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MMA

Baleado na adolescência, Guto Inocente mudou de vida por meio das lutas e tenta voltar ao UFC

Brasiliense assinou contrato com o russo Absolute Championship Berkut (ACB)

postado em 03/09/2015 11:32 / atualizado em 03/09/2015 11:49

Cadu Gomes/CB/D.A Press

Após ser baleado no peito durante briga de gangues na adolescência, o brasiliense Guto Inocente decidiu mudar de vida. O caminho foi o MMA. Ex-UFC, hoje o atleta briga por cinturões para voltar a lutar no evento mais famoso do mundo.

As lembranças daquele fim de tarde de uma segunda-feira em 2003, porém, seguem intocadas. O tiro atravessou o lado direito do peito e saiu pelas costas. Carlos Augusto Inocente, apelidado Guto, sentia jorrar o sangue quando ouviu mais duas balas. Aos 17 anos, estava com amigos na frente do Setor Leste. Os alunos saíam do colégio para pegar o ônibus escolar de volta para casa.

Embora Guto nunca tenha estudado lá, o local era ponto de encontro dos colegas da Asa Sul, que se organizavam em uma gangue. Além de se reunirem por diversão, os garotos pichavam muros, batiam carros e chegaram a ser internados no Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje) por alguns dias. Os pais costumavam buscá-los nas delegacias do Plano Piloto.

Também eram frequentes conflitos com meninos de outras Regiões Administrativas. A presença de armas era normal, mas os adolescentes estavam acostumados apenas com tiros para o alto. Daquela vez, porém, o atirador mirou na direção dele. Disparada de dentro do ônibus escolar, a primeria bala foi certeira. As outras duas erraram o alvo.

Guto não conseguiu pensar em nada. Saiu correndo com um amigo, que temia pela vida dele, e o levou de carro a um hospital. Por sorte, exames revelaram que o tiro não perfurou nenhum órgão interno. Nervos do braço direito foram levemente danificados. Depois de repor o sangue perdido, ele prestou depoimento à polícia e foi liberado.

Antes de levar o filho para casa, o pai, Carlos Inocente, reuniu Guto e os amigos na beira da maca e teve uma conversa da qual o adolescente nunca se esqueceu. “Se vocês gostam de brigar, na rua não dá. Uma hora alguém pode morrer. Vamos treinar pra vocês lutarem profissionalmente, com quem sabe”, propôs.

Promessa
Por influência do pai, Guto treina desde criança modalidades como jiu-jítsu, muay-thai e boxe. A partir do incidente aos 17 anos, decidiu se dedicar à luta com disciplina. No kickboxing, carro-chefe da carreira, conquistou cinco títulos brasileiros, três sul-americanos, três pan-americanos e um vice mundial.

Em 2011, Guto ingressou na equipe Blackzilians, em Delray Beach, na Flórida (EUA). Apontado como um dos principais nomes brasileiros para a organização, ele fez duas lutas na competição em 2014, mas perdeu ambas. Segundo diz, estava fora de ritmo devido a cirurgias nas mãos e nos joelhos que o impediram de participar de combates por dois anos.

A fim de conquistar uma nova chance no UFC, o brasiliense participar de competições com mais frequência. Assinou contrato de pelo menos quatro lutas no Absolute Championship Berkut (ACB), da Rússia. No Brasil, vai disputar no sábado, com Felipe Micheletti, o cinturão do WGP, campeonato brasileiro de kickboxing, em Guarapuava (PR).

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