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O DIA EM QUE FOMOS ATROPELADOS

Histórico 7 a 1 mantém alemães na rota do Mineirão, mas projeto pós-Copa não sai do papel

Camisa doada ao museu simboliza passagem avassaladora da Alemanha no Mundial

postado em 05/07/2015 12:05 / atualizado em 05/07/2015 15:39

Arquivo Pessoal

O dia 8 de julho de 2014 se tornou histórico para o futebol mundial. A goleada de 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil, pela semifinal da Copa do Mundo, ganhou um endereço inesquecível: o Mineirão. Passado um ano da vitória humilhante dos europeus sobre os donos da casa, o estádio recebe turistas alemães com frequência.

O estudante alemão Alexander Eggers atravessou o Atlântico após a Copa do Mundo para conhecer o Mineirão. Ele esteve na capital mineira em março do ano passado e ficou impressionado ao pisar no gramado em que os germânicos humilharam a Seleção Brasileira.

Arquivo pessoal
“A visita ao Mineirão foi inesquecível para mim. Eu sou grande fã da Seleção Alemã e do Hannover 96, um time daqui. Logo depois da vitória especial contra o Brasil, eu queria conhecer o estádio onde isso aconteceu. Eu tenho uma prima em Belo Horizonte. Ela foi comigo. Aproveitei a visita e fui a um jogo do Atlético contra o Cruzeiro. Posso dizer que a atmosfera é bem diferente dos estádios alemães. Eu gostei muito da partida”.

O Superesportes conversou com a Minas Arena, administradora do estádio, que informou não ter contabilizado o número de turistas estrangeiros que foram ao Mineirão neste período, pois a ficha de registro é opcional e muitos não preenchem. A assessoria de comunicação apenas informou que houve um aumento considerável de alemães depois do Mundial.

Projeto que não vingou

A curiosidade dos visitantes chegou a incentivar um estudo para a criação de um roteiro turístico para a arena, com a intenção de promover Belo Horizonte no Velho Continente. Porém, as ideias do antigo governo (houve eleição e mudança no comando em outubro do ano passado) não saíram do papel e o projeto ficou só na promessa.

O ex-secretário de Turismo e Esportes, Tiago Lacerda, quando as duas secretarias atuavam em conjunto, ainda em 2014, chegou a mencionar os motivos que incentivaram o estudo para o projeto, que nunca saiu do papel.

“Quando há um sentimento muito forte (goleada histórica da Alemanha), vende-se mais e muitos turistas são atraídos”, disse, à época.

De oficial da passagem avassaladora da Alemanha pelo Mineirão ficou a camisa autografada pelos jogadores. O objeto foi doado pelo consulado alemão e está exposto no Museu Brasileiro do Futebol, localizado no estádio.

"Esta camisa é uma lembrança para o estádio. Aqui vimos uma partida que entrou para a história do futebol e colocou BH no mapa para todos os alemães. Temos um enorme carinho com o povo de Minas e aqui deixamos um pouco da nossa história também", disse o Cônsul alemão, Harald Klein.

Neste um ano após a goleada, pouca coisa mudou em relação aos problemas de estrutura, financeiros e políticos no futebol brasileiro. O discurso de que o placar elástico seria responsável por uma reformulação foi mais breve que os cinco gols da Alemanha em 29 minutos do jogo, no dia do fatídico 7 a 1. O termo “gol da Alemanha” se tornou sinônimo de falhas internas na administração do Brasil. Possíveis atos de corrupção do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, mancham ainda mais a credibilidade do esporte no país.

Divulgação/Agência Minas