O Brasil tem 428 vagas garantidas nos Jogos, mas pouco mais de 150 estão com dono definido. Os outros classificados virão de convocações – caso dos esportes coletivos – ou do fechamento dos rankings mundiais, judô e tênis, por exemplo. Considerando as últimas listas das seleções, Minas Gerais tem boa chance de ter a maior delegação de sua história, superando os 21 mineiros em Atenas’2004 e Pequim’2008.
A modalidade com maior número de representantes do estado, a exemplo das últimas edições, deve ser o vôlei. Na equipe de José Roberto Guimarães, as mineiras Adenízia (Ibiaí), Fabiana (Santa Luzia), Sheilla (Belo Horizonte) e Camila Brait (Frutal) são presenças certas. A belo-horizontina Gabi está na pré-convocação e briga por vaga entre as ponteiras. No masculino, Lucarelli (Contagem) é a esperança no ataque e Rapha (São João del-Rei) disputa lugar como segundo levantador.
No futebol masculino, quatro mineiros fizeram parte das últimas convocações: o volante Fred (Belo Horizonte) e os atacantes Alisson (Rio Pomba), Kenedy (Santa Rita do Sapucaí) e Vinícius Araújo (João Monlevade). No feminino, a lateral-esquerda Tamires (Caeté). No basquete, Raulzinho (Poços de Caldas) é homem de confiança do técnico Rubén Magnano, enquanto o pivô Cristiano Felício (Pouso Alegre), do Chicago Bulls, pode herdar a vaga de Tiago Splitter no garrafão.
No tênis, Marcelo Melo e Bruno Soares são favoritos ao pódio nas duplas masculinas e só aguardam o fechamento do ranking, após o Aberto da França, para ser confirmados. Outros quatro mineiros têm chances nos esportes individuais: o belo-horizontino Daniel Xavier irá para sua segunda Olímpíada e Rubens Valeriano (Monte Santo de Minas) tem ranking para representar o Brasil pela terceira vez no mountain bike. Prata no Pan de Toronto’2015, Matheus Machado (Viçosa) luta por lugar na categoria 105kg do levantamento de peso. O veterano Bernardo Resende Alves não tem colecionado bons saltos, mas, ainda assim, tem chances no hipismo.
EMOÇÃO E EXPECTATIVA Garantido nos Jogos Olímpicos, Ítalo Manzine Duarte, de 23 anos, terá responsabilidade extra no Rio. Na semana passada, ele obteve o segundo melhor tempo da prova mais nobre na natação (21s82), desbancando ninguém menos do que Cesar Cielo, campeão olímpico e recordista mundial da prova. O resultado pode ter surpreendido muita gente, mas não quem acompanha de perto a carreira desse belo-horizontino, criado em Paraguaçu, no Sul de Minas: desde que chegou ao Minas, treinado pelo australiano Scott Volkers, Ítalo tirou quase um segundo de seu tempo e garante que vai brigar por pódio no Rio.
“Quero ir além da final olímpica. Estamos trabalhando para buscar medalha. Acho que é muito possível. Tenho que treinar e corrigir os erros o mais rápido possível”, garante Ítalo, que projeta em 21s40 o tempo necessário para brigar por medalha. “Ainda tenho uma margem de melhora. Treinando bastante e me mantendo concentrado, posso me fortalecer ainda mais”, disse.
Para chegar aos primeiros Jogos da carreira, Ítalo superou um de seus principais ídolos. “Eu me confederei poucos dias depois de o Cielo ganhar o ouro olímpico”, lembra o mineiro, que tem recebido o carinho dos companheiros e dos jovens nadadores do Minas desde que conseguiu a vaga – foi recebido com palmas pelos garotos, na segunda-feira, no clube. “É muito legal esse reconhecimento. Faz a gente se motivar ainda mais.”