Zaga com tempero baiano

Baianos de nascimento, Edcarlos e Jemerson formam uma dupla de zaga que o torcedor do Atlético conhece bem desde a temporada passada. Há pouco mais de um ano, os dois eram reservas e perdiam a disputa para os titulares Leonardo Silva e Réver. Muita coisa mudou desde então. Enquanto o prata da casa se tornou um dos 11 jogadores de confiança do técnico Levir Culpi – vai completar amanhã, diante do Internacional, no Independência, 100 jogos pelo Galo –, o companheiro, que chegou sob muita desconfiança, já tem mais crédito perante a torcida e mostra ambição para conquistar muito mais. Na difícil partida contra o Colorado, a partir das 19h30, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, eles estarão novamente lado a lado, com a missão de ajudar o time a não levar gols e encurtar o caminho para a vitória.

Edcarlos é natural de Salvador, enquanto Jemerson nasceu em Jeremoabo, cidade do Nordeste baiano de 41 mil habitantes. Dos 17 jogos em que a dupla atuou junta em 2015, o Galo não foi vazado em sete, em compromissos pelo Campeonato Mineiro e pela Copa Libertadores. No Nacional, eles foram companheiros em quatro partidas, mas a equipe acabou sofrendo pelo menos um gol. Curiosamente, numa das melhores exibições do Galo na competição (a boa vitória sobre o Colorado por 3 a 1, no Beira-Rio), os dois foram titulares da zaga alvinegra.

“Os números positivos nos dão mais confiança. É um aspecto favorável. Espero passar essa partida sem tomar gol e que o Atlético vença. O Inter não costuma deixar espaços. Mesmo com a mudança de treinador, eles têm uma base. Com a competência do nosso time no ataque, acho que dificilmente vamos sair sem fazer gol”, acredita Edcarlos, que será o capitão alvinegro no lugar de Leonardo Silva, em recuperação de fratura na mão direita.

Um dos jogadores do Atlético com currículo mais vitorioso – com títulos do Mundial de Clubes, da Libertadores e do Brasileiro –, Edcarlos aponta o argentino Lisandro López como o jogador mais perigoso do Internacional. O atacante de 32 anos marcou gols nas três vezes em que enfrentou o Galo nesta temporada e foi um dos carrascos na eliminação alvinegra na Libertadores. “O Inter tem muitos jogadores de qualidade. O Lisandro é sempre perigoso, o que torna nossa missão mais difícil. O Valdívia também vem fazendo a diferença. Não tem parada fácil no Brasileiro, ainda mais se tratando de um time que busca o grupo dos primeiros”, ressalta o zagueiro.

INSPIRAÇÃO Ele confessa que seu projeto é buscar o que Jemerson, de 23 anos, conseguiu com Levir Culpi: continuidade na equipe e maior sequência de jogos. Sete anos mais velho, Edcarlos não tem nem a metade de partidas pela equipe (49), mas acredita que sua história no Atlético está apenas começando. Com contrato até o fim do ano, ele admite o desejo de continuar em 2016 e disputar novamente a Libertadores pelo alvinegro.

“Trabalho com esse pensamento. Saio de casa para doar o máximo aqui e buscar a titularidade. Não podemos achar que há divisão de reservas e titulares. De uma hora para outra, você pode virar titular absoluto. Tenho certeza de que, na hora certa, tudo vai acontecer”, diz Edcarlos. Ele jogou 20 vezes este ano, 16 como titular, e marcou um gol.