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NOVA ERA DUNGA

Técnicos que ganharam nova chance na Seleção tiveram aproveitamento pior na segunda passagem

Dunga será anunciado pela CBF nesta terça (22/7) e terá que quebrar "maldição" de segunda chance. Levantamento do Correio mostra que todos os técnicos que ocuparam o cargo mais de uma vez tiveram aproveitamento pior na segunda passagem. Nem Telê escapa dessa estatística

postado em 21/07/2014 10:41 / atualizado em 21/07/2014 16:47

Braitner Moreira /Correio Braziliense

A segunda Era Dunga começa amanhã, às 11h, na Barra da Tijuca, quando o técnico se sentar na sala de imprensa da sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao lado de José Maria Marin, presidente da entidade, e de Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções. Na cerimônia, o novo treinador do Brasil será apresentado à população — como se fosse preciso.

AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA


Comandante na Copa de 2010, Dunga viu o time perder a cabeça nas quartas de final, contra a Holanda, sem conseguir reagir. O homem que levou Michel Bastos, Grafite e Felipe Melo a um Mundial acabou eliminado ainda com uma substituição a fazer. A situação pode piorar: a história mostra que todos os técnicos que ganharam uma segunda chance na Seleção alcançaram resultados piores do que na passagem anterior.

O levantamento do Correio considera todos os técnicos que treinaram a Seleção Brasileira por ao menos 10 partidas em cada um dos trabalhos. Cinco tiveram a oportunidade de voltar: Vicente Feola, Telê Santana, Zagallo, Carlos Alberto Parreira e Luiz Felipe Scolari. Todos alcançaram um aproveitamento inferior.

Vicente Feola foi o primeiro a reassumir a Seleção. Ele havia comandado a equipe na campanha bem-sucedida da Copa de 1958, o primeiro Mundial vencido pelo Brasil, e permaneceu até julho de 1960, quando pediu afastamento para tratar problemas de saúde. Foi recontratado em maio de 1964, com a missão de guiar o time canarinho rumo ao tri, em 1966. Eliminado na primeira fase, foi demitido assim que voltou ao país.

Treinador na tragédia do Sarriá, no Mundial de 1982, Telê Santana teve outra oportunidade para ganhar o mundo. Voltou à Seleção em 1985, com o apoio da torcida, mas novamente não conseguiu vencer — deixou o Brasil após a eliminação para a França, nas quartas de final da Copa de 1986.

O maior hiato entre as duas passagens pertence a Zagallo, comandante do Brasil no tri mundial, em 1970, e no quarto lugar da Copa seguinte. Depois de deixar o cargo em 1974, só voltaria em dezembro de 1994. Levantou a Copa América e a Copa das Confederações, ambas em 1997, antes de perder a final do Mundial de 1998 para a França. Não voltaria mais à Seleção.

Técnicos campeões do mundo, Carlos Alberto Parreira (1994) e Luiz Felipe Scolari (2002) também fracassaram depois de voltar. O primeiro estava na eliminação do Brasil na Copa de 2006, para a França, nas quartas de final. O último participou do desastre do Mineirão, nos 7 x 1 sofridos para a Alemanha, em 4 de julho.

O aproveitamento dos cinco treinadores que voltaram à Seleção Brasileira

Vicente Feola
1958 a 1960: 87,1%
1964 a 1966: 78,1%

Telê Santana
1980 a 1982: 84,2%
1985 a 1986: 76,3%

Zagallo
1970 a 1974: 81%
1994 a 1998: 80,2%

Carlos Alberto Parreira
1991 a 1994: 74,5%
2003 a 2006: 66,1%

Luiz Felipe Scolari
2001 a 2002: 77,3%
2012 a 2014: 74,6%