Stefano Lavarini já colhe frutos do bom trabalho na Coreia do Sul e reencontrará antigas comandadas (Foto: Angela Weiss/AFP )


A semifinal contra a Coreia do Sul, nesta sexta-feira, às 9h (de Brasília), na Ariake Arena, reservará um reencontro para jogadoras da Seleção Brasileira em confronto decisivo. Do outro lado da quadra, o italiano Stefano Lavarini, ex-treinador do Minas, tentará levar as sul-coreanas à inédita disputa do ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio




Lavarini, de 42 anos, comandou o Minas entre 2017 e 2019 e fez sucesso na equipe de BH. Com o italiano, o clube voltou a conquistar títulos importantes como a Superliga Feminina 2018/19, a Copa Brasil Feminina, em 2019, e duas edições consecutivas do Sul-Americano de Clubes, em 2018 e 2019. 

O sucesso de Stefano Lavarini resultou em propostas para dirigir a Coreia do Sul, justamente visando aos Jogos Olímpicos de Tóquio. O treinador foi seduzido pela oferta e aceitou o convite, assumindo a seleção oriental em 2019. Ele também ocupou o cargo em equipes da Itália como UYBA Volley e L'Agil Volley. 

Para algumas jogadoras que trabalharam com o treinador italiano no Minas, a sensação será de reencontro. Mas agora como adversários na busca pela final olímpica em Tóquio. Stefano Lavarini comandou destaques da Seleção como a levantadora Macris, a central Carol Gattaz, as ponteiras Gabi e Natália e a ponteira e oposta Rosamaria. 

Stefano Lavarini foi substituído no Minas por outro italiano, Nicola Negro, que manteve o bom trabalho e conquistou mais títulos com o clube de BH, entre eles o da Superliga 2020/21 e o da Copa Brasil de 2021, ambos em cima do rival Praia, de Uberlândia. 



Lavarini festeja com as minas-tenistas a classificação para a final do Mundial de Clubes, em 2018 (Foto: FIVB/Divulgação)



Campanha em Tóquio


As brasileiras tiveram um 'primeiro round' com o técnico italiano e as sul-coreanas na primeira fase da Olimpíada em Tóquio. Logo na estreia, a Seleção bateu a Coreia do Sul por 3 sets a 0, sem sustos, com parciais de 25/11, 25/22 e 25/19. Foi a primeira das quatro vitórias do Brasil, que deixaram o time de Zé Roberto Guimarães na liderança do Grupo A, com 14 pontos. 

A Coreia do Sul teve um caminho mais difícil, mas foi uma das surpresas e chegou à semifinal olímpica. Depois da derrota para o Brasil, as orientais ganharam três jogos - Quênia (3 a 0), República Dominicana (3 a 2) e Japão (3 a 2). Mesmo com o revés para a Sérvia, por 3 a 0, o time de Lavarini avançou em terceiro lugar no Grupo A, com sete pontos. 

A maior surpresa da Coreia do Sul foi nas quartas de final. As orientais derrubaram Turquia, que conta com jogadoras experientes e acostumadas a grandes partidas, por 3 sets a 2, de virada. O Brasil também teve tarefa difícil nessa mesma fase eliminatória, ao bater o Comitê Olímpico Russo por 3 a 1, depois de também sair atrás e buscar o placar positivo. 



Antes da despedida, Lavarini voltou a BH com a medalha da Superliga 2018/19 em recepção calorosa no Minas (Foto: Gladsyton Rodrigues/EM/DAPress)



A última vez que a Coreia do Sul chegou à semifinal olímpica foi nos Jogos de Londres, em 2012, quando terminou o torneio em quarto lugar, fora do pódio. A melhor campanha do país oriental na história da Olimpíada foi em Montreal'76, garantindo o bronze. Além do bom trabalho de Lavarini, o time conta com a potência da ponteira Kim Yeon Koung, estrela da companhia, para chegar a uma final inédita.

Brasil e Coreia do Sul se enfrentarão já com o outro finalista definido. Na outra semifinal, os Estados Unidos, favoritos ao ouro, enfrentarão a Sérvia, atual campeão mundial e europeu, nesta sexta-feira, à 01h (de Brasília), na Ariake Arena.