Os públicos acima dos 60 mil torcedores do Atlético no Mineirão na reta final da vitoriosa temporada de 2021 fizeram crescer os questionamentos sobre a capacidade da Arena MRV. Por que o futuro estádio do Galo terá cerca de 46 mil lugares e não mais?

A administração da arena tirou a dúvida (assista no vídeo abaixo). "O motivo de fato foi o encaixe no terreno e as pesquisas feitas para poder entender o que seria um público ideal", resumiu o arquiteto Bernardo Farkasvölgyi.





"Lá no comecinho, ainda em dezembro de 2013, foi falado em (construir) uma arena para 50 mil. Algumas pessoas de dentro do Atlético falaram: 'Já que vai fazer para 50 mil, por que não fazer para 60 mil?’. Outras pessoas (responderam): 'Tem que considerar a média histórica (de público) do Atlético, que é em torno de 20 e poucos mil torcedores, considerar os outros estádios que foram construídos no Brasil e também no mundo, com a (capacidade) média de 40, 45 mil torcedores’. Mas o ponto principal não foi este", prosseguiu.

"O ponto principal foi o terreno. Por que o terreno? Eu já comentei em outras entrevistas que acredito em destino. A gente só tinha uma forma de encaixar a arena, não tinha outro lugar, em função do raio de 50 metros das nascentes (de córregos), que a gente preservou. A diagonal da arena ficou para a Norte, que é o que a gente tem que fazer para atender ao padrão Conmebol, Fifa e, obviamente, para não entrar sol nos jogadores", prosseguiu o arquiteto, que citou o conforto como outro motivo para a capacidade de 46 mil torcedores.

"O que é conforto? Melhores inclinações nas arquibancadas inferior e superior. Todo esse cuidado do conforto e tudo gerou uma capacidade em torno de 46 mil pessoas, que é a que temos na nossa casa", completou Bernardo.

Finanças
O entendimento do Atlético é que a capacidade também é ideal em termos financeiros. "É um número muito bom. Inicialmente, a arena foi projetada para 41 mil, que é o que se conseguiria fazer pelo tamanho do terreno. Conseguimos otimizar e passar para 46 mil. Como referência, são números muito próximos do Allianz Parque, da Neo Química Arena, do Corinthians. Nós temos um bom exemplo, em que a gente se espelha muito, que é o da Juventus, da Itália. São todos da mesma capacidade", pontuou Thiago Maia, diretor administrativo e financeiro da arena.

"Não adianta fazer um estádio muito grande, porque o custo de manutenção vai aumentar também. A despesa é toda do Atlético. Por exemplo: o Mineirão é um belíssimo estádio, mas o tamanho aumenta os custos operacionais, acaba sendo caro jogar lá. Acredito que é um tamanho ideal, que vai suportar bem a torcida do Atlético. Teremos muitas alegrias", finalizou.