De bom chute e técnico, Danival era figura carimbada nas escalações do Galo durante os anos 1970 (Foto: Arquivo Estado de Minas - 27/09/1977)
Desde que o Atlético terminou na segunda posição do Campeonato Brasileiro de 1977 invicto e dez pontos à frente do vencedor São Paulo, o ex-volante Danival de Oliveira carregou consigo uma dor pela derrota e um grito preso na garganta: o de campeão nacional. Agora, com o título do Galo na edição de 2021 da Série A, o histórico jogador alvinegro, enfim, liberta a sensação que o acompanhou por mais de quatro décadas.
O antigo camisa 8 recebeu o
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em casa, em Belo Horizonte, e fez da ocasião a oportunidade perfeita para espantar as agruras da derrota nos pênaltis para o Tricolor.
"Agora, em 2021, voltamos a vibrar aquilo que perdemos em 1977. Isso arranca aquela dor que está dentro da gente há muito tempo. Esse título levanta a autoestima de todos nós que participamos de 1977", diz, do alto de seus 69 anos.
Danival fez exatos 300 jogos pelo Atlético, segundo as estatísticas oficiais do clube. Contra o São Paulo, estava no banco de reservas e não foi acionado por Barbatana, o técnico. Apesar disso, como um bom torcedor alvinegro, sentiu por muito tempo a frustração pelo vice-campeonato sem reveses.
Hoje, sentado em frente à televisão, vibra com os comandados de Cuca e se deliciou com os triunfos que levaram a equipe à conquista da taça.
"Arranca (a dor). É verdade. Esses jogadores que atuam no time de agora vão marcar uma história muito bonita no time do Atlético", festeja ele, com um sorriso no rosto.
Aquela foi a primeira das cinco vezes em que o Atlético "bateu na trave". Em 1980, novo vice-campeonato; depois, vieram 1999, 2012 e 2015. No ano passado, um duro terceiro lugar, a três pontos do campeão Flamengo. Na lista, ainda há traumas como os de 1994 e 2001, com doídas eliminações na fase semifinal.
"O Atlético, hoje, está bem servido. São jogadores de alto gabarito e nome, que estão vestindo a camisa do Atlético como vestiram os de 1971", afirma Danival, que tem propriedade para citar, na mesma frase, as duas equipes. Promovido das categorias de base no início da década de 1970, a cria atleticana participava dos treinamentos do escrete liderado por Dadá Maravilha, Lôla, Humberto Ramos e Oldair.
O bi na voz da Massa: torcedores do Galo falam sobre a emoção da conquista
Adilson Alves Pinto - torcedor aposentado, 58 anos: ''CAM, três letras que arrastam uma multidão de apaixonados, que soltam o grito de campeão após 50 anos de espera''.
Foto: Arquivo pessoal
Afonso Borges - escritor e jornalista, 59 anos: ''Sou atleticano. Mesmo o Galo se sagrando campeão brasileiro por antecedência, matematicamente, por pontos, eu prefiro esperar até 19 de dezembro para comemorar. Como eu disse, sou #Galo e 50 anos me antecedem''.
Foto: Arquivo Pessoal
Alexandre Kalil - prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético, 62 anos: ''Esse título do Atlético entra para a galeria dos grandes títulos da história de um dos maiores clubes do Brasil.''
Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press
Aline Calixto - cantora, 40 anos: ''É a primeira vez que vejo meu time ganhar um Brasileiro. A emoção é indescritível, ainda mais porque a divido com meu filho de 2 anos, que já tem o Galo no coração, assim como a mãe!''
Foto: Arquivo pessoal
Aline Medeiros - professora de língua portuguesa, 37 anos: ''O atleticano nunca torceu por título, sempre torceu pelo Galo. Ser atleticano sempre bastou para essa torcida forjada em tantos episódios de injustiça. São 50 anos! Eu não tenho tudo isso, mas sinto como se já tivesse esperado todo esse tempo, porque essa espera não é só minha... É do meu pai, do meu tio e de tantas gerações que não viram esse dia chegar. O título é como uma redenção!''
Foto: Arquivo pessoal
Anne Menezes - marketóloga, 38 anos: ''É muito mais que um título; é uma reparação histórica!''
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Belmiro - massagista do Atlético, 70 anos: ''Estou há 53 anos lá dentro e sempre acreditei que o Atlético iria ganhar. Como diz a frase, 'Eu acredito'. Eu acreditei e eu acredito!''
Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Betinho Marques - engenheiro, escritor e jornalista, 39 anos: ''Liberdade ainda que tardia, o Galo é verbo da melodia. O Atlético ressignifica a alegria.''
Foto: Arquivo Pessoal
Carol Leandro - narradora do Filme 'Lutar, Lutar, Lutar' e vendedora, 31 anos: ''Todos nós, atleticanos, merecemos o título. Não vamos ao estádio para ver o time jogar, mas para jogar junto. Somos a camisa 12. Sofremos muitas injustiças e muitos não estão aqui neste momento de redenção. Este título é por eles e para nós, Atleticanos''.
Foto: Redes Sociais
Celso Adolfo - cantor, compositor e violonista, 69 anos: ''Os deuses do futebol estavam esquecidos do que deviam ao Galo. O esquecimento era vergonhoso, e eles se esqueciam de envergonhar-se também. Para a sua salvação, mandaram esta: 'O ano de 2021 será o começo da reparação'.''
Foto: Eduardo Gontijo
Chico Pinheiro - jornalista, 68 anos: ''O fundamento de nosso amor ao Galo não são os títulos. É outro: não somos meros torcedores de um time de futebol, somos atleticanos, e aqui está uma sutil diferença!''
Foto: Divulgação/Atlético
Clara Lima - rapper, 22 anos:
''Esse título vem para fechar o ano com chave de ouro. O Galo jogou com excelência. É um título de grande importância. No último Brasileiro do Galo, eu não era nascida. Estar aqui, entendendo, para comemorar, é importante demais.''
Foto: Daniel Assis/Divulgação
Dadá Maravilha - ídolo do Atlético, campeão brasileiro em 1971 pelo clube e representante do Atlético no Alterosa Esporte, 75 anos: ''É a felicidade de outros jogadores, porque comemorei muito o gol e o título de 1971 e, como cristão, fico muito alegre que outros possam ter a mesma sensação''.
Foto: Jair Amaral/EM.DA.Press
Daniel de Oliveira - ator, 44 anos: ''O que acontece com o Galo não se resume ao título. Estamos imersos em puro ritual.''
Foto: Rodrigo Clemente/EMD. A Press
Danival de Oliveira, meia do Atlético entre 1973 e 1978, - 69 anos: ''Perseverança. Um time que estava acreditando que precisava do título. Tem que perseverar, acreditar e crer, com os pés no chão. É o que vale.''
Foto: Guilherme Peixoto/EM/D.A Press
Davi Mota - professor de História, 25 anos (esq.): ''O grito que faltava soltar depois de uma década campeã chegou! Aqui é Galo!''
Foto: Arquivo Pessoal
Dudu Graffite - ex-representante do Atlético no Alterosa Esporte, 52 anos: ''Destinos sobrenaturais, momentos difíceis, alegrias, suor, lágrimas e chuvas... mas sempre e para sempre Galo!''
Foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press
FBC - rapper, 32 anos: ''Esse Brasileiro foi um resgate. Passamos pela pandemia e hoje podemos torcer no estádio lotado junto com os nossos pais e as pessoas mais velhas que estávamos distantes. O que posso dizer sobre o bicampeonato é isso. É emoção! É a felicidade de ver meu pai, meus irmãos e toda minha família feliz, tá ligado? Ser atleticano é uma coisa que meu pai me ensinou e agora eu vou ensinar os meus filhos a gritar campeão! Campeão do Campeonato Brasileiro!''
Foto: Wanderley Vieira/Divulgação
Fabinho do Terreiro e Gilmar do Cavaco - sambistas, 55 e 48 anos: 'Amor eterno/ O Galo canta/ A cidade se levanta/ O Galo ganha, a cidade se assanha/ Ê, paixão danada/ Galo, 'golo' e arquibancada'.
Foto: Gabriela Diniz Guimarães/Divulgação
Fael Lima - representante do Atlético no Alterosa Esporte e fundador do Camisa Doze, 36 anos: ''Se tem uma torcida que merece ser feliz, é a do Galo. Esteve com o time no fundo do poço e agora celebra no topo do pódio. Nosso hino é na terceira pessoa. O Galo ganhou!''
Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Flávia Ellen - cantora, 31 anos: ''O Galo é doido, né? Comecei a sorrir e a sofrer com ele em 1999, quando perdemos o brasileiro para o Corinthians. Eu tinha 10 anos.Em 2005 e 2006, chorei, cantei o hino de peito estufado. Foram anos de montanha-russa que nos forjaram em altos e baixos. Mas sempre estivemos ali, porque NÓS somos o Galo. Por isso, quando chegou 2021, um time constante e equilibrado, eu nem soube lidar. Cantei ''tu vens, tu vens'', mas duvidei até o último instante. Mas não é que veio? A montanha-russa agora tá dentro de mim, nem sei o que sentir.''
Foto: Arquivo Pessoal
Flávio Renegado - rapper, cantor e compositor, 39 anos: ''Sentimento que não cabe no peito. É um grito entalado na garganta há mais de 50 anos. Gritamos é campeão brasileiro porque é a melhor campanha e o melhor time. O Galo tirou onda neste campeonato. Este título é do Galo. Te amo, Galo! O Galo é minha mãe.''
Foto: Arquivo Pessoal
Gabriel Matos Leão, estudante, 6 anos: ''Galo campeão e melhor time do mundo! E ainda tem o Hulk, Hulk, Hulk!''
Foto: Arquivo Pessoal
Humberto Almeida - torcedor aposentado, 76 anos: ''O Atlético se preparou para ser campeão, formou um time para ser campeão e, a partir do momento em que se firmou na liderança, passei a acreditar no título. A superioridade para os adversários era muito grande. É um time que tem a técnica a serviço da eficiência, e isso me lembrou muito o time de 1971, de Oldair, Lola e Humberto Ramos''.
Foto: Arquivo pessoal
Humberto Martins - jornalista, 39 anos: ''Quem não chorou nesta campanha do Galo no Brasileiro? Felizmente, as lágrimas, outrora causadas pela tristeza, decepção ou até mesmo pela raiva, neste ano, só tiveram um motivo: a felicidade.''
Foto:
Humberto Ramos - ex-técnico, ex-diretor e campeão de 1971, 72 anos: ''A emoção em uma frase? Incomparável.''
Foto: Paulo Filgueiras/Estado de Minas
Ícaro Miguel - atleta olímpico de taekwondo, 26 anos: ''Vi o Atlético passar por fases difíceis e, agora, ver o Galo campeão nacional não tem preço. Eu, como melhor do mundo, e o Galo melhor do meu país, são sonhos realizados!''
Foto: Washington Alves - COB
Janine Esteves - gestora comercial, 35 anos: ''Não quero simplesmente ouvir falar sobre a história do Galo de 2021. Eu mesma quero contar como foi que aconteceu porque eu estava lá.''
Foto: Daniel Teobaldo
João Leite - ex-goleiro, jogador com mais partidas na história do Atlético e deputado estadual, 66 anos: ''Emoção pela merecida felicidade da torcida mais fiel do Brasil''.
Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Leandro Donizete - ex-volante do Atlético, 39 anos: ''Merecimento e dedicação. O time do Galo foi muito organizado.''
Foto: Rodrigo Clemente/EMD. A Press
Leonardo Bertozzi - jornalista, 41 anos: ''É um prêmio para a torcida, porque o torcedor é o fator comum a esses 50 anos de espera, frustrações, esperanças que não se concretizaram e, por cada um que frequentou o estádio, que sonhou nesses 50 anos, é principalmente por essas pessoas - mais que por qualquer outra''.
Foto: Reprodução de Internet/Twitter
Levir Culpi - terceiro técnico que mais vezes dirigiu o Atlético, 68 anos: ''Fico muito feliz em comemorar uma conquista que alegra meus grandes e inesquecíveis amigos atleticanos.''
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Lobo Mauro - cineasta, 48 anos ''Agora, mais do que nunca, 50 tem que ser 13!''
Foto: Arquivo Pessoal
Marcelo Tofani - cantor e compositor, 25 anos:
''Se tem uma coisa que sei desde pequeno é que o Galo é raça e que não importa se a vitória demora. Inclusive, se demorar fica mais gostoso ainda, porque tem a torcida mais apaixonada do Brasil!''
Foto: Arquivo Pessoal
Maria do Carmo Leandro - torcedora, coordenadora de departamento pessoal, 61 anos: ''Desde 1977 somos injustiçados. A ausência de um título nunca mudou nossa torcida, esperamos 50 anos. Hoje, o Brasileirão veio apenas coroar nossa fidelidade! Podemos gritar: é campeão!''
