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DNA mineiro na final

Mesmo sem times do estado na decisão, pelo menos 12 jogadoras com origem ou passagem por clubes de Minas estarão em quadra domingo

17/04/2015 08:24 / atualizado em 17/04/2015 08:27
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A ponteira Gabi, do Rio de Janeiro:
foto: Márcio Rodrigues / CBV

A ponteira Gabi, do Rio de Janeiro: "Tenho orgulho do lugar onde comecei, o Mackenzie"

É comum uma Seleção Brasileira de vôlei ter como base equipes mineiras tanto no masculino quanto no feminino. Na final de domingo entre Rio de Janeiro e Osasco-SP, por exemplo, embora não haja nenhum time do estado envolvido, nada menos que 12 jogadoras com origem ou passagem por Minas Gerais estarão em ação. Serão sete no representante carioca, comandado por Bernardinho, e cinco no paulista, de Luzomar de Moura.

Cerca de 35% dos atletas desse esporte, segundo dados da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), são saídos de clubes mineiros, a grande maioria de Mackenzie e Minas. O interior colabora para esse número, pois alguns deles foram tentar a sorte diretamente em São Paulo.

Entre as revelações, dois nomes chamam a atenção. No Mackenzie, o técnico da base, Delicélio Rodrigues, foi o responsável por quatro revelações: Carol, Gabi, Mayhara e Roberta são de uma mesma geração. Elas atuaram juntas no infantojuvenil e juvenil e disputaram a sua primeira competição como profissionais, a Superliga, pelo Mackenzie.

No Minas, Iara Ribas, ex-coordenadora do vôlei feminino (hoje na área administrativa), ajudou a descobrir várias jogadoras, entre elas Ivna e Thaisa, do Osasco, que começaram nas escolinhas do Minas.

Entre os casos de jogadoras mineiras, mas que despontaram em outros estados estão a meio de rede Juciely, do Rio, a líbero Camila Brait, a oposto Ivna e a meio de rede Adenízia, que nasceu em Ibiá, e foi adotada por uma família de Governador Valadares, todas do Osasco. Juciely saiu de Ipatinga para o Rio de Janeiro. Já Adenízia foi de Valadares para Santa Catarina e depois para São Paulo.

Camila Brait era do Sesi de Uberlândia e o anúncio de uma peneirada, em São Paulo, a levou a Osasco, de onde não saiu mais. Ivna foi vista por técnicos do Minas durante uma competição regional, jogando por Coromandel. Foi levada para o clube.

“Sempre ouvi dizer que havia uma escola mineira e que Minas Gerais dominava o vôlei. Não via dessa forma. Mas agora, pensando bem, temos muita gente do estado envolvida nessa história. Tenho orgulho do lugar onde comecei, no Mackenzie, a ajuda que tive do pessoal de lá. E por saber a paixão pelo vôlei que existe no clube, sei que é um dos esportes preferidos dos mineiros. Tenho orgulho de ser mineira”, diz Gabi, hoje, uma das maiores expressões do vôlei nacional, nome certo na convocação de José Roberto Guimarães para a Seleção Brasileira. Ela aliás, tem um sonho a realizar. “Quero muito ir aos Jogos Olímpicos do Rio’2016. Estive muito próxima de realizar esse sonho em Londres’2012, mas acabei cortada. Mas agora vou fazer de tudo para estar lá.”

Memória

Base da Seleção


Da Seleção Brasileira que foi aos Jogos Olímpicos de Atlanta’96, oito jogadoras eram ligadas ao Minas. Hilma, Leila, Ana Flávia e Ana Paula, Márcia Fu (que iniciou sua trajetória no Sport, de Juiz de Fora), Fernanda Venturini e Ida. O treinador do Brasil era Bernardinho, que aproveitou essa base, encaixando Fofão, Ana Moser, Filó e Sandra Suruagy. A equipe ficou com o bronze.
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