Vôlei
None

SUPERLIGA FEMININA

Após 2016 ruim, Tandara celebra volta por cima desafiando o Rio na final

Ponteira brasiliense disputará terceira decisão da carreira

postado em 22/04/2017 06:00 / atualizado em 20/04/2017 18:50

Reprodução

As campeãs da temporada da Superliga feminina de vôlei serão conhecidas amanhã, a partir das 10h, com o maior clássico do vôlei nacional: Osasco e Rio de Janeiro decidirão o título pela 11ª vez. O confronto, em jogo único, será na Jeunesse Arena, local que pode remeter algumas das protagonistas do duelo a lembranças dolorosas, já que fica localizado dentro do Parque Olímpico dos Jogos do Rio. Do lado carioca, Gabi e Juciely amargaram a eliminação precoce com a seleção bicampeã olímpica — ainda nas quartas de final. Do time paulista, Dani Lins também fazia parte do grupo. Já Tandara e Camila Brait tiveram de lidar com frustração antes mesmo do evento.

Ambas integraram o grupo que foi campeão do Grand Prix 2016 um mês antes das Olimpíadas. Ao saber que estava cortada do elenco que iria ao torneio olímpico, Camila Brait anunciou a aposentadoria da Seleção Brasileira, aos 28 anos, tamanha a decepção que sentiu. De volta às quadras com o Osasco, a líbero foi peça fundamental para que o time voltasse a disputar a decisão do principal campeonato nacional após ficar apenas na quarta posição na edição passada.

Para a brasiliense Tandara, também não foi fácil receber a notícia de que não iria à Rio-2016. Um ano antes, ela dava a luz à Maria Clara, após uma gravidez inesperada em pleno ano pré-olímpico. Ainda assim, ela acreditou. A jogadora voltava às atividades no Minas após 30 dias do nascimento da primeira filha e com surpreendentes 15kg a menos de quando estava grávida. “Todo atleta faria qualquer sacrifício para jogar uma Olimpíada no próprio país”, justificou ao Correio, na época. Tandara jogou aquela temporada e ainda foi convocada pelo técnico José Roberto Guimarães, mas foi uma das últimas a serem cortadas antes das Olimpíadas.

CBV/Divulgação
“Com certeza está superado, mas foi muito difícil lidar com o meu corte da Seleção”, assume Tandara, agora às vésperas da final da Superliga. A volta por cima da jogadora veio com a terceira decisão no torneio da carreira. As três foram vestindo a camisa do Osasco. Todas, contra o Rio de Janeiro. Em 2012, a ponteira foi campeã; em 2008, ficou na segunda colocação. “A diferença da Tandara que disputa esta terceira final daquela das outras duas ocasiões é que estou muito mais madura para esta decisão, cresci neste período”, conta. Ela estabeleceu como objetivos pessoais evoluir física e taticamente. Conseguiu.

Dessa vez, Tandara chega à decisão como a principal arma de ataque do time paulista. Além de ser a maior pontuadora da competição, com 408 pontos, tem o melhor saque e o segundo ataque mais eficiente do torneio. “Para mim, tudo isso é muito importante no ano seguinte à minha gestação e após o meu corte da Seleção, que foi muito difícil. Considero essa uma das minhas melhores temporadas. Tudo o que ocorreu me ajudou a enfrentar a vida com tanta vontade”, avalia Tandara.

Tem favorito, afinal?

Osasco e Rio de Janeiro já definiram 10 títulos da Superliga feminina, com vantagem de 7 x 3 para as cariocas. Nesta temporada, os duelos foram equilibrados. Nas duas vezes que se enfrentaram pela fase de classificação, houve uma vitória para cada lado. Nos play-offs, os dois times avançaram sem dificuldades pelas quartas de final, mas tiveram trajetórias distinta nas semifinais. Enquanto a equipe comandada por Luizomar de Moura venceu o Praia Clube por 3 jogos a 0, a equipe do técnico Bernardinho precisou da quinta partida para passar pelo Minas.

“O Osasco é o favorito, pela semifinal que fez contra o Praia. Elas foram muito consistentes nesses jogos”, esquiva-se Gabi, principal jogadora do Rio de Janeiro. “A Tandara pressiona muito as equipes e é decisiva, a Bia também vem jogando muito bem, assim como a Dani Lins e a Camila Brait. Elas têm grandes jogadoras. Tem tudo para ser uma grande final”, aponta. Já para Tandara, o desgaste do Rio pela sequência maior até a final não coloca o Osasco em situação favorável. “Não tem nenhuma vantagem. Estamos mais descansadas, mas elas estão com ritmo de jogo maior”, rebate.

“Sabemos que vai ser um jogo muito difícil. O Rio é um time que erra pouco e tem um técnico muito calculista. Temos de acreditar que podemos também e que elas não são imbatíveis”, observa Tandara, que buscará o sexto título do Osasco. Enquanto isso, o elenco comandado por Bernardinho presente levantar a taça de campeão pela 12ª vez, perpetuando a hegemonia dos últimos quatro anos.