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Agora no Sesi, campeão olímpico Bruninho comenta fim de ciclo e melhor ano da carreira

Para ele, triunfo no Rio deverá ajudar na evolução necessária para o vôlei

postado em 29/08/2016 18:06 / atualizado em 29/08/2016 18:33

 Juan Mabromata/AFP
Feliz em finalmente ter feito parte da conquista do ouro olímpico que coroa sua geração, o levantador Bruninho falou, durante coletiva realizada pela Asics, sua patrocinadora, que espera grande competitividade e apoio crescente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) em sua volta ao Brasil para atuar na equipe do Sesi.

"Espero que tenha mudado sim (a estruturação do voleibol brasileiro). Temos um bom nível, mas o que falta mesmo é estruturar mais a Superliga, deixar cada vez mais organizada. Sei que a CBV tem feito de tudo para isso, dando esse apoio que tanto precisamos nos clubes", afirmou o jogador de 32 anos, que atuava desde 2014 no Modena, da Itália.

Bruninho também acredita que o triunfo no Rio de Janeiro deverá ajudar na evolução necessária para o esporte. "Sabemos que é difícil ter muitos patrocinadores para bancar o título nesta crise financeira do país. Espero que esse título ajude a fomentar o vôlei no Brasil. Depois disso, a gente pode e deve estar em cima da CBV para cobrar uma Superliga cada vez melhor", acrescentou.

Campeão da Copa, Campeonato e Supercopa da Itália com o Modena, além de medalhista de ouro no Rio de Janeiro, o levantador vê a temporada 2015/16 como a melhor de sua carreira. Bruninho também afirmou que, caso esteja em plena forma física, deseja seguir por mais um ciclo olímpico para voltar a defender o Brasil nos Jogos de Tóquio em 2020.

O levantador vê um próximo ciclo forte para o Brasil, mas, assim como Serginho, teme pelo futuro a longo prazo da seleção. "Acho que temos uma base legal, com jogadores jovens como o Lucarelli ? acho que Tóquio vai ser o auge da carreira dele ? o Douglas (Souza) que está chegando, o Maurício Souza e outros jogadores como o Isaac, que não fez parte desse grupo final, mas sempre esteve com a gente. Estamos bem servidos", analisou.

"O que me preocupa mais é depois, mas a gente espera que essa conquista possa ajudar e fomentar lá embaixo, na base, que é onde precisamos de mais escolas e clubes fazendo o vôlei", declarou o jogador.

Aos 32 anos, Bruninho vê nas partidas dos próximos dias 3 e 4 de setembro, contra Portugal, uma oportunidade de reunir este elenco campeão pela última vez. Os confrontos amistosos contra a seleção europeia serão realizados em estádios de futebol, com o primeiro no Mané Garrincha, em Brasília, e o segundo na Arena da Baixada, em Curitiba.

"Vai ser maravilhoso, mágico, primeira vez que vamos ter essa oportunidade. E vai ser o último momento desse grupo junto. Acho que fizemos uma coisa tão grandiosa que foi vencer essa Olimpíada em casa que agora temos que aproveitar esse último momento juntos para curtir e lembrar como foi intenso e bacana esse grupo", afirmou o jogador, que espera conseguir 'jogar direito' após duas semanas de comemoração e entrevistas.

As partidas remetem ao histórico confronto entre Brasil e União Soviética, no dia 26 de julho de 1983, com mais de 95 mil espectadores no Maracanã, no qual o pai de Bruno, Bernardinho, atuou como jogador. "Ele falou que foi incrível, pena que choveu e eles precisaram limpar a quadra, mas deve ter sido incrível, no Maracanã ainda. Então acho que a gente poder repetir isso 33 anos depois é maravilhoso", colocou o jogador.

Sobre seu pai, Bruninho também afirmou que acredita em uma escolha do treinador em permanecer na Seleção Brasileira ou no time feminino do Rio de Janeiro. "Esse título coroa uma vida inteira dedicada à seleção, seja feminina ou masculina. Acho que ele escolhe um só, sinceramente. Mas aí é dele, não sei", completou.

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