É proibido bobear

Três pontos. Com o placar de 3 a 0 ou 3 a 1, tanto faz. O importante, agora, é a pontuação máxima. Assim pensa o técnico José Roberto Guimarães, da Seleção Brasileira, que estreia na segunda fase do Mundial Feminino de Vôlei, às 15h (de Brasília), contra o Cazaquistão, na Arena Praolímpia, em Verona. Por conta de uma vitória apertada por 3 a 2 sobre a Turquia, o Brasil perdeu a chance de ser o primeiro do Grupo E, posição que ficou com os EUA, que somaram nove pontos, contra oito das brasileiras. Por isso, o treinador brasileiro não quer que a equipe dê bobeira e permita que os adversários pontuem.

Para Zé Roberto, o Brasil vai precisar ter uma atenção especial com o saque, o principal fundamento das asiáticas. “O Cazaquistão não tem muito a perder, vai forçar o saque e arriscar no ataque. É uma equipe que joga com muitas combinações e tem jogadoras de qualidade. Vamos ter que tomar cuidado. O time delas é alto e tem um bloqueio pesado. Jogamos contra as cazaques por dois anos seguidos. No ano passado, sacamos muito bem e isso foi fundamental para a nossa vitória.”

A bicampeã olímpica Thaísa diz que o passado não tem muita influência no jogo de hoje, ou seja, o retrospecto em favor do Brasil não quer dizer nada. “O Cazaquistão está com uma equipe diferente em relação aos últimos anos. Estamos estudando bastante a equipe delas. Na manhã de hoje (ontem), treinamos muito o saque que será um fundamento importante. Nessa fase não tem mais jogo tranquilo e nem time bobo. Todo set será decisivo e temos que estar concentradas e focadas o tempo todo.”

Para o jogo de hoje, Zé Roberto escala o time com a levantadora Dani Lins, a oposto Sheilla, as meios de rede Fabiana e Thaísa, as ponteiras Jaqueline e Fernanda Garay e a líbero Camila Brait.

Do time brasileiro, ainda o elogio do treinador para o fato de todas estarem pontuando. “Não existe muita diferença entre uma e outra titular. Quem mais fez pontos foi a Jaqueline, 60, ocupando a 21ª posição na estatística geral. Depois vêm Sheilla e Fabiana, com 53 cada uma; Thaísa, com 44 e a Fernanda Garay, com 38. Esta, por sinal, tem sido muito importante na recepção no passe.”

Mudança do mapa Antes do início da competição, as apostas eram de que os favoritos seriam Brasil, Itália, Rússia, EUA e Turquia. Mas, para esse início de segunda fase, ocorreu uma mudança, com a saída das turcas desse quadro e a chegada de outras três seleções.

A Turquia perdeu seu favoritismo por somar apenas dois pontos no início dessa etapa, ocupando apenas o sétimo lugar no Grupo E, ou seja, está muito difícil alcançar EUA, líder, com nove; Brasil, segundo com oito; Rússia, terceiro, com seis; e mesmo a Sérvia, quarta, com cinco.

No Grupo E, as maiores surpresas, a começar pela China, primeira colocada, com oito pontos. A Itália está em segundo, sete. Aí, aparecem duas sensações: República Dominicana, terceira, com seis, e o Japão, quarto, com cinco.

SAIBA MAIS:
Entenda a disputa
Os quatro primeiros colocados dos quatro grupos da primeira fase do Mundial Feminino passaram à segunda fase. As equipes que integravam as chaves A e D formam o Grupo E, e as das chaves B e C, o F. Os resultados da primeira fase seguem valendo contra os adversários contra quem já se jogou. Sendo assim, cada equipe vai fazer quatro partidas, contra os times vindos da outra chave. Os três melhores colocados de cada um dos grupos E e F passarão à terceira fase do torneio. Nessa etapa, as seis classificadas serão divididas em duas chaves de três seleções. Jogarão entre si e os quatro melhores avançarão às semifinais, quando haverá o cruzamento olímpico, 1º de G x 2º de H e 1º de H x 2º de G. Os dois ganhadores dessas partidas decidirão o título e os perdedores jogarão pela medalha de bronze. O número de vitórias é o primeiro critério de desempate, vindo a seguir o saldo de sets e o de pontos.