Bate-Estaca terá nova chance de disputar cinturão do UFC e desafia a campeã Valentina Shevchenko (Foto: AFP)


Ex-campeã peso palha (52kg), Jéssica Andrade, a Bate-Estaca, já atuou na divisão dos galos (61,2kg) e terá oportunidade de title shot na categoria dos moscas (57,8kg), onde reina a quirguiz naturalizada peruana Valentina Shevchenko. A paranaense encara a luta contra a dona do título, neste sábado, no card principal do UFC 261, em Jacksonville, na Flórida (EUA), como a de maior grau de dificuldade na carreira. 



 
Aos 29 anos, Bate-Estaca estreou no peso mosca com vitória convincente sobre Katlyn Chookagian, por nocaute técnico no primeiro round, em outubro de 2020, em Abu Dhabi, Emirados Árabes. E logo foi anunciada como desafiante de Valentina, 33, que vem de seis triunfos seguidos, incluindo a conquista do cinturão e quatro defesas bem sucedidas. 

Jéssica, que treina na PRVT, no Paraná, e é conhecida pela força na trocação, sabe que terá 'pedreira' pela frente e encara a luta contra Shevchenko como a mais difícil até agora. "De todas as mulheres que já lutei, acredito que a Valentina seja a maior dificuldade que eu vá ter na minha carreira de lutadora. Com certeza se eu vencer vai ser histórico. É a maior disputa da minha vida, maior adversária que já tive e com certeza a mais difícil de todas. Vou ter que dar meu sangue ali dentro para trazer essa vitória", projetou, em entrevista ao Esporte Espetacular, da TV Globo.


A brasileira mostrou ter estudado bem o jogo da quirguiz campeã e já detectou um ponto a ser explorado: o jogo no chão. Mesmo sendo adepta da trocação, Bate-Estaca disse que se preparou muito para surpreender Valentina no jiu-jitsu e nas quedas. "Acredito que os pontos fracos dela sejam essa questão da parte de chão. Eu falo que sou muito forte e, quando agarro na grade, sei o meu potencial. Sei o que posso fazer, as formas que posso "quedar", tenho quedas muito diferentes. Depois que você tira o adversário do chão não tem mais volta. Ele se perde, não sabe como vai cair. Isso eu consigo colocar bem durante a luta e é um dos pontos fracos dela", reiterou.




A paranaense viu várias vezes vídeos da última defesa de cinturão de Shevchenko, diante da brasileira Jennifer Maia. Na ocasião, pelo UFC 255, em novembro de 2020, a campeã venceu por decisão unânime. De acordo com Jéssica, ela mostrou pontos que podem ser explorados na parte de chão. Mas também deixou claro a qualidade no jogo em pé com base no muay thai. 

"A parte de trocação dela acredito que seja a parte mais assustadora porque ela tem golpes muito rápidos, o chute com a perna de trás é um chute que a gente não espera, porque é com a base trocada, então você não espera que venha um chute tão forte com aquela perna. Ela tem vários chutes rodados, chutes laterais, que são muito fortes. Acho que a parte mais forte dela é essa, de trocação, e tenho que tomar cuidado com isso. Mas tudo vai de acordo com a luta, a gente não pode antecipar", frisou. 



UFC 261


Sábado, 24 de abril
VyStar Veterans Memorial Arena, em Jacksonville, Flórida
Horário (de Brasília): card preliminar (19h); card principal (23h)
Transmissão: Canal Combate (na íntegra); SporTV 3 (duas lutas iniciais do evento)

Card principal

Kamaru Usman x Jorge Masvidal - cinturão dos meio-médios
Weili Zhang x Rose Namajunas - cinturão peso palha
Valentina Shevchenko x Jéssica Bate-Estaca - cinturão peso mosca
Uriah Hall x Chris Weidman - peso médio
Anthony Smith x Jimmy Crute - meio-pesados

Card preliminar

Alex Cowboy x Randy Brown - meio-médios
Karl Roberson x Brendan Allen - peso médio
Dwight Grant x Stefan Sekulic - meio-médios
Danaa Batgerel x Kevin Natividad - peso galo
Aori Qileng x Jeff Molina - peso mosca 
Rodrigo Vargas x Rong Zhu - peso leve
Ariane Sorriso x Na Liang - peso palha
Tristan Connelly x Pat Sabatini - peso leve