2

Ídolo do Cruzeiro, Nelinho culpa jogadores, direção e aponta Mano Menezes como principal responsável pelo rebaixamento

De forma inédita, clube celeste foi rebaixado à segunda divisão do Brasileiro

08/12/2019 20:09 / atualizado em 08/12/2019 20:22
compartilhe
Ex-jogador fez duras críticas aos jogadores e direção do Cruzeiro
foto: Jair Amaral/EM/D.A. Press

Ex-jogador fez duras críticas aos jogadores e direção do Cruzeiro


Após o inédito rebaixamento do Cruzeiro à segunda divisão do Campeonato Brasileiro, o ex-jogador e ídolo do clube Nelinho culpou jogadores, afirmou que a direção celeste errou ao demitir Rogério Ceni e disse que o maior responsável pela queda foi o ex-técnico Mano Menezes.

Em entrevista ao canal ESPN, Nelinho elencou os três principais fatores que levaram o clube celeste à Série B.

“Primeiro, são os jogadores dentro de campo, porque são eles que perdem e que ganham os jogos. Então, não foram competentes para ganhar os jogos. Em segundo lugar, eu acho que foi a direção, o planejamento, as contratações mal feitas, os contratos mal realizados. Fora aquilo que foi noticiado ultimamente, aquele desvio, um dinheirão. Depois, o que foi, ao meu ver, o principal dos três que estou relatando, é a gestão do Mano Menezes no início do Campeonato Brasileiro, que ele começou a poupar o time do Cruzeiro, colocava o time reserva para jogar e aí ficou na zona de rebaixamento várias rodadas”, afirmou o ex-jogador de 69 anos. 

As duras críticas ao ex-treinador Mano Menezes foram justificadas pelas campanhas de Flamengo, comandada pelo português Jorge Jesus, e Grêmio, com Renato Gaúcho. Para Nelinho, outros técnicos que pensam como ele obtiveram melhores resultados ao fim do Brasileiro.

“Uma coisa que eu sempre discuti e, felizmente para mim, apareceu um treinador que pensa como eu, que é esse treinador do Flamengo, e que não tem nada de poupar, e quando poupa, poupa um ou dois jogadores. Agora, tirar um time todo? Tem outro evento também, o Grêmio também fez isso, olha onde chegou depois que colocou o time para jogar todas as rodadas. Se o Renato (Gaúcho) tivesse poupado um ou outro, talvez estivesse bem mais próximo do Flamengo. Então, uma coisa que eu nunca concordei é esse negócio de ficar poupando o time inteiro. Os caras treinam para que? Os caras estão bem preparados fisicamente é justamente para jogar sábado ou domingo e no meio de semana. Não tem que ficar tirando o time, o Cruzeiro fez isso e pagou o preço”, disse.

Saída de Rogério Ceni


Segundo o ex-jogador, a saída de Rogério Ceni do comando do Cruzeiro também atrapalhou o time a se reabilitar no campeonato. Para ele, o clube celeste deveria ter dado mais respaldo ao treinador, que acabou perdendo o controle do vestiário e, consequentemente, foi demitido.

“No momento que eles contratam o Rogério Ceni e que começam a observar o trabalho dele no dia a dia, eles reconheceram no Rogério um bom treinador dentro do campo, que dá bons treinamentos. Então, esse outro problema de barrar um ou outro jogador no momento que ele achava que não tinha condição de fazer parte do grupo, a obrigação da direção era de dar respaldo para ele. Acabou de contratar o cara para que? Não é para consertar, não é para melhorar o time? Mas infelizmente, não é só a direção do Cruzeiro não. Direção da maioria dos clubes brasileiros agem dessa forma. A partir do momento que um grupo de jogadores, principalmente os melhores do elenco, se reúnem e falam para a direção que não gostam daquele treinador, vai esbarrar nele mesmo, ele vai sair, vai cair. E foi um mal realmente, eles deveriam ter continuado com o Rogério Ceni, ter dado chances para que ele tivesse feito o que tivesse naquele momento. Não fizeram isso e estão pagando um preço. Jogadores, direção do clube e a atitude do Mano Menezes lá atrás de ficar poupando, são os três fatos mais importantes para mim”, avaliou.

Atitudes dos jogadores


Nelinho ainda avaliou a atitude dos jogadores do Cruzeiro fora de campo. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram o zagueiro Dedé em uma festa mesmo em recuperação de uma cirurgia no joelho. Thiago Neves também foi flagrado durante um show em Belo Horizonte enquanto se recuperava de um edema na coxa esquerda. Para o ex-jogador, se o clube vivesse outro momento, essas atitudes não gerariam tantas polêmicas.

“Isso aí é reflexo do mau comando. Aqueles que estão comandando, se eles não dão bons exemplos, eles permitem que jogadores fizessem o que fizeram. Agora, a gente não pode se esquecer que alguns fatos que aconteceram, como o do Dedé principalmente, aquilo ali, quando o time está bem, não acontece nada. O time está jogando, está ganhando, o cara está machucado mas vai na festinha de família e não vai acontecer nada. Ou o Thiago Neves que vai no show do Thiaguinho, aí não iria acontecer nada. Mas como o time está em uma fase ruim, aí acontece isso daí. Eu sempre fui favorável ao seguinte: os jogadores têm que saber a hora de fazer as coisa. O momento é bom? Vamos sair. Não é bom? Vamos ficar em casa, vamos segurar a onda. Isso acontece em todos os times, com muitos jogadores, não é só no Cruzeiro. Então, eu acho que são fatos que a gente vai juntando e acaba dando no que deu”, disse.

Clima hostil no Mineirão


Para Nelinho, os incidentes dentro do Mineirão foram lamentáveis, mas esperados. “As cenas são lamentáveis, mas o que acabou de acontecer era previsível. Previsível a partir do jogo contra o Avaí. Tinha que ganhar aqui e empatou. Depois, veio o CSA. Tinha que ganhar e perdeu. Se tivesses seis pontos, daria uma diferença de cinco e não estaria nessa condição hoje”.

Compartilhe