Mauro criticou a Anvisa, os jogadores argentinos e o contexto das decisões tomadas (Foto: Reprodução/UOL)

Mauro Cezar Pereira detonou todo o imbróglio que resultou na suspensão do clássico entre Brasil e Argentina, nesse domingo, na Neo Química Arena, em São Paulo, pela oitava rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022. O comentarista classificou os acontecimentos como 'um grande circo' e disse que não existem 'mocinhos' na história. 




"Um grande circo, no sentido figurado da coisa. Foi uma grande palhaçada. Alguém acha que os quatro jogadores da Argentina se reuniram e de sacanagem omitiram as informações? Evidente que não. Esses caras entraram e saíram do Brasil na Copa América diversas vezes porque havia um acordo entre as federações, confederações e a Conmebol", comentou Mauro nesta segunda-feira, no programa Posse de Bola, do UOL

O jogo foi paralisado pelo árbitro venezuelano Jesus Valenzuela aos quatro minutos do primeiro tempo, após autoridades da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Polícia Federal entrarem no estádio solicitando a retirada de quatro jogadores argentinos.  

A Anvisa alegou que Giovani Lo Celso, Cristian Romero, Emiliano Buendía e Emiliano Martínez prestaram informações falsas no formulário de entrada de estrangeiros no país. Como eles atuam por clubes da Inglaterra - os dois primeiros no Tottenham, e os dois últimos no Aston Villa - eles não poderiam entrar no Brasil.

Segundo a Agência, o certo seria que o grupo realizasse uma quarentena de 14 dias antes de desembarcar em território nacional, conforme previsto na Portaria Interministerial nº.655/2021. A medida também vale para estrangeiros oriundos da África do Sul, da Irlanda do Norte e da Índia.




Para Mauro, o grande problema da situação foi o contexto. "Óbvio que os jogadores estão errados. Se ele falsifica uma informação errada em um formulário de entrada em qualquer país, é óbvio que ele está errado. A questão é todo o contexto que envolve isso."

O jornalista questionou o fato de a Anvisa ter esperado até o momento do jogo para 'intimar' os atletas. "Todo mundo sabia qual o hotel em que eles estavam. Circularam informações de que a Anvisa foi no hotel e eles não estavam mais lá. Então por que não foram mais cedo com a Polícia Federal? Nem precisava entrar nos quartos. Quando descessem (os atletas), chamassem um por um."

Por fim, Mauro Cezar disse que está tudo errado e afirmou que não existem 'mocinhos'. Ele também se perguntou como os jogadores argentinos ficaram no Brasil durante todo esse tempo. 




"Se a questão é saúde pública, já está tudo errado. Por que se esses caras são ameaças para o povo brasileiro, como eles ficaram circulando todos esses dias? Então quem é o mocinho dessa história? Quem está certo?", afirmou. 

O jogo foi suspenso pela Conmebol. Nesta segunda-feira, a Fifa comunicou que irá analisar o caso e que 'uma decisão será tomada no seu devido tempo'.

O Brasil entra em campo na quinta-feira, às 21h30, contra o Peru, na Arena Pernambuco, pela nona rodada das Eliminatórias. A Argentina enfrenta a Bolívia também na quinta-feira, às 20h30, na Bombonera.