Vôlei
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MUNDIAL DE CLUBES

Jogador mais baixo do Mundial de Clubes, líbero do Taichung Bank ganha simpatia dos torcedores

Intruso entre gigantes, Li-Yi Tung rouba a cena no Ginásio Divino Braga, em Betim

postado em 20/10/2016 08:50

Ivan Drummond/EM/D.A Press
Pode um baixinho fazer sucesso num esporte em que os grandalhões são a grande maioria? Mais: fazer sucesso numa competição de alto nível como o Mundial de Clubes de Vôlei? A resposta é sim, e esse é o caso de Li-Yi Tung, de 22 anos, líbero do campeão asiático, o Taichung Bank, de Taiwan. Ele vem roubando a cena no Ginásio Divino Braga, em Betim (onde é disputada a competição), nem tanto pelo desempenho em quadra e sim por ser o mais baixo entre todos os participantes. Com apenas 1,65m, Tung se tornou o xodó da torcida e após os jogos de sua equipe é o mais requisitado para fotos.

Até pouco tempo, o esporte dos gigantes era o basquete – os baixinhos eram bem-aceitos no vôlei. Tanto que Alírio, pivô que chegou à Seleção Brasileira e hoje, no fim da carreira, defende o Contagem, começou a vida de atleta no vôlei, mas por causa da estatura (2,08m) foi convencido pelos dirigentes do Minas a trocar de esporte. Nos últimos anos, contudo, a altura passou a ser muito valorizada no vôlei, com jogadores de dois metros dominando o cenário nas principais seleções. Tung vai na contramão dessa tendência: não é só o mais baixo de seu time, mas também da competição. Aliás, o Taichung Bank é o único time que não tem nenhum jogador acima de dois metros. Minas e Zenit Kazan têm nove atletas acima dessa medida; o Bolivar, oito; Trentino, seis; Cruzeiro e UPCN, cinco cada; e o Tala’ea El-Gaish, quatro.

A impressão que se tem ao ver Tung no aquecimento, entre os companheiros, é de que lá está um menino. “Acho muito emocionante. Primeiro, estar aqui, num Mundial, entre os melhores do mundo, com vários que estiveram na Olimpíada do Rio. Depois, porque sou um dos 12 de meu time, independentemente do tamanho e acho que contribuo para que tenhamos boas atuações.”

O vôlei sempre foi sua paixão. Ela conta que se iniciou na escola e que ser líbero foi opção: “Comecei aos 12 anos e sempre atuei nessa posição. Algumas vezes, poucas, como levantador. Sempre quis ser líbero”. Ao fim de cada jogo, lá vai Tung atender aos pedidos de fotos, sorrindo. Uma receptividade que o surpreendeu: “Jamais pensei que isso fosse ocorrer. Em Taiwan, não é assim. Fico muito feliz e acho que não é só por causa do meu tamanho, mas também porque estou mostrando qualidade”.

RESULTADOS
O Cruzeiro se garantiu na semifinal com vitória ontem por 3 a 0 (25/18, 25/20 e 25/15) sobre o El-Gaish, campeão africano. Hoje faz duelo difícil com o russo Zenit Kazan, às 20h. Já o Minas deu adeus ao Mundial ao perder seu segundo jogo: 3 a 0 para o italiano Trentino (25/23, 25/19 e 25/23), um dos candidatos ao título.