Ao lado do presidente Sérgio Rodrigues, Mazzuco apresentou Felipe Conceição (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)

Executivo de futebol do Cruzeiro desde o início de janeiro, André Mazzuco participou de dois dos mais importantes momentos do clube nos últimos meses. Já como chefe do departamento, ele precisou lidar com o pedido de rescisão do técnico Luiz Felipe Scolari e, em seguida, liderar o trabalho para contratação de Felipe Conceição.




Em entrevista ao Superesportes, Mazzuco detalhou como foi o ‘processo seletivo’, que envolveu entrevistas com outros treinadores. Alex, ídolo do clube, foi um dos profissionais que conversou com a direção do Cruzeiro.

“Traçamos alguns objetivos dentro de perfis de treinadores que tivessem relevância no perfil que traçamos. O próprio Alex foi entrevistado, o Felipe, enfim. Entendemos que precisávamos buscar essa coerência e uma filosofia que se adequasse ao que o Cruzeiro estava pedindo”, explicou.

“Precisamos voltar a ter uma equipe com jogadores para serem desenvolvidos, até pelo cenário econômico, que a gente aproveite o que a gente tem, que a gente tenha jogadores engajados no projeto e com história no clube, o que temos, e dessa base toda um treinador que realmente entendesse essa filosofia para desenvolver o trabalho que a gente pretende. Uma mentalidade diferente, uma filosofia de jogo diferente”, completou.




Mazzuco admitiu que percebeu, desde que chegou ao Cruzeiro, ainda com  Felipão no comando, uma dificuldade para definir uma filosofia de jogo. “Cheguei no Cruzeiro no fim da Série B e já havia dificuldade desse entendimento, como o Cruzeiro está jogando e como quer jogar. Nosso foco foi definir rápido para ter tempo de desenvolver e iniciar o trabalho”, explicou.

Saída de Felipão foi positiva?

Diante das explicações, Mazzuco foi questionado pela reportagem sobre a saída de Felipão, que optou pela rescisão do contrato antes do fim da Série B - o vínculo tinha duração até o fim de 2022. Teria feito bem ao Cruzeiro, diante dos objetivos traçados, a saída do treinador? 

“Não faço esse julgamento”, avisou o executivo. “O Felipão é um ícone. Nos agregou muito, foi responsável por esse resgate do Cruzeiro naquele momento da competição (...) O momento do Cruzeiro não entregaria para ele o que ele está acostumado também. Isso no bom sentido. Ele é de Seleção. O próprio Felipão sentiu isso”, admitiu. 

“Embora tivesse uma expectativa, o Cruzeiro talvez não poderia entregar tudo aquilo que o Felipão estava acostumado. Eu acho que, a partir do momento que o Felipão decidiu não ficar, tivemos que realmente correr para fazer uma remontagem, sentar e reescrever para que a gente pudesse ter tempo”, ressaltou.
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