do highline. Prova disso é que na equipe de Erick, um dos atletas faz parte do Corpo de Bombeiros. Os praticantes fazem as travessias em cima de uma fita com 22mm de espessura, que suporta, em média, pouco mais de uma tonelada. Além disso, os atletas utilizam o baudrié, que é um cinto utilizado no tórax para a fixação de equipamentos de escalada e equilíbrio corporal. Até por isso as negociações para que o Independência recebesse o highline demoraram. O diálogo durou de seis a oito meses, até que ficou acertado, por exemplo, a presença de uma UTI móvel no dia da travessia, na última semana de junho.

"Foi um projeto burocrático, pelo fato do highline ser um esporte novo. Mas a medida que você vai mostrando a importância do esporte e a capacitação dos profissionais, as pessoas vão aceitando mais a ideia, declarou o músico, que bateu o recorde pessoal no Independência: 50 metros de altura. Antes, eram dez. A distância total da travessia ficou em 105 metros.

No caso da travessia no Independência, a ansiedade falou mais alto para Erick. A intenção do slack/highline é percorrer sob a corda sem queda. Dos cinco integrantes da equipe, apenas um conseguiu. Mas, para todos, a missão foi cumprida, uma vez que o esporte foi divulgado. Assim, sobressaiu o sentimento de gratidão. "A travessia da linha teve suas peculiaridades, pois o vento estava muito forte no corredor entre as arquibancadas e o fator psicológico pesou quando a ansiedade bateu. Faltou acalmar a mente e concentrar na respiração, mas o fato do projeto ter acontecido é o que mais importa. Saber que o highline está sendo propagado para o maior número de pessoas possíveis é muito gratificante", ressaltou.

Enquanto realizam as travessias, os atletas buscam controlar os movimentos do corpo e a respiração, de forma que o peso seja equilibrado em cima da corda. Desta forma, Erick Augusto deixa um recado para quem quer dar os primeiros passos no esporte: buscar praticantes com conhecimento necessário para orientação e distribuição de força. "É um conhecimento passado de mão em mão", concluiu.

Em breve, o grupo de atletas pretende repetir o feito no Mineirão. As conversas tiveram início ainda na semana em que ocorreu a travessia no Independência. A intenção dos praticantes é abrir desafios com o restante do país, para que outros esportistas consigam realizar travessias em suas cidades natais, mais especificamente em estádios.

Confira como foi a travessia no Independência:



Conheça a equipe:

Erick Augusto – Atleta e idealizador do projeto
Samuel Augusto - Atleta (Único a completar a travessia)
Aline Monjardim - Atleta
Hari Erê - Atleta
Fenício Rocha – Atleta e Bombeiro Militar
Thiago Barreto - Fotógrafo


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