Presidente do Galo, Sérgio Coelho, se solidarizou com familiares de torcedor morto em ataque a ônibus protagonizado por integrantes da Máfia Azul (Foto: Bruno Cantini/Atlético)


O presidente do Atlético, Sérgio Coelho, se manifestou sobre mais um caso de violência envolvendo torcidas rivais no futebol. O mandatário alvinegro teve encontro com o presidente da Galoucura, Josimar Júnior, que comanda a principal organizada do clube, nesta segunda-feira. O dirigente lamentou a morte de Mateus de Freitas Ferreira, integrante da torcida, em um ataque a ônibus protagonizado por membros da Máfia Azul, antes do jogo contra o Fluminense, nesse domingo, no Mineirão. 




Sérgio Coelho pediu para que casos como esse não se repitam. O dirigente fez um apelo para o presidente da Galoucura para que não haja revide, já que os infratores são integrantes da principal organizada do Cruzeiro. "Violência gera violência. Temos de acabar com isso", disse o mandatário alvinegro. 

O Atlético encaminhou ofício ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais e à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, pedindo uma rigorosa apuração e punição severa aos responsáveis pelo crime. O clube alvinegro se solidarizou com familiares e amigos de Mateus de Freitas Ferreira, além de lamentar a morte do integrante da Galoucura. 

"Estamos muito abalados. Foi muito cruel o que aconteceu. Mesmo assim, peço à Galoucura que reúna forças para não reagir. Sei que é difícil, mas temos que plantar a paz", afirmou Josimar Júnior, que repassou o pedido do dirigente atleticano aos integrantes da organizada.




PAUS, PEDRAS, BARRAS DE FERRO E BOMBAS

O ataque ao ônibus do Move (linha 6350) com torcedores do Atlético, no bairro Novo Indústria, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, no último domingo (28), resultou na morte de Mateus de Freitas Ferreira, que foi internado e morreu nesta segunda-feira. O ato de violência contou com arremessos de paus, pedras, barras de ferro e bombas. 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expediu, nesta segunda-feira, recomendação à Federação Mineira de Futebol (FMF) para banir a torcida organizada Máfia Azul dos estádios de todo o país por seis meses.

A emboscada deixou ferimentos em mais sete pessoas que estavam no veículo alvo da emboscada. O crime ocorreu no Anel Rodoviário, quando o coletivo estava a caminho do Mineirão. A Polícia Militar conseguiu capturar sete suspeitos.




Depois do ataque, o grupo fugiu em carros. Uma blazer branca, lotada de suspeitos, acabou interceptada por militares do 41° Batalhão da Polícia Militar. O ônibus do Move não transportava apenas torcedores. Havia inclusive crianças no veículo.

"Com eles, foram encontrados soco inglês, pedaços de pau, artefatos explosivos caseiros", disse, ao Superesportes e ao Estado de Minas no domingo à noite o tenente Marcelo Rocha. O coletivo passava pelo Anel quando homens ligados à Máfia Azul forçaram a parada. Segundo a Polícia, foram arremessadas pedras, rojões e bombas do tipo coquetel molotov. O fogo causado pelos artefatos gerou ferimentos em passageiros.

Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Polícia Civil informou que autuou seis pessoas em flagrante por três crimes: "Sobre os fatos registrados no último domingo (28), no bairro Novo das Indústrias, em Belo Horizonte, a Polícia Civil de Minas Gerais informa que os seis suspeitos conduzidos, com idades entre 20 e 26 anos, foram ouvidos pela PCMG, nesta segunda-feira (29), e autuados em flagrante pelos crimes de associação criminosa, homicídio tentado e um consumado, de um homem de 20 anos. Com a conclusão dos procedimentos de polícia judiciária, os suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional e a investigação prossegue para a completa elucidação dos fatos".




Por meio da 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Belo Horizonte, o MP recomendou que, nos dias de jogos, em todos os estádios do país e num raio de cinco mil metros de seus respectivos entornos, que integrantes da Máfia Azul não tenham acesso. A medida, que tem caráter educativo, deve entrar em vigor a partir desta segunda (29) e tem duração de seis meses, recomenda o MPMG.