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Perrella nomeia desembargador para compor sindicância do Cruzeiro no lugar de policial federal preso

Sindicância investigará possíveis irregularidades na gestão de Wagner Pires

postado em 05/06/2019 17:06 / atualizado em 05/06/2019 18:21

<i>(Foto: EM/DA Press)</i>
O presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, Zezé Perrella, nomeou o desembargador Wanderley Paiva para compor a comissão de sindicância que vai apurar possíveis irregularidades na diretoria do clube. Ele vai ser o substituto do policial federal Marcio Antonio Camillozzi Marra, preso na manhã desta quarta-feira, em Belo Horizonte.  
<i>(Foto: Reprodução)</i>

Apesar de ter sido nomeado por Perrella, Wanderley Paiva revelou à reportagem que ainda não aceitou o convite. Sem dar muitos detalhes, o conselheiro afirmou que examina o convite ao lado de outro colega do Conselho Deliberativo. “Eu ainda vou ver se vou aceitar esse chamado. Sugeriram lá no Conselho, e o Zezé me colocou. Estou examinando ainda, não tem nada certo”, afirmou Wanderley Paiva à coluna.

Caso aceite a nomeação, Wanderley Paiva passará a integrar a comissão de sindicância juntamente com Walter Cardinalli e Jarbas Matias dos Reis. O prazo para que o grupo conclua os trabalhos é de 30 dias, a partir do momento que tiver acesso aos documentos que serão objetos da análise.

A previsão era que a sindicância fosse iniciada nesta quinta-feira, quando os conselheiros receberiam os documentos solicitados ao presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá. Esses documentos são os mesmos que a diretoria se recusou a entregar ao Conselho Fiscal. Justamente pela falta de transparência, todos os membros do núcleo fiscalizador renunciaram no último mês.


A operação da Polícia Federal


A operação que resultou na prisão do conselheiro do Cruzeiro Marcio Antonio Camillozzi Marra foi batizada de 'Escobar'. Trata-se de um desdobramento da Operação Capitu, em que a Polícia Federal prendeu pessoas envolvidas em um suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Documentos que teriam sido vazados por Marcio Antônio Camilozzi Marra e outro servidor da PF foram encontrados na casa de Andrea Neves, irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB), em dezembro de 2018.

A crise celeste


Polícia Civil investiga a diretoria do Cruzeiro por indícios de falsificação de documentos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. O inquérito apura, além da prática de crimes, denúncias que indicam quebra de regras da Fifa e da CBF.

O Superesportes vem acompanhando de perto e noticiando todos os desdobramentos do caso. As principais suspeitas da Polícia Civil recaem sobre membros do departamento de futebol do Cruzeiro.

Diante da crise, o presidente Wagner Pires de Sá se reuniu com Perrella e outros membros do Conselho Deliberativo e decidiu afastar Itair Machado, vice de futebol.

Porém, o presidente recuou e, em vez de afastar Itair, optou por mudar as nomenclaturas dos vice-presidentes não estatutários, casos dos vices financeiro e jurídico. Ou seja, Itair seguirá como vice de futebol no organograma do Cruzeiro. Além da alteração nos nomes dos cargos, os salários serão ajustados para ficarem condizentes com as respectivas funções. 

Trajetória 


Wanderley Salgado de Paiva é natural de Abre Campo, no interior de Minas Gerais. Estudou no interior do estado, formando em Direito na Faculdade do Oeste de Minas, em Divinópolis. Depois, fez mestrado em Direito Público pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro

Entrou para a magistratura como juiz de direito titular da Comarca de Ribeirão das Neves em  1993. Depois, trabalhou em Nanuque, Barbacena e Contagem, antes de chegar à Justiça de Belo Horizonte. Em 2010, assumiu como desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, cargo que ocupa até os dias de hoje.

Wanderley conta como passou a participar da vida política do clube. “Eu entrei no Cruzeiro pelos braços do Osvaldo Faria, que era comentarista da Rádio Itatiaia. Comprei uma cota na época do Felício Brandi, e o Osvaldo falou para Felício que tinha um candidato. Era eu. Aí o Osvaldo ligou para o Felício, e eu entrei na chapa. Depois, virei conselheiro nato e presidente do Conselho na gestão Zezé Perrella”, disse.

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