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Diretor jurídico do Cruzeiro, Fabiano Oliveira Costa presta depoimento na sede da Polícia Federal

Ex-vice presidente prestou esclarecimentos em virtude da 'Operação Escobar'

postado em 19/06/2019 14:47 / atualizado em 19/06/2019 20:19

<i>(Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A. Press)</i>
Na manhã desta quarta-feira, o diretor jurídico do Cruzeiro, Fabiano Oliveira Costa, prestou depoimento à Polícia Federal na sede da instituição em Belo Horizonte, no Bairro Gutierrez, Região Oeste da capital mineira. O advogado é considerado suspeito pela corporação na chamada “Operação Escobar”, que investiga vazamentos de documentos sigilosos da PF.

Fabiano estava na vice-presidência jurídica desde janeiro de 2018, quando o mandato do presidente Wagner Pires de Sá teve início. Em 3 de junho deste ano, Fabiano passou a exercer o cargo de diretor jurídico e teve o salário reduzido para se adequar à nova realidade financeira do clube
 
Nesta quarta-feira, na PF, Fabiano prestou esclarecimentos por cerca de duas horas. A corporação não dá detalhes do depoimento.

Wagner Pires de Sá também prestou depoimento na PFmas na manhã dessa terça-feira. Ele foi intimado pela corporação como testemunha para dar esclarecimentos na operação. Não está descartada a possibilidade de o dirigente cruzeirense se tornar um dos alvos desse inquérito, já que membros da cúpula celeste são suspeitos de cometer crimes de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica.
 
A Polícia Federal também investiga contratos de honorários advocatícios com os advogados Carlos Alberto Arges Júnior Ildeu da Cunha Pereira. Este último, inclusive, é conselheiro nato do Cruzeiro.

Carlos e Ildeu foram presos no último dia 5 de junho na Operação Capitu, juntamente com dois escrivães da Polícia Federal, Márcio Antônio Camillozzi Marra e Paulo de Oliveira Bessa. Os servidores Márcio e Paulo são suspeitos de retirar documentos sigilosos do sistema da própria Polícia Federal. Já os advogados de repassá-los a interessados. A corporação apura crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, obstrução de Justiça e violação de sigilo funcional.

Curiosamente, Márcio Antônio Camillozzi havia sido nomeado por Zezé Perrella, presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, para fazer parte da comissão de sindicância que averigua denúncias de corrupção da diretoria. Ildeu da Cunha Pereira, por sua vez, já ocupou cargo de superintendente jurídico do clube. Já Carlos Alberto Arges Júnior representou o vice-presidente de futebol Itair Machado em um processo contra o ex-dirigente Bruno Vicintin.

Operação Escobar


A Operação Escobar é desdobramento da Operação Capitu, investigação sobre suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Em novembro de 2018, a Capitu apreendeu documentos na residência de Andrea Neves, irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB/MG), como suposta beneficiária de informações privilegiadas cedidas por agentes da corporação a advogados, em Belo Horizonte.

Em 5 de junho, a PF prendeu quatro investigados - três mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária. Os agentes cumpriram sete mandados judiciais de busca e apreensão nos escritórios de Ildeu da Cunha Pereira e Carlos Alberto Arges Júnior. A Polícia apreendeu o celular de Sanzio Baioneta Nogueira, defensor de Andrea Neves, e cumpriu mandados de intimação para que "possíveis envolvidos prestem esclarecimentos".

De acordo com a PF, a investigação teve início após a apreensão, “na casa de investigados”, de documentos sigilosos e internos da Polícia Federal, quando do cumprimento de mandados da Operação Capitu, em novembro de 2018. “Feitos os levantamentos e inúmeras diligências, foi possível constatar que advogados teriam cooptado servidores desta instituição, no intuito de obter, de forma ilegal, acesso a informações sigilosas ligadas a investigações em andamento nesta Superintendência”.

Segundo a investigação, os advogados com “acesso privilegiado às informações usavam tal artifício para oferecer a seus clientes facilidades ilegais”, o que prejudicava as investigações e colocava “em risco a segurança dos policiais envolvidos nos trabalhos”.

A respeito da prisão de dois agentes, a Polícia Federal destacou. “A repressão contra atos de servidores do órgão policial é extremamente sensível e, embora cause desconforto aos investigadores e a toda a instituição, é essencial para a manutenção da lisura e do compromisso que a Polícia Federal tem de servir à sociedade brasileira”.

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