Fabiano de Oliveira Costa processou o Cruzeiro na Justiça do Trabalho (Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro )



Ex-advogado do Cruzeiro, Fabiano de Oliveira Costa acionou o clube na Justiça do Trabalho para o pagamento de verba rescisória e salários atrasados. O valor da causa é de R$ 795.012,75. A juíza Renata Lopes Vale, da 40ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, marcou uma audiência virtual de conciliação para o dia 29 de março, às 8h40.




Fabiano de Oliveira Costa é o autor e o advogado da causa. Além da associação Cruzeiro Esporte Clube, o advogado colocou a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) da Raposa como ré do processo.

Em contato com o Superesportes, Fabiano disse que tentou um acordo com o clube, mas não houve acerto.

"Trabalhei no Cruzeiro por 23 anos, e comecei servindo cafezinho. Pelo respeito ao clube que vivi a maior parte da minha vida, quando fui demitido, tentei várias vezes fazer um acordo para que o clube pagasse como quisesse e pudesse, abrindo mão de multas e outras verbas, mas não aceitaram. Portanto, eu não tive escolha e fui obrigado a entrar com a ação, infelizmente, onde peço somente minha rescisão e salários atrasados, nada mais", afirmou.

Fabiano de Oliveira Costa trabalhou no Cruzeiro da década de 1990, quando o clube era dirigido por Zezé Perrella, até janeiro de 2020, sendo demitido após denúncias de suspeitas de lavagem de dinheiro.




Em outubro de 2019, a TV Globo noticiou investigação da Polícia Federal que implica Fabiano. De acordo com a PF, as suspeitas sobre os desvios foram levantadas nas operações Capitu e Escobar.

Nos documentos obtidos pela TV Globo, a Polícia Federal afirma que Ildeu da Cunha, ex-conselheiro do Cruzeiro, morto em fevereiro de 2020, "utilizava mecanismos de ocultação" para desviar quantias do Cruzeiro a "beneficiários". Uma das pessoas responsáveis por receber esses  valores seria Fabiano de Oliveira Costa.


Conforme a investigação, Ildeu emitia notas fiscais ao Cruzeiro por serviços de advocacia. Quando o clube pagava por esses supostos serviços, parte do valor voltava para a conta de Fabiano de Oliveira Costa - em algumas ocasiões, por meio de transferências feitas pela esposa de Ildeu, Laryssa Kar Zan Cunha Pereira.




A TV Globo teve acesso a diálogos interceptados pela Polícia Federal que indicam esses desvios. As transações superam R$ 300 mil no período de um ano. A reportagem mostrou que, em maio, "o valor contabilizado para Fabiano Oliveira Costa, com a sigla CEC (Cruzeiro Esporte Clube) foi de R$ 40 mil".

Na ocasião, Fabiano emitiu nota garantindo que é inocente. Leia abaixo.

"Quanto a reportagem divulgada no Esporte Espetacular, nesta data, informo que prestei todos os questionamentos que me foram feitos pela jornalista, entre eles, o de que NUNCA contratei os serviços profissionais do advogado Ildeu da Cunha Pereira e sequer presenciei referidas contratações.

Também reafirmo que nunca recebi qualquer valor do advogado em retorno à supostos contratos fraudulentos, e que todos os serviços por ele prestados, contratados diretamente pela Presidência, foram efetivamente realizados. 




Mesmo prestando serviços ao Cruzeiro há mais de 23 anos, nunca me enriqueci, e vivo exclusivamente do meu trabalho, e tenho comigo o testemunho de colegas de trabalho e de diretores sobre a lisura do meu comportamento.

Aos maledicentes de última hora, que acusam antes de conhecer, faço meu compromisso com a verdade, e a promessa de que provarei em todas as instâncias, a minha absoluta inocência. 

Atenciosamente,
Fabiano Costa"
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