Foto: Arquivo pessoal
Maria Faustina Lima, 69 anos, do lar e dona de Ronaldinho, a calopsita: ''Em 1971, aos meus 19 anos, comemorei com grande alegria a vitória atleticana. Agora, com 69 anos, torno a gritar é campeão! É tanta felicidade que nem tenho palavras!
Obrigada, Clube Atlético Mineiro!''
Foto: Arquivo Pessoal
Mário Marra - jornalista, 42 anos: ''É espetacular ver que o Atlético conseguiu libertar o seu torcedor do peso de não ser visto como um campeão, de estar liberado de soltar o 'É campeão'. Apesar de ser um campeonato diferente, devido à pandemia, ganhar o Brasileiro é libertador''.
Foto: Reprodução/ESPN
Markin - influencer, 24 anos: ''Mais que um título. Um acerto de contas''.
Foto: Redes Sociais
Mateus Souza - estudante de Educação Física, influenciador e integrante do canal 'De Tabela': ''Te apoiarei até morrer! Atlético campeão brasileiro para o delírio da Massa. Nós
merecemos.''
Foto: Arquivo Pessoal
Nenel Neto, jornalista e dono do 'Baixa Gastronomia', 39 anos: %u201CSão cinquenta anos. Meio século. Vale a pena dedicar a quem viu em 1971 e, infelizmente, não teve a oportunidade de ver o Atlético campeão Brasileiro. É um título tão esperado em que temos que lembrar de tantos torcedores que estiveram ao lado do Galo. É para eles.''
Foto: Déborah Trindade
Paulo Roberto Prestes - ex-jogador do Atlético e 5º com mais partidas disputadas pelo clube, 57 anos: ''O amor incondicional desta torcida faz da nossa camisa a segunda pele. Com este título, o Galo muda de patamar, sobe mais um degrau. O céu não tem limites''.
Foto: Arquivo/Jornal Estado de Minas
Podé Nastácia - vocalista do Tianastácia, 50 anos: ''O Galo ganhou o Campeonato Brasileiro em 1971, ano em que eu estava nascendo; 50 anos depois, ver o Galo levantar a taça do bicampeonato é meu maior - e melhor - presente de aniversário na vida''.
Foto: Arquivo Pessoal
Rafael Miranda - ex-jogador do Atlético, 37 anos: ''Muito orgulho e privilégio ter honrado, por 17 anos, a camisa do Galo e poder usar a camisa 12 eternamente! Uma vez Galo, Galo até morrer!''
Foto: Jorge Gontijo/Estado de Minas
Rafaela Tocafundo - estudante, 18 anos: ''Nada explica as injustiças históricas, nada explica a paixão atleticana, nada vai explicar a festa que vamos fazer, porque nós merecemos demais o que estamos vivendo. Aqui é Galo!''
Foto: Arquivo pessoal
Renaldo - ex-atacante do Atlético, 51 anos: ''A emoção é como quando eu fui convocado para a Seleção pela primeira vez e quando fui artilheiro do Campeonato Brasileiro com a camisa do Galo. Emoção que eu acho que a gente nem sabe como decifrar, da alegria que é tão grande. Estava vivendo isso a cada dia: essa energia, o time chegando perto. Eu estou mais empolgado que o torcedor. Então, a emoção é indescritível. É uma coisa única e eu estou junto com a massa do Galo ali, no mesmo sentimento.''
Foto: Jorge Gontijo/EM/D.A Press
Sérgio Araújo - ex-atacante do Atlético, 58 anos: ''Tive o prazer de estar em campo lutando por esse título. Hoje, ver o Atlético ser campeão dá alívio e alegria muito grande à torcida, que merece muito.''
Foto: Jorge Gontijo/Estado de Minas
Sheilla - ex-jogadora de vôlei , 38 anos: ''Estou muito feliz com esse ano do Galo, com um time muito consistente. Fez uma excelente temporada. Esse ano foi muito especial. O time em nenhum momento passou insegurança que não poderia ser campeão. Estou muito, muito feliz!''
Foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Tetê Monteiro - jornalista, subeditora de Cultura do EM, 50 anos: ''Demorou 50 anos? Não, eu ganhei meu melhor presente aos 50 anos, soltando o grito de campeão brasileiro! E, para quem é Galo, não importa o tempo! Importa a luta, importa a camisa preta e branca, importa a festa da arquibancada. Alegria indescritível que celebro com a Massa. Aqui é Galo. Uma vez até morrer!''
