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SELEÇÃO BRASILEIRA DE VÔLEI

Após ouro, Lucarelli aproveita semana de folga em Contagem para curtir família e rever amigos

Campeão olímpico é colocado como líder da nova geração por Bernardinho

postado em 26/08/2016 11:00 / atualizado em 26/08/2016 08:43

Euler Júnior/EM/D.A Press

Depois da dura rotina de treinamentos e da adrenalina de cada jogo da Olimpíada até a conquista do ouro, o mineiro Ricardo Lucarelli agora só quer curtir a família e os amigos em Contagem. E descansar para o início do novo contrato com o Taubaté-SP, depois de duas temporadas no Sesi-SP.

“Na chegada a Confins, começou uma festa. De lá, viemos para casa e, quando cheguei, a primeira surpresa: havia um churrasco armado pra mim. Estava a família inteira e alguns amigos. Foi uma continuidade da comemoração que começou no Rio, entre todos os jogadores e nossas famílias”, conta Lucarelli.

As surpresas e compromissos não pararam por aí. “Meu primeiro técnico, no time aqui da pracinha, perto de casa, Tutão, veio me dar um abraço. Fiquei muito feliz.” Lucarelli também fez questão de ir ao clube onde começou a jogar vôlei, o Meritus, um projeto do técnico Geraldo Corgozinho. “Fui lá ver os meninos, falar com eles, rever o Corgozinho e todo o pessoal de lá. Não poderia deixar de fazer isso”, reconhece.

O ponteiro campeão olímpico foi à missa, na Igreja de Nosso Senhor dos Passos, com os pais e a irmã. “Tinha esse compromisso e fui cumpri-lo. Foi bom porque o pessoal todo adorou, o padre, os fiéis. Tiraram várias fotos comigo. Gostei muito.”

À noite, a vez dos amigos: uma pelada, seguida de churrasco. “Eu tinha combinado com eles – todos companheiros meus dos tempos em que jogava futebol, cheguei a jogar no time de futsal de Contagem – que se fosse campeão olímpico viria aqui pra gente festejar. Só não joguei. Ainda sinto a coxa direita e as costas. Não dava pra jogar e também não deveria. Fiquei só no churrasco e foi muito bom, pois rimos muito, relembrando os tempos de garoto”, diz Lucarelli.

A contusão, inclusive, é motivo de preocupação: “Ainda sinto dor, tanto na coxa quanto nas costas. Fico deitado pra ver se melhora. Na verdade, estou descansando um pouco, pois na segunda-feira, me apresento ao Taubaté”. As dores são reflexo do esforço feito durante os Jogos: “São um sinal de que fiz o certo para ajudar a conquistar o ouro. Estou empenado, mas valeu a pena”, brinca.

Casa movimentada A rotina mudou muito, conta Rafaela, sua irmã, que se forma hoje, em Farmácia, na UFMG. “Está tudo diferente. O telefone não para de tocar. É gente dando os parabéns e pedindo para vir aqui tirar foto com ele. Quem quer autógrafo também”, conta. Na escola e no trabalho, Rafaela também recebe os louros pelo irmão: “Eu não sou de ficar falando que sou irmã dele. Aí, na segunda-feira, quando cheguei na aula, veio todo mundo falar, cobrar que eu não tinha contado. No hospital onde trabalho, o Santa Rita, aqui de Contagem, me deram os parabéns.”

O pai Sérgio, que é engenheiro eletrônico, se lembra sempre do início da carreira do filho: “Lembro do primeiro jogo dele. Ficava, antes da partida, me perguntando se ele iria ou não jogar, se entraria. Mas jogou. Foi minha primeira apreensão com a carreira dele. Depois, veio com a disputa da Superliga e, agora, a Olimpíada. Tudo foi sempre emocionante, mas confesso que a medalha olímpica é mais”, revela o pai coruja que vai para Taubaté na próxima segunda-feira para ajudar o filho com a mudança.

Rosa, a mãe, comemora o fato de ter o filho em casa, nem que seja por pouco tempo. “Eu sinto muito a falta dele, principalmente nos almoços de família aos domingos. O filho longe é muito ruim, pois o queria debaixo da minha asa. Mas me conforto porque o vôlei é a profissão dele e viajamos, pelo menos uma vez por mês, para encontrá-lo. Em fevereiro passado, fomos três vezes a São Paulo: para o Sul-Americano, depois no aniversário dele e num jogo importante da Superliga.”

Euler Júnior/EM/D.A Press


FALA, LUCARELLI

Liderança da Seleção
“Tudo bem. Estou para o que der e vier. Para colaborar. Todo mundo é experiente. Não é só o capitão que fala, que orienta. Todo mundo fala. A responsabilidade é dividida. Não tem fardo.”

Preferência pelo Brasil

“Aqui tenho meus amigos, é onde está minha família, que posso visitar, onde está nossa torcida, não faz com que queira ir para o exterior. Aqui temos uma liga competitiva e atrativa.”

O que faz nas folgas
“Fico um tempão no quarto, deitado na minha cama, vendo Games of trones, The Black list, entre outros seriados. Gosto muito. Não sou de sair, a não ser por aqui, perto de casa, com os amigos.”

Lembranças da carreira
“Eu estava na seleção juvenil em Montes Claros. Um dia, a terra tremeu. Achei estranho, mas nunca poderia pensar que era um terremoto. Depois nos avisaram. Foi um susto danado. Não sabia o que fazer, se corria, pra onde iria. O que fazer? Mas não foi nada.”

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