O Brasil encerrou sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio com recorde de pódios e a melhor posição no quadro de medalhas da história: 12º lugar. A Região Nordeste do país teve grande protagonismo nessa conquista e, pela primeira vez nas Olimpíadas, a maioria dos ouros do país não veio de atletas do Sudeste.
Em Tóquio, os atletas brasileiros faturaram um total de 21 medalhas, duas a mais que nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, sendo sete de ouro, seis de prata e oito de bronze. Levando em consideração apenas os esportes individuais, quatro das cinco medalhas douradas do país foram obtidas por Nordeste: do Rio Grande do Norte, o surfista Ítalo Ferreira; e da Bahia: com Ana Marcela Cunha, Isaquias Queiroz e Hebert Conceição, na maratona aquática, canoagem velocidade e boxe.
Os outros medalhistas de ouro do Brasil foram com a paulista Rebeca Andrade, da ginástica artística; a dupla de velejadoras Martine Grael, do Rio de Janeiro, e Kahena Kunze, também de São Paulo; e a Seleção Brasileira Masculina de Futebol.
Do time oficial, composto por 22 jogadores, quatro nasceram em estados nordestinos. Daniel Alves, o maior campeão do futebol masculino na história, é baiano. O zagueiro Nino foi o único pernambucano a ganhar ouro em Tóquio. E o goleiro Santos e o atacante Matheus Cunha, esse que abriu o placar na final contra a Espanha, são paraibanos.
O protagonismo do nordeste foi tamanho que viralizou nas redes sociais. "Se o Nordeste fosse um país, teria mais medalhas de ouro que o Brasil", tuitou Felipe Neto, um dos principais influenciadores do país.
Os próprios atletas nordestinos proclamaram seu amor pela região em entrevistas após as competições. Ítalo Ferreira publicou no Twitter: "Nordeste tem água? Não não, só ouro".
Essa é a primeira das participações brasileiras nas Olimpíadas que a maioria dos ouros conquistados pelo país não foi obtida por atletas do sudeste. Nos Jogos Olímpicos de Londres, que aconteceram em 2012, houve um empate entre atletas do Sudeste e Nordeste, com um ouro para cada região. No mesmo ano, o Nordeste conquistou a primeira medalha dourada em provas individuais com Sarah Menezes, do Piauí, no judô, na categoria até 48 kg.
Em relação as medalhas de prata, Rayssa Leal, a fadinha de 13 anos, mostrou o destaque brasileiro no skate. A atleta é de Imperatriz do Maranhão. Também prateada, a boxeadora Beatriz Ferreira nasceu em Salvador, na Bahia. Quanto às medalhas de bronze do Brasil, não houve conquista de atletas nordestinos.
Medalhas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Tóquio:
7 ouros
Italo Ferreira - surfe
Martine Grael e Kahena Kunze - vela (49er FX)
Rebeca Andrade - ginástica artística (salto)
Ana Marcela Cunha - maratona aquática
Isaquias Queiroz - canoagem velocidade
Hebert Conceição - boxe
Futebol masculino
6 pratas
Vôlei feminino
Bia Ferreira - boxe
Kelvin Hoefler - skate street
Rayssa Leal - skate street
Pedro Barros - skate park
Rebeca Andrade - ginástica artística (individual geral)
8 bronzes
Mayra Aguiar - judô
Daniel Cargnin - judô
Thiago Braz - salto com vara
Alison dos Santos - 400 m com barreiras
Bruno Fratus - natação (50 m livre)
Fernando Scheffer - natação (200 m livre)
Laura Pigossi e Luisa Stefani - tênis
Abner Teixeira - boxe
Total: 21
* Estagiária sob supervisão de Matheus Muratori