Foto: Arquivo Pessoal
Tiago Josephson - educador físico e um dos criadores do Movimento 105 minutos, 43 anos: ''Quando vencemos a Libertadores, 'Eu acredito', foi inacreditável. Quando fomos campeões da Copa do Brasil em cima do ex-rival, foi um deleite, mas havia uma lacuna. Ela nunca deixou de estar presente, mesmo nestes momentos. Sempre foi esse o meu sonho, a minha melhor fantasia, e agora se tornou real.''
Foto: Arquivo pessoal
Vitória Diniz - fisioterapeuta, 24 anos: ''Meu sentimento pelo Atlético tem intensidade de paixão à primeira vista e a solidez de um casamento de anos. Por ele faço loucuras de amor, porque o Galo é doido e nós somos mais ainda. Somos os campeões mais doidos que o Brasil já viu.''
Foto: Arquivo Pessoal
Ao rememorar a dor causada por 1977, o histórico meio-campista justifica o sentimento que por tanto tempo o acompanhou. "Ficou marcado. Você encontra torcedor daquela época e os caras falam: 'me explica porque vocês perderam', mas não temos como explicar. Perdemos nos pênaltis. Não há explicação", conta.
"Marcou muito - e doeu muito na gente. Foi muito triste. Apesar de não ter entrado no jogo, é como se estivesse lá dentro", recupera.
Na disputa por pênaltis, o Galo errou três cobranças - com Toninho Cerezo, Joãozinho Paulista e Ziza. O São Paulo, mesmo tão atrás na primeira fase, faturou o troféu. E, embora não consiga explicar o desfecho do torneio, Danival sabe apontar o caminho que culminou na derrota.
"A diretoria do Atlético aceitou o regulamento porque não estava confiando no time que tinha na mão. Por isso perdemos o título de 1977. Se fosse por pontos corridos, o Atlético seria campeão", lamenta.
Orgulhoso, Danival exibe com prazer um álbum de antigas fotografias do Atlético - dado a ele por um fã cujo nome não se sabe. Mostra, ainda, um exemplar da versão 2020 do "Manto da Massa", entregue pela diretoria do clube - e faz questão de vestir. A camisa é personalizada e leva, às costas, seu nome e o número 8.
E, ao citar o trauma de 1977, lista alguns dos companheiros. "Apesar de o grupo ser muito jovem, a gente tinha condições. Marcelo, Reinaldo, Cerezo, Paulo Isidoro, ngelo, Heleno: era um grupo muito bom. E, como a diretoria não concordou com os pontos corridos, acabamos perdendo o título".
Danival mostra, com orgulho, as recordações dos tempos de Galo (Foto: Guilherme Peixoto/EM/D.A Press)
Regulamento, esse velho obstáculo
A temporada do Atlético é perfeita. Tão perfeita que, além de ter conquistado o Brasileiro e estar na final da Copa do Brasil, a equipe deixou a Libertadores sem perder. Saiu da competição continental após dois empates - 0 a 0 e 1 a 1 - por causa da regra do gol fora de casa.
Danival enxerga certa semelhança entre os times de 1977 e 2021. Em comum, a necessidade de lidar com uma derrota imposta por um ponto das regras do torneio. O gol fora de casa nos certames da Conmebol, aliás, deixará de valer a partir de 2022.
"Tudo é o regulamento. O regulamento, às vezes, favorece um time e desfavorece outro", lastima. "São os mesmos jogadores. Quem tem de diferente é o Diego Costa. O regulamento, às vezes, prejudica bastante. Esse negócio de gol fora de casa favorecer o time que marcou... ou ganha no tempo normal ou ganha nos pênaltis. Isso prejudica muito", completa ele.
