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Royce Gracie culpa falta de estratégia para declínio de brasileiros campeões no UFC

Lenda brasileira diz que lutadores não têm plano de jogo para os duelos

postado em 21/10/2014 08:01 / atualizado em 04/11/2014 16:53

Redação /Superesportes

O Brasil, que já chegou a ter quatro campeões no Ultimate Fighting Championship em uma temporada – contando com o título interino de Renan Barão nos galos -, pode fechar o ano de 2014 sem um cinturão, caso José Aldo perca para Chad Mendes no UFC 179, neste sábado, no Rio de Janeiro. Seria um fato inusitado na organização, que não ocorre há oito anos, desde antes da conquista de Anderson Silva no peso médio, em 2006.

Campeão do primeiro, segundo e quarto torneios do UFC nos primórdios da franquia, entre 1993 e 1994, Royce Gracie apontou um motivo que ajuda a explicar a queda dos brasileiros na organização. Integrante do Hall da Fama do Ultimate e uma ‘lenda’ do MMA, o integrante da badalada família do jiu-jítsu analisou a situação e atribuiu a culpa a uma falta de estratégia dos lutadores para os combates.

Em entrevista ao site MMA Fighting, Royce Gracie disse que os brasileiros têm pecado pela falta de um ‘jogo’ bem traçado para os duelos. “É um jogo de estratégia. Você não pode ser apenas resistente e talentoso. As pessoas fora do Brasil sabem como trabalhar a estratégia muito bem. Você precisa administrar seu oponente e o deixar fora de seu jogo. Pode parecer fácil no final, mas ele treinou muito duro para isso, para te fazer errar, e te nocautear em 30 segundos. Isso é estratégia, e acho que é isso que falta aos brasileiros”, avaliou.

Royce Gracie observou ainda que há uma tendência aos atletas da geração atual de mudarem as características no octógono, deixando de lado a formação no esporte. “Um lutador fez jiu-jítsu, boxe ou kickboxing durante toda a vida, e quer fazer algo diferente no ringue. Se você treinou jiu-jítsu a vida inteira, por que vai querer trocar socos contra um striker na hora da luta? É por isso que eu gosto do Demian Maia e do Fabrício Werdum. O Demian vai derrubar e fazer o jogo dele. O Werdum aprendeu bastante trocação, mas nunca parou de usar o jiu-jítsu. Ele vai usar o clinch, derrubar e finalizar. É um jogo de estratégia. Não basta ser talentoso, é preciso ter estratégia”, insistiu.

Apesar do sucesso alcançado no UFC e de integrar o Hall da Fama da organização, Royce Gracie assinou contrato com o principal rival, o Bellator. O brasileiro será o embaixador nacional da marca da organização com sede em Newport Beach, na Califórnia. Ele ficará responsável pela promoção de eventos do Bellator, participando de seminários, sessões de autógrafos e comparecendo às edições da companhia.

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