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ATLÉTICO

Aposta no Gigante

Galo transfere para o Mineirão confronto direto pela liderança do Campeonato Brasileiro com Sport. De olho na arrecadação, diretoria pretende mandar mais jogos no estádio

postado em 30/06/2015 11:00 / atualizado em 30/06/2015 07:55

Bruno Cantini / Atlético
Diante do sucesso de público na vitória sobre o Joinville por 1 a 0 (55.987 torcedores), a diretoria do Atlético mostrou-se eufórica com a possibilidade de arrecadar mais e não pensou duas vezes: também mandará no Mineirão o jogo contra o Sport, dia 8, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. A definição saiu ontem, após reunião com a Minas Arena. O clube, inclusive, abriu novas negociações com a empresa para levar outras partidas para o Gigante da Pampulha, ainda pelo turno da competição. A ideia é utilizar o estádio, ainda, para confrontos da reta final da Série A e da Copa do Brasil.

A cúpula entende que o jogo diante do rubro-negro pernambucano terá atrativo especial, a disputa da liderança do Nacional, e, portanto, a procura por ingressos será grande. A tendência é que haja mais promoções para os sócios Galo na Veia, além de preços reduzidos. Como o Atlético não tem contrato com a empresa que administra o estádio, é necessário negociar cotas e taxas jogo a jogo, dependendo do caráter de cada confronto.

Nas duas vezes em que atuou como mandante na Pampulha, o Galo teve sucesso de bilheteria e de arrecadação: antes do triunfo sobre o Joinville, o clube levou 53.772 pessoas – com renda de quase R$ 2,4 milhões – na decisão do Campeonato Mineiro, diante da Caldense. No domingo, a receita foi superior a R$ 1,5 milhão. Em ambas as ocasiões, a diretoria fez promoções para os associados do Galo na Veia. O ingresso mais caro custou R$ 60, bem inferior ao valor cobrado em outras arenas do país.

“Pensamos em jogar mais vezes no Mineirão, onde o público tem boa aceitação. Mas isso depende de conversa com a Minas Arena para que o negócio seja viável”, ressalta o presidente alvinegro, Daniel Nepomuceno, que vem mantendo conversas frequentes com a Minas Arena. A principal diferença em relação ao vínculo assinado com o Cruzeiro é o ingresso VIP: em jogos do alvinegro, parte dos 7 mil bilhetes dos setores mais caros, pertencentes à concessionária, são negociados a preços populares – nas partidas da Raposa, esse acordo não existe e, nesse local, na maioria das vezes, as cadeiras ficam vazias.

CRITÉRIOS Para mandar um jogo no Mineirão, o Galo leva em consideração não só a questão financeira, mas também os aspectos técnicos do adversário e a importância das partidas. Cogitou-se, por exemplo, a possibilidade de mudar o local do jogo contra o Internacional, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, mas no fim das contas ele acabou sendo disputado no Independência mesmo– terminou empatado por 2 a 2.

Mesmo que atuar no caldeirão do Horto seja favorável tecnicamente, no lado financeiro o clube não consegue rendas tão altas, se comparadas às do Mineirão. A maior arrecadação em 2015 foi justamente a do jogo contra o Colorado (R$ 1.197.920, com 19.553 pagantes). Desde a reinauguração, a maior renda do Independência foi registrada na vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 0, na decisão da Copa do Brasil do ano passado: R$ 4.731.300.

O técnico Levir Culpi já deixou claro sua opinião a respeito de jogar no Horto ou na Pampulha: “Os confrontos no Mineirão se tornam válidos pelo aspecto financeiro, porque o clube pode arrecadar mais dinheiro, que será usado para pagar os salários e manter as despesas. Mas, no Independência, a equipe é mais incisiva. Também acho bacana as promoções para aproximar o torcedor, com ingressos mais baixos. As respostas são muito boas”.