Estádios lotados e recordes de público no Mineirão: a Massa esteve ao lado do Galo na reta final do Brasileiro (Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

A conquista do título do Campeonato Brasileiro de 2021 pelo Atlético não estaria completa se não tivesse a presença da torcida. Considerada uma das mais fanáticas do mundo, ela ficou apartada do time por longos 18 meses em função de medidas para conter a pandemia de COVID-19, mas regressou em grande estilo e foi importante na reta final, quando empurrou o time para importantes vitórias e quebrou recordes de presença no Mineirão.





A volta ocorreu aos poucos, é verdade, pois a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) autorizou, ainda em agosto, a ocupação de apenas 30% dos estádios. O primeiro jogo foi o de volta das quartas de final da Copa Libertadores, quando goleou o River Plate por 3 a 0 diante de 17.030 pessoas – quase a capacidade total do Mineirão naquele 18 de agosto.

Mesmo com o clube tendo conseguido decisão liminar na Justiça para poder receber a torcida em jogos por competições nacionais, a diretoria optou por não usá-la em respeito a decisão da maioria dos clubes da Série A. Assim, o primeiro confronto do Brasileiro'2021 em que os atleticanos puderam empurrar o Galo foi em 2 de outubro, vitória por 1 a 0 sobre o Internacional, que teve público de 7.166.

O jogo foi logo depois da eliminação na competição continental, com empate por 1 a 1 com o Palmeiras em casa, com 18.350 presentes, e a partir dali a torcida só fez crescer.




Contra Ceará e Santos, o público foi de 10.265 e 16.514, respectivamente. Já diante do Cuiabá, em 24 de outubro, nada menos que 30.627 pessoas pagaram para entrar no Gigante da Pampulha, aproveitando-se não só da boa fase do time, mas também da autorização da PBH para ocupar até 50% dos lugares, o que quase aconteceu.



Em 1º de novembro, com os indicadores da pandemia melhorando, as autoridades da capital mineira liberaram 100% de ocupação dos estádios. Dois dias depois, 56.624 pagaram para ver o Galo vencer o Grêmio por 2 a 1, em jogo adiado da 19ª rodada. Foi uma das partidas mais difíceis da campanha, com os gaúchos, ameaçados pelo rebaixamento, indo para cima e criando boas chances. Mas, empurrados pela Massa, os comandados de Cuca conseguiram o importante resultado.

O jogo seguinte foi o clássico contra o América, no qual estiveram presentes 60.142 atleticanos, praticamente a capacidade máxima do Gigante da Pampulha. Mais uma vez a Massa deu show diante de um adversário que não ofereceu tantos riscos, mas que soube se portar bem diante do poderoso ataque atleticano, que marcou uma vez, o suficiente para somar mais três importantes pontos.




O Mineirão também lotou diante de Juventude e Fluminense, que contaram com 61.476 e 59.896 torcedores presentes, respectivamente. 

A partida contra a equipe gaúcha registrou o recorde de público desde a remodelação do Gigante da Pampulha, que reabriu em 2013. Já contra o tricolor carioca, os R$ 7.145.226 de renda foram recorde na história do Brasileiro de pontos corridos.

Uma multidão disposta a soltar um grito que estava há 50 anos preso na garganta e que pelo menos até o ano que vem irá comemorar sem parar.

E olha que não foi fácil voltar a torcer. O trânsito no entorno do Mineirão está cada vez pior e às vezes demora um hora para acessar o estacionamento. Foram registradas filas gigantescas nos bares do estádio e, para piorar, muita gente reclamou de a cerveja estar quente. Sem contar que muitos simplesmente abandonam medidas de proteção, como o uso de máscaras e a higienização das mãos.



Luto pela COVID-19


Mas nem todos os atleticanos puderam voltar ao estádio para empurrar o Galo. O novo coronavírus ceifou muitas vidas e interrompeu o sonho de atleticanos, sendo que alguns deles comemoraram a primeira conquista, em 1971,

É o caso de Rafael Nogueira, morto em agosto aos 69 anos e que estava muito entusiasmado com a chance de ver o time campeão brasileiro pela segunda vez. Ficam, assim, as boas lembranças de familiares e amigos.




"Meu pai foi atleticano roxo durante toda sua vida, mas de maneira saudável. Não me obrigou a ser atleticano. Sou cruzeirense e o que ele me transmitiu foi a paixão pelo futebol que ele tinha. Contava com orgulho da excursão que fez aos 19 anos para assistir o Atlético ser campeão no Maracanã, em cima do Botafogo, em 1971. Ficou um pouco receoso com algumas contratações mais caras que o clube fez este ano, mas como o time engrenou, ficou super empolgado com a chance de gritar 'campeão' novamente. Ver meu pai comemorar conquistas do Atlético nunca foi problema pra mim, gostava que ele tivesse seus momentos de alegria. Graças ao meu amigo Pedro, que levou uma foto e a camisa do meu pai ao estádio no jogo contra o América, ele esteve presente este ano no campo também. Posso brincar agora que ele viu os dois brasileiros do Atlético. Uma vez pelos próprios olhos, na segunda vez, através dos nossos", afirma Murillo Nogueira, 29, filho de Rafael.



A Massa se fez presente



Data - Jogo - Público* - Renda

2/10 - 1 x 0 Internacional - 7.166 - R$ 355.804

9/10 - 3 x 1 Ceará - 10.265 - R$ 468.706

13/10 - 3 x 1 Santos - 16.514 - R$ 495.619

24/10 - 2 x 1 Cuiabá - 30.501 - R$ 938.891




3/11 - 2 x 1 Grêmio - 56.624 - R$ 1.775.474,50

7/11 - 1 x 0 América - 60.142 - R$ 2.377.732

10/11 - 3 x 0 Corinthians - 58.714 - R$ 2.956.425,80

20/11 - 2 x 0 Juventude - 61.476 - R$ 4.649.287,50

28/11 - 2 x 1 Fluminense - 59.896 - R$ 7.145.226

(*) Presentes
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