Em 2017, Nuzman foi detido pela Polícia Federal: ex-dirigente foi condenado por corrupção passiva e mais crimes (Foto: Mauro Pimentel/AFP)

 
Ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman foi condenado, nesta quinta-feira, pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª vara federal do Rio de Janeiro, a 30 anos, 11 meses e oito dias de prisão, além de pagamento de 1.344 dias-multa, ao valor unitário de um salário mínimo, pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.




Além de Nuzman, o ex-governador Sérgio Cabral, e o ex-diretor de operações do Comitê Rio-2016, Leonardo Gryner, também foram condenados. As acusações são referentes à compra de votos dos integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a eleição do Rio como sede da Olimpíada.

Sérgio Cabral foi condenado a dez anos e oito meses de prisão por corrupção passiva, enquanto Leonardo Gryner a 13 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e organização criminosa.

O ex-presidente do COB foi alvo da operação Unfair Play e poderá recorrer em liberdade. A defesa alega que o julgamento ocorreu sem provas concretas e acredita em uma reviravolta no caso.




Presidente do COB por 22 anos, Nuzman foi preso em casa, no Leblon, em 2017, após uma denúncia do Ministério Público Federal, que ligava o nome do mandatário à suposta fraude na eleição do Rio de Janeiro para sediar o Jogos Olímpicos de 2016, e ao empresário Arthur Soares, mais conhecido como "Rei Arthur".

O MPF contou com a cooperação jurídica internacional de Antígua e Barbuda, Estados Unidos, Reino Unido e França. O Ministério Público Francês, inclusive, conseguiu provas de que houve compra de votos na escolha da sede da Olimpíada de 2016.