Volta para ficar

Histórias de superação. Assim é a Seleção Brasileira Masculina de Vôlei, que se prepara em Belo Horizonte para a estreia na Liga Mundial, contra a Sérvia, com jogos sexta-feira e domingo, ambos no Mineirinho. E um dos personagens é o meio de rede Riad, de 33 anos, que não sonhava mais com uma convocação, depois de sete anos distante da equipe do técnico Bernardinho. Ele pode até mesmo aparecer como titular. Os sérvios chegam hoje à capital mineira.

Eleito o melhor meio de rede da última Superliga, jogando pelo Sesi-SP, que perdeu a final para o Cruzeiro, no Mineirinho, por 3 a 1, há pouco mais de um mês, ele dizia, ao final do jogo que não imaginava ter nova chance. “Existem muitos grandes jogadores nessa posição no Brasil”, lembrava.

Mas, poucos dias depois, saía a lista e Riad aparecia ao lado de Lucão, Sidão, Éder Carbonera e Isac. “Para mim, foi uma grande surpresa. Seleção era uma coisa muito distante para mim. Mas, agora que estou lá, eu vou dar o meu máximo.”

O jogador conta que procura não sonhar muito. “Não quero ficar criando expectativa. Existe uma grande diferença entre ser convocado e assumir a posição de titular. Sinto-me como um invasor no grupo-base do Brasil para as principais competições, a um ano dos Jogos Olímpicos Rio’2016. Confesso que era uma possibilidade que já nem passava mais pela minha cabeça. Mas agora que estou aqui, vou brigar para estar na Olimpíada. Estou focado nisso também, pois temos a Liga Mundial. Vou fazer a minha parte, que é lutar por um espaço.”

Ele conta que uma preocupação é a altura menor que a dos companheiros de posição. “Em Saquarema, fico do lado dos outros caras que são mais altos que eu e penso que não vai dar. Mas o que posso garantir é que será uma briga muito boa. Uso os treinos para aprender com eles, pegar um pouco das experiências que têm. É difícil, mas vou lutar.”

A carreira Nem sempre Riad jogou no Brasil. Ficou cinco anos na Itália, primeiro no Cuneo, depois no Latina, e por três anos no Trentino. Por este último foi tricampeão da Liga dos Campeões da Europa e uma vez campeão mundial. No Brasil foi campeão da Superliga em 2013, pelo extinto Rio, o que o encheu de orgulho, por ser carioca. “Ganhei em minha casa.”

As temporadas no Rio e no Sesi, aliás, para ele, foram as melhores da carreira. “Mais até do que a do título, essa foi a temporada mais significativa, para mim, individualmente, pois me destaquei muito. Foi uma Superliga constante, no saque e ataque. Disseram-me que eu seria convocado pela Superliga que fiz. Não acreditei. Mas o sonho virou realidade.”

Perfil
RIAD Garcia Pires Ribeiro
» Nascimento: 1/10/1981, no Rio de Janeiro
» Peso e altura: 100Kg e 2,05m
» Posição: meio de rede
» Times que defendeu
Flamengo, Bunge-SC, Ulbra-RS, On Line-RS, Unisul-SC, Cuneo-ITA, Andreoli Latina-ITA, Trentino-ITA, Rio e Sesi-SP