Todos os jogos da campanha de 2021
1ª rodada - Atlético perdeu para o Fortaleza por 2 a 1, no Mineirão; Hulk fez o gol do Galo
Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
2ª rodada - Atlético venceu o Sport por 1 a 0, na Ilha do Retiro, com gol de Hulk
Foto: Pedro Souza/Atlético
3ª rodada - Atlético venceu o São Paulo por 1 a 0, no Mineirão, com gol de Jair
Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
4ª rodada - Atlético venceu o Internacional por 1 a 0, no Beira-Rio, com gol de Nathan
Foto: Pedro Souza/Atlético
5ª rodada - Atlético empatou com a Chapecoense por 1 a 1, no Mineirão; Tchê Tchê fez o gol do Galo
Foto: Pedro Souza/Atlético
6ª rodada - Atlético perdeu para o Ceará por 2 a 1, no Castelão; Gabriel fez o gol do Galo
Foto: Pedro Souza/Atlético
7ª rodada - Atlético perdeu para o Santos por 2 a 0, na Vila Belmiro
Foto: Pedro Souza/Atlético
8ª rodada - Atlético venceu o Atlético-GO por 4 a 1, no Mineirão, com gols de Nacho Fernández (dois) e Matías Zaracho (dois)
Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
9ª rodada - Atlético venceu o Cuiabá por 1 a 0, na Arena Pantanal, com gol de Nacho Fernández
Foto: Pedro Souza/Atlético
10ª rodada - Atlético venceu o Flamengo por 2 a 1, no Mineirão, com gols de Savarino
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
11ª rodada - Atlético venceu o América por 1 a 0, no Independência, com gol de Dylan
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
12ª rodada - Atlético venceu o Corinthians por 2 a 1, na Neo Química Arena, com gols de Hulk
Foto: Pedro Souza/Atlético
13ª rodada - Atlético venceu o Bahia por 3 a 0, no Mineirão, com gols de Hulk (dois) e Nathan
Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
14ª rodada - Atlético venceu o Athletico-PR por 2 a 0, no Mineirão, com gols de Neto e Eduardo Vargas
Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
15ª rodada - Atlético venceu o Juventude por 2 a 1, no Alfredo Jaconi, com gols de Nathan Silva e Hulk
Foto: Pedro Souza/Atlético
16ª rodada - Atlético venceu o Palmeiras por 2 a 0, no Mineirão, com gols de Savarino
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
17ª rodada - Atlético empatou por 1 a 1 com Fluminense, em São Januário; Eduardo Sasha fez o gol do Galo
Foto: Pedro Souza/Atlético
18ª rodada - Atlético empatou com Bragantino por 1 a 1, no Nabi Abi Chedid; Diego Costa fez o gol do Galo
Foto: Pedro Souza/Atlético
19ª rodada - Atlético venceu o Grêmio por 2 a 1, no Mineirão, com gols de Matías Zaracho e Eduardo Vargas
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
20ª rodada - Atlético venceu o Fortaleza por 2 a 0, no Castelão, com gols de Matías Zaracho e Junior Alonso
Foto: Pedro Souza/Atlético
21ª rodada - Atlético venceu o Sport por 3 a 0, no Mineirão, com gols de Diego Costa, Hulk e Eduardo Vargas
Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
22ª rodada - Atlético empatou com o São Paulo por 0 a 0, no Morumbi
Foto: Pedro Souza/Atlético
23ª rodada - Atlético venceu o Internacional por 1 a 0, no Mineirão, com gol de Keno
Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press
24ª rodada - Atlético empatou por 2 a 2 com a Chapecoense, na Arena Condá; Eduardo Sasha e Dylan fizeram os gols do Galo
Foto: Pedro Souza/Atlético
25ª rodada - Atlético venceu o Ceará por 3 a 1, no Mineirão, com gols de Hulk (dois) e Diego Costa
Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
26ª rodada - Atlético venceu o Santos por 3 a 1, no Mineirão, com gols de Nathan Silva e Nacho Fernández (dois)
Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
27ª rodada - Atlético perdeu para o Atlético-GO por 2 a 1, no Antônio Accioly; Nathan Silva fez o gol do Galo
Foto: Pedro Souza/Atlético
28ª rodada - Atlético venceu o Cuiabá por 2 a 1, no Mineirão, com gols de Hulk e Jair
Foto: Leandro Couri/EM/D. A Press
29ª rodada - Atlético perdeu por 1 a 0 para o Flamengo, no Maracanã
Foto: Pedro Souza/Atlético
30ª rodada - Atlético venceu o América por 1 a 0, no Mineirão, com gol de Guilherme Arana
Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
31ª rodada - Atlético venceu o Corinthians por 3 a 0, no Mineirão, com gols de Diego Costa, Keno e Hulk
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
32ª rodada - Atlético x Bahia, na Fonte Nova (mudar foto)
Foto:
33ª rodada - Atlético venceu o Athletico-PR por 1 a 0, na Arena da Baixada, com gol de Matías Zaracho
Foto: Pedro Souza/Atlético
34ª rodada - Atlético venceu o Juventude por 2 a 0, no Mineirão, gols de Hulk
Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press
35ª rodada - Atlético empatou com o Palmeiras por 2 a 2, no Allianz Parque; Matías Zaracho e Hulk fizeram os gols do Galo
Foto: Pedro Souza/Atlético
36ª rodada - Atlético venceu o Fluminense por 2 a 1, no Mineirão, gols de Hulk
Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Lições dos experientes
Neste ano, garotos como o zagueiro Micael, o goleiro Matheus Mendes, o volante Neto e o atacante Savinho estiveram no grupo atleticano. Eles não tiveram tantos minutos em campo, mas puderam treinar ao lado de jogadores como Hulk, Nacho Fernández, Junior Alonso e Éverson.
