Vôlei
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VÔLEI

O novo desafio de um legionário

Ex-ponteiro Xisto, que se destacou no Minas na década de 1980, trouxe a Belo Horizonte grupo de franceses atendidos por seu projeto social. Ele viveu experiência em grupo de elite

postado em 18/04/2015 08:20 / atualizado em 18/04/2015 08:27

Um ídolo do vôlei, em especial dos torcedores do Minas, o ponteiro Xisto – que jogou no clube por quatro anos, a partir de 1986, quando chegou à Seleção Brasileira – está de volta a Belo Horizonte. Além de rever os amigos, trouxe um grupo de franceses, que fazem parte de seu projeto social, o Bom Dia Brazil, sediado na cidade de Quimper, na França, onde jogou e vive hoje. O objetivo era apresentar o vôlei brasileiro e, principalmente, o vôlei sentado, praticado por atletas paralímpicos.

Ele ficou apenas 48 horas na cidade que considera a mais importante de sua carreira. “O Minas me deu uma grande chance, de me desenvolver no esporte. Por isso quis que eles viessem aqui, para conhecer como é o clube. Fizemos um jogo contra um time juvenil, e surgiu a oportunidade de jogamos, também, o vôlei sentado, que quero que eles aprendam, para desenvolvê-lo lá na França.”

A França virou a segunda pátria de Xisto. Ele conta que no final dos anos 1990 foi jogar no Goyeno, levado pelo técnico da equipe, o brasileiro Maurício Paes. “Depois de um tempo, retornei ao Brasil para terminar a faculdade de Educação Física, em Brasília, minha terra. E ao terminar os estudos, retornei à França.”

Começava, aí, a maior aventura do ex-jogador. “Entrei para a Legião Estrangeira, onde permaneci por 10 anos. Foi um tempo muito duro, pois faz parte do treinamento você viver isolado. Não podia assistir televisão, não usava telefone e nem tinha companhia. Aprendi a atirar, táticas militares. Depois desse tempo de treinamento, fui para o quartel central e lá, virei uma espécie de homem de confiança do comando. Gostava do serviço. Mas apareceu a chance de trabalhar novamente com vôlei, em Quimper, que fica num departamento – o equivalente francês aos estados – a sudoeste de Paris. Como dizemos aqui, pulei de cabeça nesse projeto. Nasceu o Bom Dia Brazil.

Esse projeto vive de doações e de orientação, através do esporte, aos mais jovens. Foi com doações que eles puderam vir ao Brasil e, o que aprenderam aqui, vão ensinar na França. “Por isso era importante conhecermos, por exemplo, o vôlei assentado. Nós jogamos, para sentir na pele.”
Retorno Faz parte dos planos de Xisto voltar à Legião Estrangeira. “Posso fazer isso até dois anos depois de ter saído. Tenho até o fim do ano.” Mas o ex-jogador, que hoje atua como levantador da equipe de seu projeto, quer sair deixando o Bom Dia Brazil consolidado. “Estou trabalhando para isso. As pessoas que aqui vieram irão me suceder.”