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LEGADO OLÍMPICO

Exemplo que vem de Londres

Principal palco dos Jogos de 2012 teve a capacidade de público reduzida e será usado para partidas de futebol, o Mundial de Atletismo e até corridas de motos

postado em 26/07/2015 11:00 / atualizado em 24/07/2015 17:29

Renan Damasceno/EM/D.A. Press

Renan Damasceno

De Londres

Palco da consagração de atletas como Usain Bolt e Mo Farah, o Estádio Olímpico de Londres reabriu as portas domingo, depois de mais de dois anos de reforma. Fechada desde julho de 2013, a arena será uma das sedes da Copa do Mundo de Rúgbi, em setembro, e a partir do ano que vem receberá permanentemente a equipe britânica de atletismo e os jogos do West Ham, tradicional clube da região Leste da capital inglesa, que recebeu a concessão para utilizá-lo pelos próximos 99 anos.

Se o lado externo não sofreu alterações – uma pujante estrutura tubular de polietileno, de cor clara, mantém sua imponência no centro do Parque Olímpico Elizabeth II –, o interior foi bastante remodelado. A capacidade foi reduzida de 80 mil para 54 mil espectadores, com cadeiras retráteis no anel inferior, que possibilita configurações diferentes para jogos de futebol e eventos de atletismo, como o Mundial’2017, que deve marcar o retorno oficial de Usain Bolt à pista que o consagrou como lenda do esporte em 2012.

Outra mudança é a cobertura, responsável por aumento considerável dos custos. A obra para cobrir as arquibancadas e a pista custou 43 milhões de libras (R$ 144 milhões à época), aumentando o total para R$ 2,4 bilhões – a título de comparação, a obra é quatro vezes mais cara que a reforma do Mineirão para a Copa do Mundo (R$ 667,5 milhões). O estádio é o mais caro da história olímpica, mas será superado em breve pelo de Tóquio, cujo valor foi reajustado para R$ 6,6 bilhões.

“Estádio é uma estrutura difícil em termos de uso pós-olímpico. Nós vimos que Sidney foi nem tão bem, nem tão mal. Pequim, eu penso que foi um desastre. Nós tivemos a decisão de ter um grande estádio que tivesse várias possibilidades, que pudesse receber atletismo, futebol, eventos da comunidade”, afirmou Neale Coleman, presidente da Legacy (legado, em português) Corporation, que administra o Parque Olímpico.

Pelo acordo, o West Ham terá de pagar 2,5 milhões de libras (R$ 12,5 milhões atuais) ao London Legacy, que também terá direito a receitas como alimentação e estacionamento. “Essa reforma nos custou, mas temos um estádio de alto nível, sofisticado, seja para atletismo ou futebol. Teremos o West Ham jogando aqui, Mundial de Atletismo e, possivelmente, o Europeu, além de corrida de motos (speedway), rúgbi, vários eventos. É magnífico para nós termos a possibilidade de desenvolver o esporte, pois se temos talentos, o futuro do estádio está garantido”, explicou.

Renan Damasceno/EM/D.A. Press


CLIMA OLÍMPICO

Mais de 17 mil corredores participaram da festividade de domingo, que incluiu maratonas de revezamento, corridas de família e prova de 10 quilômetros, que fizeram a região Leste reviver um pouco do espírito olímpico, quando parques e estações de metrô viviam cheios. “Correr aqui, diante do público, foi emocionante. Estava aqui em 2012, como espectador, e hoje aproveitei essa grande experiência”, comentou John Beattie, primeiro a cruzar a linha de chegada e que sonha disputar a maratona nos Jogos Olímpicos Rio’2016. A linha de chegada que consagrou Bolt foi ultrapassada pelos milhares de corredores que entraram no estádio com entusiasmo. Um deles, Matt Simpson, foi além e, diante do público, se ajoelhou diante da noiva, Katie Perry, e a pediu em casamento – prontamente atendido.

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* O repórter viajou a convite do consulado britânico no Brasil

O LEGADO

Últimos 20 anos

Atlanta'1996
Estádio
Centennial
Capacidade
85 mil
Custo
US$ 207 milhões (R$ 207 milhões*)
Uso: palco das cerimônias e dos ouros de Michael Johnson e Carl Lewis, foi completamente reconstruído e renomeado para Turner Field, casa da equipe de beisebol Atlanta Braves

Sydney'2000
Estádio
Telstra
Capacidade
110 mil
Custo
U$S 690 milhões (R$ 760 milhões)
Uso: reformado em 2003 para ter duas configurações: uma oval, para jogos de críquete e futebol australiano (81,5 mil torcedores); outra retangular, para rúgbi e futebol (83,5 mil espectadores)

Atenas'2004
Estádio
Olímpico
Capacidade
69,9 mil
Custo
265 euros
(R$ 715 milhões)
Uso: palco da final da Liga dos Campeões'2007, entre Milan e Liverpool, recebe as partidas do AEK Atenas, da Primeira Divisão grega

Pequim'2008
Estádio
Ninho do Pássaro
Capacidade
80 mil
Custo
US$ 423 milhões (R$ 676 milhões)
Uso: o Guoan, da Primeira Divisão chinesa, passou a ocupá-lo em 2009, mas o baixo público inviabilizou a manutenção. Desde então, recebe partidas e eventos esporádicos, com equipes do futebol europeu e amistosos. Será sede do Mundial de Atletismo, em agosto

Londres'2012
Estádio
Olímpico
Capacidade
60 mil
Custo
529 milhões de libras
(R$ 2,4 bilhões)
Uso: Fechado em 2013 para reformas estruturais, foi reaberto no domingo, com configurações diferentes e capacidade reduzida para 54 mil. Vai sediar o Mundial de Rúgbi, em setembro, e será casa do West Ham e do atletismo britânico

* Câmbio do mês da realização dos Jogos

MEMÓRIA
Time do capitão que ergueu a taça

Embora nunca tenha vencido o título do Campeonato Inglês em 120 anos de história, o West Ham é um dos clubes mais tradicionais de Londres e o de maior torcida na região Leste, onde está sediado o Parque Olímpico. O clube grená revelou jogadores consagrados, como Rio Ferdinand, Joe Cole e Frank Lampard (o pai e o filho). O maior ídolo, entretanto, é Bobby Moore, capitão que ergueu a taça do único título mundial do English Team, em 1966, em casa – além dele, outros dois Hammers, Geoff Hurst e Martin Peters, sagraram-se campões. Moore defendeu o West Ham de 1958 a 1974. (RD)

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