As cadeiras vazias representam os atletas sacrificados durante o atentado nas Olimpiadas de Munique (Foto: Arquivo O Cruzeiro/EM/D.A Press)


O governo alemão e as famílias de vítimas israelenses do ataque perpetrado durante os Jogos Olímpicos de Munique-1972 assinaram um acordo de indenização, 50 anos depois da tomada de reféns.




O Executivo federal, a região de Baviera e a cidade de Munique vão pagar cerca de 28 milhões de euros (R$ 145,6 mi) aos familiares das vítimas do ataque que deixou 18 mortos. Entre eles, 11 atletas israelenses, disse à AFP um porta-voz da pasta.

A Alemanha também vai tirar a confidencialidade de documentos relacionados ao atentado e à criticada operação de resgate para análise de historiadores alemães e israelenses. O acordo inclui a participação dos familiares em uma cerimônia prevista para segunda-feira em Munique, mas alguns já haviam anunciado um boicote, informou o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestreit, em nota.

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e seu colega israelense, Isaac Herzog, anunciaram que estarão no evento.

"Estamos felizes e aliviados por chegarmos a um acordo" que sirva para alcançar um "esclarecimento histórico, reconhecimento e indenização pouco antes do aniversário de 50 anos e da visita de Estado do presidente israelense à Alemanha", afirmou a nota dos líderes.




"O acordo não é capaz de curar todas as feridas", lamentaram ambos os presidentes, mas demonstra que o Estado alemão assume sua "responsabilidade e reconhece o terrível sofrimento das vítimas e seus familiares", acrescenta o texto.

"Quero expressar minha gratidão por este importante passo dado pelo governo alemão, liderado por Scholz [chanceler alemão, Olaf], assumindo sua responsabilidade e disponibilizando indenizações pela injustiça histórica às famílias das vítimas do massacre de Munique", afirmou Herzog.