A oportunidade de trabalhar com as feras de Telê em 1971 foi fundamental para moldar Danival, meio-campista conhecido por sua técnica e pelo bom chute. "A gente fazia os coletivos contra o time titular e, dificilmente, a gente perdia para eles. Nossa turma que subiu, quando fazia coletivo contra o profissional, era uma briga. Ninguém queria perder", lembra.
"Era uma briga, mas uma briga saudável. A gente tinha Marcelo, Campos, eu, Antenor, Getúlio, que veio depois, Paulinho, que chegou de fora, Ângelo, Zolini, goleiro. Tínhamos um plantel muito bom".
As primeiras oportunidades de Danival vieram em jogos do Campeonato Mineiro. Mesmo assim, dividia ambientes com os ídolos. "Na época, Telê levava 17 ou 18 jogadores para a concentração. Sobravam 15. Desses 15, tirava cinco para participar e ganhar metade do bicho, para motivar a gente nos treinamentos e continuar brigando por uma oportunidade no time".
Depois das três centenas de jogos e dos 59 gols anotados pelo Galo, que deixou em 1978, Danival rumou ao Vila Nova (GO). Antes, em 1972, depois da experiência ao lado dos campeões brasileiros, seguiu o roteiro trilhado por craques como Reinaldo, e passou um tempo emprestado ao Nacional (AM). Atuou, também, pela Portuguesa de Desportos (SP).
Agora, o camisa 8 espera ansioso a conclusão da Arena MRV. Entusiasta das categorias de base, crê que o novo estádio vai ser fundamental para as finanças atleticanas e, assim proporcionar mais investimentos na formação.
O Galo em 1977: Da esquerda p/ dir. Joao Leite, Márcio, Modesto, Toninho Cerezo, Alves e Vantuir. Agachados: Serginho, Danival, Reinaldo, Paulo Isidoro e Ziza (Foto: Arquivo Estado de Minas - 23/10/1977)
Elenco do Atlético no Brasileiro 2021
Everson (goleiro)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Jean (goleiro)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Matheus Mendes (goleiro)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Rafael (goleiro)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Guga (lateral-direito)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Mariano (lateral-direito)
Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Dodô (lateral-esquerdo)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Guilherme Arana (lateral-esquerdo)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Bueno (zagueiro) - deixou o clube durante a temporada
Foto: Pedro Souza/Atlético
Gabriel (zagueiro) - deixou o clube durante a temporada
Foto: Pedro Souza/Atlético
Igor Rabello (zagueiro)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Junior Alonso (zagueiro)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Micael (zagueiro)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Nathan Silva (zagueiro)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Réver (zagueiro)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Alan Franco (meio-campista)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Allan (meio-campista)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Alexandre Lopes (meio-campista)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Calebe (meio-campista)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Dylan (meio-campista)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Hyoran (meio-campista)
Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Jair (volante)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Matías Zaracho (meio-campista)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Nacho Fernández (meio-campista)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Nathan (meio-campista)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Neto (meio-campista)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Diego Costa (atacante)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Echaporã (atacante)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Eduardo Vargas (atacante)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Felipe Felício (atacante)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Hulk (atacante)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Jefferson Savarino (atacante)
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Keno (atacante)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Marrony (atacante) - deixou o clube durante a temporada
Foto: Pedro Souza/Atlético
Luiz Filipe (atacante)
Foto: Pedro Souza/Atlético
Sávio (atacante)
Foto: Pedro Souza/Atlético